Modelo de Recurso Administrativo contra Auto de Infração Ambiental no IPAAM: Pedido de Revisão de Multa e Devolução de Bens Apreendidos

Publicado em: 02/03/2025 Administrativo Meio Ambiente Micro
Este documento trata de um recurso administrativo apresentado por ISAAC DE OLIVEIRA BARBOSA HE, microempresa autuada pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) por suposta atividade de extração mineral sem autorização ambiental. O recurso tem como fundamento os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, previstos no art. 37 da Constituição Federal, e o Decreto Federal nº 6.514/08, que regulamenta a aplicação de penalidades ambientais. A empresa busca a anulação ou redução da multa de R$ 100.500,00, a devolução de bens apreendidos e a concessão de prazo para regularização da atividade. O pedido também sustenta a ausência de danos ambientais irreversíveis e a desproporção das penalidades aplicadas frente à capacidade econômica da recorrente.

RECURSO ADMINISTRATIVO

AUTO DE INFRAÇÃO AMBIENTAL

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Diretor-Presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – IPAAM,

I. DE O. B. HE, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XXX.XXX.XXX/XXXX-XX, com sede na Rua X, nº XX, Bairro Y, Município de Presidente Figueiredo/AM, CEP XXXXX-XXX, endereço eletrônico: exemplo@email.com, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria, com fundamento no Decreto Federal nº 6.514/08, interpor o presente RECURSO ADMINISTRATIVO contra o Auto de Infração nº XXX, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

No dia 27 de fevereiro de 2025, a empresa recorrente foi autuada pelo IPAAM sob a alegação de operar atividade de extração mineral (laterita e terra vegetal) sem a devida autorização ambiental, no Ramal do Maroaga, zona rural de Presidente Figueiredo/AM. Como penalidade, foi aplicada multa no valor de R$ 100.500,00, além da apreensão de bens, incluindo madeira serrada, uma serraria portátil, uma pá carregadeira e um caminhão basculante.

Os bens apreendidos foram depositados sob responsabilidade da recorrente, com a proibição de uso ou alienação até decisão da autoridade competente. A empresa, no entanto, entende que a autuação e as penalidades impostas não observaram os princípios da proporcionalidade e razoabilidade, além de desconsiderarem elementos essenciais para a correta análise da situação.

DO DIREITO

A autuação e a penalidade aplicada pelo IPAAM devem observar os princípios constitucionais e legais que regem o direito administrativo, especialmente os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, previstos implicitamente no art. 37 da CF/88.

O Decreto Federal nº 6.514/08, que regulamenta a Lei Federal nº 9.605/98, estabelece critérios para a aplicação de sanções administrativas por infrações ambientais. O art. 6º da Lei Federal nº 9.605/98 dispõe que, na aplicação das penalidades, a autoridade competente deve levar em consideração a gravidade do fato, os antecedentes do infrator e a sua capacidade econômica.

No caso em tela, a multa aplicada no valor de R$ 100.500,00 revela-se desproporcional à capacidade econômica da recorrente, uma microempresa que não possui condições financeiras para arcar com tal montante sem comprometer sua continuidade operacional. Ademais, a apreensão de bens essenciais para o exercício de sua atividade econômica agrava ainda mais a situação, configurando excesso na aplicação d"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de recurso administrativo interposto pela empresa I. DE O. B. HE contra o Auto de Infração nº XXX, lavrado pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), em razão da operação de atividade de extração mineral sem a devida autorização ambiental, fato ocorrido em 27 de fevereiro de 2025, no Município de Presidente Figueiredo/AM.

Da Fundamentação Jurídica

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, o ato judicial deve ser fundamentado de forma clara e objetiva, expondo os fatos e os fundamentos legais que embasam a decisão. Assim, passo à análise.

1. Dos Fatos

A empresa recorrente foi autuada e penalizada com multa no valor de R$ 100.500,00, além da apreensão de bens essenciais para o exercício de sua atividade econômica. Alega que a autuação desconsiderou os princípios constitucionais da razoabilidade e da proporcionalidade, bem como sua capacidade econômica e a ausência de danos ambientais irreversíveis.

2. Do Direito

A aplicação de sanções administrativas deve observar os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, implícitos no art. 37 da Constituição Federal. Além disso, o Decreto Federal nº 6.514/08, que regulamenta a Lei Federal nº 9.605/98, estabelece critérios para a dosimetria das penalidades, considerando a gravidade do fato, os antecedentes do infrator e sua capacidade econômica.

Verifica-se que, no caso em análise, a multa de R$ 100.500,00 é desproporcional à capacidade econômica da recorrente, uma microempresa que, conforme demonstrado, não dispõe de recursos financeiros suficientes para arcar com tal penalidade sem comprometer sua operação.

Ademais, a apreensão de bens essenciais para a atividade econômica da empresa agrava a situação, configurando excesso por parte da autoridade administrativa. Ressalte-se que não houve comprovação de danos ambientais irreversíveis, sendo possível a regularização da atividade mediante obtenção da autorização ambiental necessária.

3. Da Jurisprudência

Os Tribunais Pátrios têm reconhecido a necessidade de observância dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade em casos semelhantes, como demonstram os seguintes precedentes:

  • TJSP (2ª Câmara Reservada ao Meio Ambiente) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"O Judiciário não pode substituir a Administração na dosimetria da sanção, salvo violação de parâmetros objetivos claros.\"
  • TJSP (2ª Câmara Reservada ao Meio Ambiente) - Remessa Necessária Cível Acórdão/TJSP: \"Responsabilidade administrativa por infração ambiental deve considerar a natureza acidental do evento.\"

Do Voto

Diante do exposto, e considerando os princípios constitucionais e legais aplicáveis à matéria, voto no sentido de dar parcial procedência ao recurso administrativo interposto, nos seguintes termos:

  1. Reduzir a multa aplicada ao patamar de R$ 30.000,00, valor mais condizente com a capacidade econômica da recorrente, nos termos do art. 6º da Lei Federal nº 9.605/98;
  2. Determinar a devolução imediata dos bens apreendidos, essenciais para o exercício da atividade econômica da recorrente;
  3. Conceder prazo de 90 (noventa) dias para que a empresa regularize sua situação ambiental, mediante a obtenção da devida autorização junto ao IPAAM.

Conclusão

Assim sendo, conheço o recurso interposto e, no mérito, voto por dar-lhe parcial procedência, reformando a decisão administrativa nos moldes acima delineados, em observância aos princípios da razoabilidade, proporcionalidade e eficiência, previstos na Constituição Federal e na legislação ambiental vigente.

É como voto.

Presidente Figueiredo/AM, 10 de março de 2025.

Magistrado Fulano de Tal


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