Modelo de Recurso Administrativo para Reconhecimento de Isenção do ITCMD com Base em Princípios Constitucionais e Violação de Boa-Fé Administrativa

Publicado em: 11/02/2025 Administrativo Tributário
O documento trata de um recurso administrativo interposto contra decisão da Fazenda Estadual que negou a isenção do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) ao recorrente, fundamentando-se em interpretação restritiva da legislação estadual. O recurso argumenta a violação aos princípios constitucionais da igualdade, razoabilidade, segurança jurídica e boa-fé administrativa, além do desrespeito ao venire contra factum proprium. Contém pedidos de reforma da decisão, anulação do ato administrativo, respeito à legislação tributária e, se necessário, audiência de conciliação.

RECURSO ADMINISTRATIVO

PREÂMBULO

À Ilustríssima Autoridade Administrativa da Fazenda Estadual,

Recorrente: A. J. dos S.
Recorrida: Fazenda Estadual

Processo Administrativo nº XXXXXXX

DOS FATOS

O presente recurso administrativo é interposto contra a decisão da Fazenda Estadual que negou a isenção do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) ao recorrente. A negativa foi fundamentada na interpretação restritiva de que a isenção prevista na legislação estadual aplica-se exclusivamente a "servidores públicos", enquanto o recorrente é classificado como "funcionário público".

Ademais, houve um ato administrativo vinculante no qual um auditor concedeu parecer favorável à isenção, mas posteriormente outro auditor cancelou o benefício, emitindo parecer contrário. Essa mudança de entendimento gerou insegurança jurídica e violou o princípio da confiança legítima, além de desrespeitar o princípio da boa-fé administrativa.

DO DIREITO

A negativa de isenção do ITCMD ao recorrente viola os princípios constitucionais da igualdade (CF/88, art. 5º, caput) e da razoabilidade, uma vez que não há distinção substancial entre "servidor público" e "funcionário público" para fins de aplicação da norma isentiva. A interpretação restritiva adotada pela Fazenda Estadual contraria o princípio da interpretação mais favorável ao contribuinte em matéria tributária.

O ato administrativo que cancelou a isenção também desrespeita o princípio da segurança jurídica, previsto no CF/88, art. 37, caput. A mudança de entendimento sem justificativa plausível e sem observância do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV) compromete a confiança legítima do administrado na estabilidade das decisões administrativas.

Além disso, a doutrina é unânime ao afirmar que, em caso de dúvida na interpretação de normas tributárias, deve-se optar pela solução mais favorável ao contribuinte, conforme o CTN, art. 112. A Fazenda Estadual, ao adotar uma interpretação restritiva e desfavorável ao recorrente, violou esse princípio fundamental.

Por fim, a conduta da Fazenda Estadual configura afronta ao princípio do venire contra factum proprium, uma vez que o parecer inicial concedeu a isenção, criando uma expectativa legítima no recorrente, que foi posteriormente frustrada de forma arbitrária.

...


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Informações complementares

Segue abaixo a simulação do voto do magistrado, em formato HTML, fundamentado no documento fornecido:

Simulação de Voto

I - Relatório

O presente voto trata do recurso administrativo interposto por A. J. dos S. contra decisão da Fazenda Estadual que negou a isenção do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), fundamentando-se na interpretação de que a isenção se aplica apenas a \"servidores públicos\", excluindo \"funcionários públicos\". Ainda, houve mudança de entendimento administrativo, com a revogação de parecer favorável anteriormente concedido, o que gerou questionamentos quanto à segurança jurídica e ao princípio da boa-fé administrativa.

Passo à análise do mérito.

II - Fundamentação

1. Da interpretação constitucional e legal

É dever desta Corte observar os princípios constitucionais e legais aplicáveis ao caso em análise. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, caput, assegura a igualdade entre os cidadãos, e o artigo 37, caput, consagra a administração pública como devendo ser guiada pelos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

No caso em tela, a distinção entre \"servidor público\" e \"funcionário público\", adotada pela Fazenda Estadual, para fins de aplicação da isenção do ITCMD, carece de razoabilidade e fere o princípio da igualdade, uma vez que não há diferença substancial entre as categorias para justificar tal limitação.

2. Da segurança jurídica e da boa-fé administrativa

O ato administrativo que revogou a isenção concedida desrespeitou os princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, ambos previstos no artigo 37 da Constituição Federal. A mudança de entendimento, sem a devida motivação e sem observância do devido processo legal, compromete o direito do recorrente de confiar na estabilidade das decisões administrativas.

Além disso, a conduta da Fazenda Estadual configura afronta ao princípio do venire contra factum proprium, ao adotar uma postura contraditória que prejudicou o recorrente.

3. Da interpretação em matéria tributária

Nos termos do artigo 112 do Código Tributário Nacional, em caso de dúvida na interpretação de normas tributárias, deve-se optar pela solução mais favorável ao contribuinte. Ao adotar uma interpretação restritiva, a Fazenda Estadual violou esse princípio fundamental, prejudicando o recorrente.

4. Da jurisprudência aplicável

Os precedentes mencionados reforçam a necessidade de se respeitar os princípios da segurança jurídica, confiança legítima e boa-fé administrativa. Destaca-se, ainda, a decisão do TJSP (Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP), que rechaça práticas administrativas contraditórias e prejudiciais ao administrado.

III - Dispositivo

Ante o exposto, conheço do recurso administrativo interposto por A. J. dos S. e, no mérito, dou-lhe provimento para:

  1. Reformar a decisão administrativa que negou a isenção do ITCMD, reconhecendo o direito do recorrente à isenção tributária;
  2. Declarar a nulidade do ato administrativo que cancelou a isenção, em razão da violação dos princípios da boa-fé administrativa, segurança jurídica e do venire contra factum proprium;
  3. Determinar que a Fazenda Estadual se abstenha de adotar interpretações restritivas que violem os direitos do recorrente;
  4. Ordenar a imediata concessão da isenção tributária ao recorrente.

É como voto.

IV - Conclusão

Por todo o exposto, considero procedente o pedido formulado no recurso administrativo, reconhecendo o direito do recorrente à isenção do ITCMD, em respeito aos princípios constitucionais e legais aplicáveis.

Decido, assim, por garantir o pleno exercício dos direitos do recorrente, com a devida observância dos preceitos constitucionais e legais.

[Local e Data]

Magistrado:

_____________________________________
Nome do Magistrado

### Estrutura do Documento 1. Relatório**: Introdução ao caso e apontamento dos fatos relevantes. 2. Fundamentação**: Interpretação hermenêutica entre os fatos e os dispositivos legais/constitucionais aplicáveis. 3. Dispositivo**: Decisão fundamentada com os pedidos deferidos. 4. Conclusão**: Encerramento do voto com destaque para a procedência do pedido. Este HTML pode ser exibido em um navegador, simulando a decisão judicial descrita.


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