Modelo de Ação de Repetição de Indébito Tributário contra a União Federal para Restituição de Imposto de Renda Indevidamente Retido sobre Folgas Remuneradas

Publicado em: 19/11/2023 Tributário
Propositura de ação de repetição de indébito tributário em face da União Federal, visando à restituição de valores indevidamente recolhidos a título de imposto de renda sobre folgas remuneradas. O documento fundamenta-se na natureza indenizatória da verba, conforme previsão do art. 153, III, da Constituição Federal de 1988, art. 6º, V, da Lei 7.713/88, e jurisprudências dos tribunais superiores, além de solicitar a atualização monetária pela taxa SELIC e a condenação da ré ao pagamento de honorários e custas processuais.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA FEDERAL DA COMARCA DE ___

PREÂMBULO

Nome completo do(a) autor(a), estado civil, profissão, portador(a) do CPF nº ___, residente e domiciliado(a) na ___, endereço eletrônico ___, por meio de seu advogado, com endereço profissional na ___, vem à presença de Vossa Excelência propor a presente AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO, com fundamento no art. 319 do CPC/2015 e demais dispositivos legais aplicáveis, em face da UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público, com endereço na ___, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O(a) autor(a) é empregado(a) da empresa ___ e, no exercício de suas funções, recebeu remuneração referente a folgas remuneradas, conforme previsto em convenção coletiva de trabalho. Contudo, sobre tais valores, houve a indevida incidência de imposto de renda, configurando cobrança ilegal e contrária à legislação vigente.

A folga remunerada possui natureza indenizatória, uma vez que não representa acréscimo patrimonial, mas sim compensação pelo trabalho realizado em dias de descanso. Assim, a retenção do imposto de renda sobre tal verba contraria o disposto no CF/88, art. 153, III, e na Lei 7.713/88, art. 6º, V.

Diante disso, busca-se a restituição dos valores indevidamente recolhidos, devidamente corrigidos, com base nos critérios estabelecidos pela legislação e jurisprudência aplicáveis.

DO DIREITO

A Constituição Federal de 1988 estabelece, em seu art. 153, III, que o imposto de renda incide sobre rendimentos que configurem acréscimo patrimonial. No caso das folgas remuneradas, a verba possui natureza indenizatória, não representando aumento de patrimônio, mas sim compensação pelo trabalho realizado em dias de descanso.

A Lei 7.713/88, art. 6º, V, reforça essa interpretação ao prever a isenção do imposto de renda sobre verbas de natureza indenizatória. Ademais, o CTN, art. 167, parágrafo único, dispõe que a restituição de tributos pagos indevidamente deve ser feita com a devida atualização monetária e juros de mora, a partir do trânsito em julgado, conforme a Súmula 188/STJ.

Doutrinadores renomados, como Hugo de Brito Machado, defendem que a tributação deve observar o princípio da capacidade contributiva, previsto no CF/88, art. 145, §1º. Nesse sentido, a incidência de imposto de renda sobre verbas indenizatórias viola tal princípio, pois não há riqueza nova a ser tributada.

Além disso, a Emenda Constitucional 113/21 estabelece que os juros e a correção monetária devem ser calculados pela taxa SELIC, garantindo a justa"'>...

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RELATÓRIO

Trata-se de ação judicial proposta por Nome do Autor em face da União Federal, objetivando a repetição de indébito tributário referente à incidência de imposto de renda sobre folgas remuneradas. O(a) autor(a) argumenta que tais verbas possuem natureza indenizatória, não configurando acréscimo patrimonial, conforme disposto no art. 153, III, da Constituição Federal de 1988 e no art. 6º, V, da Lei 7.713/88.

Em suas razões, o(a) autor(a) pleiteia a restituição dos valores indevidamente retidos, devidamente corrigidos pela taxa SELIC, além da condenação da ré ao pagamento de honorários advocatícios e custas processuais.

A União Federal, em contestação, alega a legalidade da cobrança, sustentando que as verbas em questão possuem natureza remuneratória e se sujeitam à tributação pelo imposto de renda.

FUNDAMENTAÇÃO

A presente decisão fundamenta-se nos princípios constitucionais, especialmente na observância do art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige que as decisões sejam fundamentadas. Passo à análise dos fatos e dos fundamentos apresentados pelas partes, com base na interpretação hermenêutica dos dispositivos legais e constitucionais aplicáveis.

O art. 153, III, da Constituição Federal estabelece que o imposto de renda incide sobre renda e proventos de qualquer natureza que configurem acréscimo patrimonial. No caso em análise, as folgas remuneradas possuem caráter indenizatório, compensando o trabalho realizado em dias de descanso, sem representar aumento de patrimônio.

Tal entendimento é corroborado pelo art. 6º, V, da Lei 7.713/88, que prevê a isenção do imposto de renda sobre verbas de natureza indenizatória. Ademais, a jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal (Tema 808) e do Superior Tribunal de Justiça (Tema 878) reforça a tese de que não incide imposto de renda sobre valores que não representem enriquecimento material do contribuinte.

O princípio da capacidade contributiva, consagrado no art. 145, §1º, da Constituição Federal, também não pode ser desconsiderado. A tributação deve incidir sobre a riqueza efetiva do contribuinte, o que não ocorre no caso de verbas indenizatórias, como as folgas remuneradas.

Por fim, quanto à restituição dos valores indevidamente recolhidos, o art. 167 do Código Tributário Nacional e a Emenda Constitucional 113/2021 determinam que a atualização deve ocorrer com base na taxa SELIC, desde a data do recolhimento até o efetivo pagamento, garantindo a justa reparação ao contribuinte.

DISPOSITIVO

Diante do exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, julgo procedente o pedido formulado na inicial para:

  1. Declarar a ilegalidade da incidência de imposto de renda sobre as folgas remuneradas recebidas pelo(a) autor(a), reconhecendo sua natureza indenizatória.
  2. Condenar a União Federal à restituição dos valores indevidamente retidos, devidamente corrigidos pela taxa SELIC, desde a data do recolhimento até o efetivo pagamento.
  3. Condenar a ré ao pagamento de honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015, e ao pagamento das custas processuais.

Determino ainda a expedição de ofício à Receita Federal para que se abstenha de realizar futuras retenções de imposto de renda sobre as folgas remuneradas percebidas pelo(a) autor(a).

Transitada em julgado, arquivem-se os autos com as devidas baixas.

CONCLUSÃO

Em face do exposto, conheço do recurso e dou-lhe provimento para reformar a decisão recorrida, julgando procedente o pedido inicial. Esta decisão encontra respaldo nos dispositivos constitucionais e infraconstitucionais aplicáveis, bem como na jurisprudência consolidada sobre o tema.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Local e Data.

______________________________
Nome do Magistrado
Juiz(a) de Direito


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