Modelo de Ação de Obrigação de Fazer com Indenização por Danos Morais contra Banco por Registro Indevido no SCR

Publicado em: 07/05/2024 Consumidor
Trata-se de uma ação judicial proposta por consumidor contra instituição bancária, fundamentada nos arts. 186 e 927 do Código Civil e no art. 6º do Código de Defesa do Consumidor, visando à exclusão de registro indevido no Sistema de Informações de Crédito (SCR) e pleiteando indenização por danos morais. O autor alega que, mesmo após a quitação integral de um financiamento, o banco manteve o registro de "prejuízo" em seu nome, causando-lhe transtornos e negativa de crédito. A petição inicial inclui pedido de tutela de urgência, condenação ao pagamento de R$ 10.000,00 a título de danos morais e designação de audiência de conciliação. Referências jurisprudenciais do STJ e TJSP são apresentadas para embasar o pedido.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE _____________

Processo nº _____________

PREÂMBULO

Autor: A. J. dos S., brasileiro, casado, engenheiro, inscrito no CPF sob o nº _____________, residente e domiciliado na Rua _____________, nº ___, Bairro _____________, Cidade _____________, Estado _____________, e-mail _____________.
Réu: Banco _____________, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº _____________, com sede na Rua _____________, nº ___, Bairro _____________, Cidade _____________, Estado _____________, e-mail _____________.

O Autor, por meio de seu advogado, com endereço profissional na Rua _____________, nº ___, Bairro _____________, Cidade _____________, Estado _____________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 186 e 927 do Código Civil (CCB/2002), art. 6º, III e IV, do Código de Defesa do Consumidor (CDC), e demais dispositivos aplicáveis, propor a presente:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em face de

BANCO _____________

DOS FATOS

O Autor contratou com o Réu um financiamento no valor de R$ _____________, com vencimento em _____________. Após a quitação integral do débito em _____________, o Autor constatou que seu nome permanecia registrado no Sistema de Informações de Crédito (SCR) do Banco Central, com a anotação de "prejuízo".

Tal situação causou ao Autor diversos transtornos, incluindo a negativa de concessão de crédito em outras instituições financeiras, além de abalo à sua honra e imagem. Mesmo após reiteradas tentativas de solução administrativa, o Réu manteve o registro indevido, forçando o Autor a buscar socorro judicial.

DO DIREITO

A manutenção indevida de registros no SCR, após a quitação das dívidas, configura ato ilícito, nos termos do CCB/2002, art. 186, pois viola o direito do consumidor à informação correta e atualizada, conforme previsto no CDC, art. 6º, III e IV.

O SCR, embora não seja um cadastro de inadimplentes, possui caráter restritivo ao crédito, pois é acessado por instituições financeiras para análise de risco. A manutenção de informações incorretas ou desatualizadas prejudica a reputação financeira do consumidor, configurando dano moral presumido (in re ipsa), conforme entendimento consolidado pelo STJ (REsp. 1365284/SC/STJ).

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Ação de Obrigação de Fazer c/c Indenização por Danos Morais proposta por A. J. dos S. contra o Banco _____________, em razão da manutenção indevida de registro de "prejuízo" no Sistema de Informações de Crédito (SCR) após a quitação integral de financiamento.

O Autor alega que tal conduta causou diversos transtornos, incluindo a negativa de concessão de crédito em outras instituições financeiras, além de abalar sua honra e imagem. Requer a exclusão do registro e indenização por danos morais.

Fundamentação

O presente voto fundamenta-se nos princípios consagrados na Constituição Federal de 1988, em especial o art. 93, inciso IX, que determina que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, sob pena de nulidade.

Inicialmente, é necessário destacar que o direito do consumidor à informação clara e atualizada, previsto no art. 6º, III e IV, do Código de Defesa do Consumidor (CDC), foi violado. A manutenção indevida do registro no SCR, mesmo após a quitação do débito, configura ato ilícito, conforme disposto no art. 186 do Código Civil.

Ainda, o Réu descumpriu o dever de boa-fé objetiva (art. 422 do Código Civil), ao não proceder à exclusão do registro, prejudicando a confiança legítima depositada pelo Autor. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) é pacífica quanto à presunção de dano moral em casos como este, conforme se verifica no REsp. Acórdão/STJ.

Ademais, a conduta do Réu causou prejuízos diretos ao Autor, restringindo seu acesso ao mercado de crédito e expondo-o a constrangimentos que não podem ser considerados meros dissabores. Assim, a configuração de dano moral in re ipsa é evidente.

Dispositivo

Diante do exposto, voto no sentido de:

  1. Julgar procedente o pedido para determinar a exclusão imediata e definitiva do registro de "prejuízo" no Sistema de Informações de Crédito (SCR), sob pena de multa diária de R$ 500,00 em caso de descumprimento;
  2. Condenar o Réu ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), corrigidos monetariamente desde a data do presente julgamento e acrescidos de juros de mora de 1% ao mês a partir da citação;
  3. Condenar o Réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do Código de Processo Civil.

Assim, conheço o recurso interposto e dou-lhe provimento para reformar a sentença de primeiro grau e acolher os pedidos do Autor.

É como voto.

Conclusão

A presente decisão está fundamentada nos princípios constitucionais e legais aplicáveis, buscando promover a justiça e a proteção aos direitos do consumidor. Determina-se a exclusão do registro indevido e a reparação pelos danos morais suportados.

_____________, ___ de _____________ de 20__.

___________________________________________
Magistrado(a)


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