Modelo de Reclamação Trabalhista com Pedido de Tutela Antecipada: Assédio Moral, Falta de Pagamento de Remuneração Variável, Horas Extras e Danos Morais

Publicado em: 31/01/2025 Trabalhista Processo do Trabalho
Ação trabalhista movida por A. F. da S. contra a empresa OII, requerendo o reconhecimento da natureza salarial da remuneração variável e sua integração ao salário, pagamento de diferenças salariais, horas extras não quitadas, indenização por danos morais decorrente de assédio moral no ambiente de trabalho, regularização de valores referentes ao afastamento e outras verbas trabalhistas. Alega-se também a prática de assédio moral, irregularidades no pagamento e violação a direitos previstos na CLT e na Constituição Federal.

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM PEDIDO DE TUTELA

PREÂMBULO

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) do Trabalho da ___ Vara do Trabalho de [cidade/estado],

A. F. da S., brasileira, solteira, operadora de atendimento, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua [endereço completo], vem, por meio de seu advogado infra-assinado, com endereço eletrônico [email do advogado], propor a presente:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

Em face de OII, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº XX.XXX.XXX/XXXX-XX, com sede na Rua [endereço completo], pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

A Reclamante foi admitida pela Reclamada em 08 de abril de 2022, exercendo a função de operadora de atendimento, com jornada de trabalho das 10h às 18h40, em escala de 7/12 horas. Além disso, realizava jornadas dobradas aos finais de semana para atingir a remuneração variável desejada e acumular banco de horas.

Contudo, a Reclamante nunca recebeu sua remuneração corretamente, sendo constantemente paga a menor. Há um ano, a Reclamada deixou de pagar a remuneração variável junto ao salário, em clara tentativa de burlar a legislação trabalhista. Ressalta-se que a remuneração variável não possui natureza de prêmio, mas sim de bonificação vinculada ao cumprimento de metas, devendo, portanto, integrar o salário para todos os fins legais.

A Reclamante também sofre pressão exacerbada para o cumprimento de metas, sendo impedida de ir ao banheiro sem restrições e tratada com ignorância por seus supervisores, o que caracteriza assédio moral. Além disso, a Reclamada não efetuou o pagamento dos primeiros 15 dias de afastamento referentes aos 24 dias de atestado médico apresentados pela Reclamante, deixando-a em situação financeira delicada.

Por fim, a Reclamante não recebeu corretamente as horas extras realizadas, mesmo diante das jornadas extenuantes e dobradas aos finais de semana.

DO DIREITO

1. DA INTEGRAÇÃO DA REMUNERAÇÃO VARIÁVEL AO SALÁRIO

A remuneração variável paga à Reclamante possui natureza salarial, conforme disposto no CCB/2002, art. 457, §1º, uma vez que é vinculada ao cumprimento de metas e habitualidade. Assim, deve integrar o salário para todos os fins, incluindo o cálculo de férias, 13º salário, FGTS e horas extras.

A conduta da Reclamada ao deixar de pagar a remuneração variável junto ao salário configura tentativa de fraude à legislação trabalhista, violando o CF/88, art. 7º, X, que assegura a proteção ao salário contra retenções ilícitas.

2. DO ASSÉDIO MORAL

A pressão exacerbada para o cumprimento de metas, as restrições ao uso do banheiro e o tratamento desrespeitoso por parte dos supervisores configuram assédio moral, violando o CF/88, art. 1º, III, que garante a dignidade da pessoa"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de reclamação trabalhista ajuizada por A. F. da S. em face de OII, pessoa jurídica de direito privado, com sede na Rua [endereço completo], onde a parte autora pleiteia, entre outros pedidos, a regularização da remuneração variável, indenização por danos morais decorrentes de assédio moral, pagamento de horas extras, pagamento dos primeiros 15 dias de afastamento médico e reflexos sobre verbas trabalhistas.

A causa foi instruída com documentos e depoimentos das partes, sendo encerrada a instrução processual. Passo ao voto.

Voto

Em atenção ao disposto no artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige fundamentação de todas as decisões judiciais, passo à análise hermenêutica dos fatos e fundamentos legais apresentados.

1. Da Integração da Remuneração Variável ao Salário

A análise probatória evidencia que a remuneração variável recebida pela Reclamante possui natureza salarial, conforme previsto no artigo 457, §1º, do Código Civil Brasileiro de 2002. A habitualidade no pagamento, vinculada ao cumprimento de metas, impõe sua integração ao salário para todos os fins legais, incluindo o cálculo de férias, 13º salário, FGTS e horas extras.

Ademais, a conduta da Reclamada ao deixar de pagar a remuneração variável configura tentativa de fraude à legislação trabalhista, violando o artigo 7º, X, da Constituição Federal, que garante a proteção ao salário contra retenções ilícitas. Nesse ponto, procede o pedido da autora.

2. Do Assédio Moral

Restou demonstrado nos autos que a Reclamante foi submetida a condições degradantes e humilhantes no exercício de suas funções, configurando assédio moral. A pressão exacerbada para o cumprimento de metas, as restrições ao uso do banheiro e o tratamento desrespeitoso por parte dos supervisores violam os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (artigo 1º, III, da CF/88) e da redução dos riscos inerentes ao trabalho (artigo 7º, XXII, da CF/88).

Assim, reconheço o direito à indenização por danos morais, fixando o valor em R$ 50.000,00, em atenção aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade. Procede o pedido da autora.

3. Do Pagamento dos 15 Primeiros Dias de Afastamento

A Reclamada deixou de pagar os primeiros 15 dias de afastamento médico da Reclamante, desrespeitando o disposto no artigo 60, §3º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Tal conduta prejudica a subsistência da trabalhadora e deve ser corrigida. Procede o pedido da autora.

4. Das Horas Extras

Restou comprovado que a Reclamante realizou jornadas extenuantes, incluindo dobradas aos finais de semana, sem que as horas extras tenham sido devidamente quitadas. A ausência de pagamento constitui enriquecimento ilícito, em violação ao artigo 884 do Código Civil, e desrespeita o artigo 59 da CLT. Procede o pedido da autora.

5. Dos Benefícios da Justiça Gratuita

A Reclamante demonstrou insuficiência financeira, razão pela qual concedo os benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo 5º, LXXIV, da Constituição Federal.

6. Dos Honorários Advocatícios

Diante da procedência parcial dos pedidos, fixo os honorários advocatícios sucumbenciais em 15% sobre o valor da condenação, com base no artigo 791-A da CLT.

Conclusão

Ante o exposto, conheço dos pedidos formulados na reclamação trabalhista e julgo-os procedentes em parte, para condenar a Reclamada OII ao pagamento das seguintes verbas:

  • Diferenças salariais decorrentes da integração da remuneração variável ao salário, com os devidos reflexos;
  • Indenização por danos morais no valor de R$ 50.000,00;
  • Pagamento dos 15 primeiros dias de afastamento médico;
  • Horas extras realizadas e não quitadas, com os devidos reflexos;
  • Honorários advocatícios sucumbenciais no percentual de 15% sobre o valor da condenação.

Concedo ainda os benefícios da justiça gratuita à Reclamante.

Dá-se à causa o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais).

É como voto.


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