Modelo de Petição Inicial de Ação de Autorização Judicial para Venda de Imóvel de Pessoa Idosa - Fundamentação no Código Civil e Estatuto do Idoso

Publicado em: 21/10/2024 Civel Familia Direito Imobiliário
Modelo de petição inicial para ação de autorização judicial visando a venda de imóvel pertencente a pessoa idosa, com fundamento nos arts. 1.748 e 1.749 do Código Civil e no Estatuto do Idoso. O documento detalha a necessidade da venda para custear tratamentos médicos, cuidados contínuos e garantir melhores condições de vida à idosa, representada por sua curadora judicial. Inclui pedidos de avaliação judicial do imóvel, tramitação prioritária e manifestação do Ministério Público, além de embasamento jurídico e jurisprudencial.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PARA VENDA DE IMÓVEL DE PESSOA IDOSA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de [inserir cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

M. F. da S., brasileira, viúva, aposentada, portadora do CPF nº 000.000.000-00 e do RG nº 0.000.000, residente e domiciliada na Rua das Flores, nº 123, Bairro Jardim Esperança, CEP 00000-000, na cidade de [inserir cidade/UF], endereço eletrônico: [email protected], por sua filha e representante legal A. J. da S., brasileira, casada, enfermeira, portadora do CPF nº 111.111.111-11 e RG nº 1.111.111, residente e domiciliada na Rua das Palmeiras, nº 456, Bairro Centro, CEP 00000-000, na cidade de [inserir cidade/UF], endereço eletrônico: [email protected], vem, respeitosamente, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com fundamento nos arts. 1.748 e 1.749 do Código Civil, bem como no CPC/2015, art. 319, propor a presente AÇÃO DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PARA VENDA DE IMÓVEL DE PESSOA IDOSA

em face da necessidade de alienação de bem imóvel de titularidade da Requerente, conforme exposto a seguir.

3. DOS FATOS

A Requerente, M. F. da S., atualmente com 84 anos de idade, encontra-se em avançado estado de senilidade, apresentando limitações físicas e cognitivas que comprometem sua autonomia e capacidade de gestão patrimonial. Conforme laudo médico anexo, a idosa apresenta quadro de demência senil leve a moderada, necessitando de cuidados contínuos e supervisão de terceiros.

A Requerente é proprietária de um imóvel localizado na Rua das Acácias, nº 789, Bairro Jardim Bela Vista, nesta cidade, registrado sob a matrícula nº 12345 do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de [inserir cidade/UF]. O imóvel encontra-se desocupado e sem utilidade para a idosa, gerando apenas despesas com manutenção, tributos e taxas condominiais.

A venda do referido bem se faz necessária para custear despesas médicas, contratação de cuidadora em tempo integral, aquisição de medicamentos de uso contínuo e adaptação da residência atual da Requerente para acessibilidade, garantindo-lhe melhores condições de vida e dignidade.

Ressalte-se que a filha da Requerente, A. J. da S., é sua curadora nomeada judicialmente nos autos do processo nº 0000000-00.2020.8.00.0000, conforme termo de curatela em anexo, estando legalmente habilitada a representar os interesses da idosa.

4. DO DIREITO

A presente demanda encontra respaldo no CCB/2002, art. 1.748, que dispõe que o tutor (e, por analogia, o curador) não pode, sem autorização do juiz, alienar bens do curatelado. O CCB/2002, art. 1.749, I, reforça que a alienação de bens imóveis de pessoas incapazes exige autorização judicial, com a devida avaliação do bem.

A curatela é instituto de proteção, e sua finalidade é assegurar que os interesses da pessoa idosa sejam resguardados, especialmente quando esta se encontra em situação de vulnerabilidade. A Constituição Federal, em seu CF/88, art. 230, estabelece que a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando-lhes o direito à vida com dignidade.

O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), em seus arts. 2º e 3º, garante à pessoa idosa todos os direitos fundamen"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de Ação de Autorização Judicial para Venda de Imóvel de Pessoa Idosa, ajuizada por A. J. da S., na qualidade de curadora judicialmente nomeada da Sra. M. F. da S., com fundamento nos arts. 1.748 e 1.749 do Código Civil, pleiteando autorização judicial para alienação de bem imóvel pertencente à curatelada.

1. Do Conhecimento

Verifico que estão presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, razão pela qual conheço do pedido formulado.

2. Dos Fatos

A parte autora demonstrou, por meio de laudo médico acostado aos autos, que a Sra. M. F. da S., com 84 anos de idade, encontra-se em estado de senilidade avançada, apresentando demência senil leve a moderada, situação que compromete sua autonomia e capacidade de administração de seus bens.

O imóvel objeto do pedido de alienação encontra-se desocupado e sem uso pela idosa, acarretando apenas despesas, conforme documentação trazida aos autos. A venda do bem visa custear tratamentos médicos, medicamentos, contratação de cuidadora e adequações na atual residência da curatelada, com vistas à sua dignidade, saúde e bem-estar.

3. Do Direito

A pretensão encontra respaldo legal no art. 1.748 do Código Civil, que estabelece a necessidade de autorização judicial para alienação de bens pertencentes ao curatelado, bem como no art. 1.749, I, que exige avaliação prévia e autorização judicial para tais atos.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 230, impõe à família, à sociedade e ao Estado o dever de amparo à pessoa idosa, assegurando-lhe participação na comunidade, defesa da dignidade e bem-estar.

O Estatuto do Idoso ( Lei 10.741/2003), especialmente em seus arts. 2º e 3º, reforça o direito da pessoa idosa à dignidade, à saúde e à segurança, o que, no presente caso, justifica e fundamenta a alienação do bem como meio de garantir tais direitos.

4. Da Jurisprudência

A jurisprudência pátria corrobora o entendimento de que a alienação de bens de incapazes deve observar a devida autorização judicial, precedida de avaliação, e ter como finalidade a proteção da dignidade da pessoa idosa (TJ-RJ, Apelação Cível 0004186-08.2019.8.19.0063; TJSP, Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP).

5. Conclusão

À luz dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da proteção integral à pessoa idosa (CF/88, art. 230), bem como da legislação infraconstitucional aplicável, entendo que estão preenchidos os requisitos legais para a autorização judicial pleiteada.

A alienação do imóvel revela-se medida necessária, proporcional e adequada à promoção do bem-estar da curatelada, sendo realizada nos moldes legais, mediante avaliação judicial, e com fiscalização do Ministério Público.

6. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, que impõe ao magistrado o dever de fundamentar todas as decisões, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por A. J. da S., na qualidade de curadora de M. F. da S., para:

  1. Autorizar a venda do imóvel localizado na Rua das Acácias, nº 789, Bairro Jardim Bela Vista, matrícula nº 12345 do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de [inserir cidade/UF];
  2. Determinar a nomeação de perito avaliador judicial para apuração do valor de mercado do imóvel;
  3. Determinar a intimação do Ministério Público, nos termos do art. 178, II, do CPC/2015, para acompanhar o feito;
  4. Garantir a tramitação prioritária nos termos do art. 71 do Estatuto do Idoso.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

7. Local e Data

[Cidade], [Data].

___________________________________
Juiz de Direito


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