Modelo de Petição Inicial de Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável com Partilha de Bens
Publicado em: 14/10/2024 Civel FamiliaPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL COM PARTILHA DE BENS
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de [CIDADE] – [UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
M. F. de S. L., brasileira, pensionista, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX e do RG nº X.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua [endereço completo], CEP XXXXX-XXX, na cidade de [cidade/UF], endereço eletrônico: [[email protected]], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na [endereço completo do advogado], onde recebe intimações, vem, respeitosamente, propor a presente:
AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL COM PARTILHA DE BENS
em face de J. A. da S., brasileiro, mestre de obras, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX e do RG nº X.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua [endereço completo], CEP XXXXX-XXX, na cidade de [cidade/UF], endereço eletrônico: [[email protected]], pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.
3. DOS FATOS
A Autora e o Réu conviveram em união estável por aproximadamente 12 (doze) anos, mantendo uma relação pública, contínua e duradoura, com o objetivo de constituir família, conforme preceitua o CCB/2002, art. 1.723.
Durante a convivência, o casal constituiu patrimônio comum, fruto do esforço conjunto, tendo construído uma residência, estabelecido uma mercearia e adquirido dois veículos: uma motocicleta e um automóvel.
Apesar da aparência de estabilidade, o relacionamento era conturbado, marcado por episódios de agressões físicas e psicológicas perpetradas pelo Réu. A Autora, por medo e dependência emocional, jamais formalizou denúncia, o que não descaracteriza a violência sofrida.
O término da união ocorreu quando o Réu abandonou o lar para viver um relacionamento extraconjugal. Desde então, a Autora desenvolveu quadro grave de depressão, necessitando de acompanhamento médico e uso contínuo de medicamentos.
Mesmo após a separação de fato, o Réu insiste em provocar a Autora, utilizando-se de sua atual companheira para humilhá-la e desestabilizá-la emocionalmente, o que agrava ainda mais seu estado de saúde.
4. DO DIREITO
A Constituição Federal reconhece expressamente a união estável como entidade familiar, conforme dispõe o CF/88, art. 226, §3º. O Código Civil, por sua vez, regulamenta a matéria nos CCB/2002, arts. 1.723 a 1.727.
A união estável é caracterizada pela convivência pública, contínua e duradoura entre duas pessoas, com o objetivo de constituir família. No presente caso, estão presentes todos os requisitos legais para o reconhecimento da união estável.
Quanto à partilha de bens, o regime aplicável é o da comunhão parcial de bens, nos termos do CCB/2002, art. 1.725, sendo presumido o esforço comum na aquisição dos bens durante a convivência. Assim, todos os bens adquiridos onerosamente durante a união devem ser partilhados em partes iguais.
A jurisprudência é pacífica no sentido de reconhecer o direito à meação dos bens adquiridos durante a união estável, ainda que registrados em nome de apenas um dos companheiros, desde que comprovado o esforço comum, direto ou indireto.
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