Modelo de Petição Inicial - Ação de Cobrança de FGTS, Férias e Décimo Terceiro Salário em Face de Contratação Irregular pelo Município
Publicado em: 22/11/2024 Administrativo TrabalhistaEXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE [CIDADE/UF]
[Nome do Requerente], [estado civil], [profissão], inscrito no CPF sob o nº [número do CPF], portador do RG nº [número do RG], residente e domiciliado à [endereço completo], e-mail: [endereço eletrônico], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado que esta subscreve, com escritório profissional à [endereço do escritório], propor a presente
AÇÃO DE COBRANÇA DE FGTS, FÉRIAS E DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO
em face do Município de [Nome do Município], pessoa jurídica de direito público, com sede na [endereço da sede do município], pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
I - DOS FATOS
O Requerente foi admitido pelo Requerido em [data de admissão], para exercer o cargo de [especificar cargo], por meio de contrato temporário. Não houve qualquer processo seletivo formal ou contrato escrito que regulamentasse o vínculo. O Requerente permaneceu exercendo suas atividades por quase 05 (cinco) anos, com prorrogações e renovações sucessivas até [data de término], sem interrupção das funções.
Tal forma de contratação não observou a legislação de regência, sendo caracterizada como nula, conforme determina a CF/88, art. 37, IX. O Requerente desempenhou atividades regulares e permanentes da Administração Pública, caracterizando a necessidade de estabilidade funcional. Contudo, não recebeu os direitos trabalhistas inerentes ao vínculo, tais como FGTS, férias proporcionais e décimo terceiro salário.
Durante o período em que esteve a serviço do Município, o Requerente desempenhou diversas funções de caráter essencial e permanente, sem que houvesse qualquer diferença em relação ao tratamento dado a servidores efetivos. A ausência de processo seletivo formal e a prática reiterada de prorrogações do contrato temporário demonstram que o Requerido agiu em total descumprimento da legislação que rege as contratações no âmbito da Administração Pública, ferindo os princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, conforme CF/88, art. 37, caput. Ressalta-se que o contrato temporário utilizado para formalizar a relação de trabalho do Requerente não tinha caráter excepcional e temporário, mas sim permanente e necessário, evidenciando o desvio de finalidade da contratação.
II - DO DIREITO
A Constituição Federal, em seu art. 37, IX, estabelece a possibilidade de contratação temporária por necessidade excepcional e temporária de interesse público, desde que observadas as regras legais que garantam a impessoalidade, publicidade e a temporariedade do vínculo.
No presente caso, o contrato de trabalho firmado entre o Requerente e o Município é nulo, pois não foram observados os requisitos legais, especialmente no que diz respeito à necessidade de processo seletivo. Dessa forma, considerando a nulidade da contratação, o Requerente faz jus ao recebimento do FGTS, conforme entendimento pacífico do Supremo Tribunal Federal (CF/88, art. 7º, III) e disposto na Lei 8.036/1990, art. 15.
A contratação irregular, ainda que sob o pretexto de contrato temporário, não afasta o direito do trabalhador ao FGTS, pois o vínculo existente foi contínuo e não atendeu ao caráter excepcional exigido por lei. Assim, em respeito aos direitos sociais e trabalhistas do Requerente, o valor correspondente ao FGTS deve ser recolhido, assegurando-se o direito constitucional à proteção do trabalhador.
Além disso, o Requerente faz jus ao pagamento das férias proporcionais...