Modelo de Recurso de Apelação – Condenação por Vias de Fato no Contexto de Violência Doméstica

Publicado em: 18/09/2024 Direito Penal Processo Penal
Modelo de Recurso de Apelação em caso de condenação por vias de fato (Decreto-Lei 3.688/1941, art. 21), em contexto de violência doméstica, abordando nulidade da sentença, proporcionalidade da pena e aplicação do princípio da insignificância.

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Judicial da Comarca de Bom Jesus/RS

Processo n.º: [número do processo]
Apelante: M. C. B.
Apelada: Justiça Pública

I. DOS FATOS

O apelante, M. C. B., foi condenado pela prática do delito de vias de fato (Decreto-Lei 3.688/1941, art. 21) cometido contra sua companheira D. P. A. B., em 07 de novembro de 2021, na cidade de São José dos Ausentes/RS. Conforme a sentença, a agressão ocorreu em contexto de violência doméstica, sob o manto da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). A condenação foi estabelecida em 20 dias de prisão simples, a ser cumprida em regime aberto, sem substituição da pena por restritiva de direitos (STJ, Súmula 582).

II. DO DIREITO

II.1. Nulidade da Sentença

Primeiramente, requer-se o reconhecimento da nulidade da sentença, em virtude da ausência de fundamentação suficiente para a aplicação das agravantes previstas no CP, art. 61, II, "a" e "f", contrariando o disposto no CPC/2015, art. 489, bem como na CF/88, art. 93, IX.

II.2. Princípio da Proporcionalidade

A condenação do apelante foi estabelecida no patamar máximo para a contravenção penal de vias de fato, sem a devida proporcionalidade entre o fato delituoso e a pena aplicada. O princípio da proporcionalidade deve ser observado, conforme CF/88, art. 5º, LIV, de modo a garantir que a pena seja adequada à gravidade do crime.

II.3. Erro na Aplicação da Pena

Ainda que se reconheça a materialidade e autoria dos fatos, é necessária a revisão da dosimetria da pena. O apelante não possui antecedentes criminais e foi descrito por testemunhas como trabalhador e sem histórico de agressões anteriores à vítima, o que não foi devidamente valorado na sentença, conforme CP, art. 59.

II.4. Violência Doméstica – Inaplicabilidade da Súmula 589/STJ...


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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

O presente recurso decorre de uma condenação por vias de fato praticadas no contexto de violência doméstica. A sentença, ao fixar a pena, utilizou-se de agravantes não devidamente fundamentadas e aplicou o regime mais gravoso, desconsiderando os bons antecedentes e a conduta social do réu. É imperioso destacar que, embora tenha ocorrido uma agressão física, o princípio da proporcionalidade deve prevalecer, garantindo que a resposta penal seja adequada ao fato concreto.

Conceitos e Definições

  • Contravenção Penal: Infrações penais de menor gravidade, previstas no Decreto-Lei 3.688/1941.
  • Vias de Fato: Agressões físicas leves que não resultam em lesão corporal grave.
  • Violência Doméstica: Qualquer ação ou omissão que cause dano à mulher, cometida em contexto de relação íntima de afeto.

Considerações Finais

Este recurso de apelação busca uma revisão justa e equilibrada da pena aplicada ao apelante, resguardando os princípios constitucionais da proporcionalidade e da dignidade humana, com vistas a garantir que a sanção imposta reflita de forma justa a conduta praticada.

TÍTULO:
MODELO DE RECURSO DE APELAÇÃO EM CASO DE CONDENAÇÃO POR VIAS DE FATO EM CONTEXTO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


1. Introdução

O recurso de apelação é o instrumento cabível quando a parte não concorda com a sentença condenatória, principalmente em casos onde se questiona a proporcionalidade da pena ou a correta aplicação do direito. No presente modelo, o caso envolve condenação por vias de fato (Decreto-Lei 3.688/1941, art. 21) em um contexto de violência doméstica, que exige uma análise cuidadosa à luz da Lei Maria da Penha e do princípio da proporcionalidade. Além disso, a nulidade da sentença e a possível aplicação do princípio da insignificância são levantadas como teses de defesa.


2. Apelação criminal

O recurso de apelação criminal busca reformar a decisão do juízo de primeiro grau, contestando os fundamentos que levaram à condenação. No presente caso, a apelação deve abordar a inadequação da condenação baseada no Decreto-Lei 3.688/1941, art. 21, discutindo se os fatos caracterizam vias de fato suficientes para justificar uma penalização.

A fundamentação do recurso se baseia na revisão da sentença quanto à correta valoração das provas e da tipicidade dos fatos. A alegação de nulidade da sentença pode surgir de eventuais falhas processuais, como a insuficiência de fundamentação ou a ausência de condições que justifiquem a condenação penal.


3. Vias de fato

As vias de fato, tipificadas no Decreto-Lei 3.688/1941, art. 21, são condutas que não necessariamente envolvem lesão corporal, mas representam agressões físicas mínimas, como empurrões ou tapas. Na apelação, deve-se questionar se os atos praticados no contexto de violência doméstica são relevantes o suficiente para justificar uma condenação, ou se poderiam ser tratados por outros meios, sem a imposição de uma pena criminal. O contexto é essencial para determinar se houve desproporcionalidade na aplicação da pena.


4. Violência doméstica

Nos casos de violência doméstica, a aplicação da Lei Maria da Penha ( Lei 11.340/2006) visa proteger as vítimas e combater a impunidade em situações de agressão no âmbito familiar. No entanto, é necessário avaliar se a conduta atribuída ao acusado justifica a aplicação rigorosa da lei, ou se há espaço para a interpretação que considere a atipicidade do fato, conforme o princípio da insignificância. A apelação, portanto, questiona se a aplicação da Lei Maria da Penha foi correta ou excessiva, considerando as circunstâncias específicas do caso.


5. Princípio da proporcionalidade

O princípio da proporcionalidade estabelece que a pena deve ser adequada e proporcional à gravidade do ato praticado. A defesa deve argumentar que, no caso em questão, a condenação por vias de fato resultou em uma penalidade desproporcional aos danos causados, se houveram. A aplicação do princípio visa garantir que não haja excesso punitivo, respeitando o equilíbrio entre o ato cometido e a sanção imposta.

A apelação deve destacar que, considerando a inexistência de danos maiores e a natureza da infração, a aplicação de uma pena criminal seria excessiva e desnecessária.


6. Condenação

A condenação por vias de fato em contexto de violência doméstica pode ser revista pela apelação, questionando a adequação da sentença proferida. O recurso deve argumentar que a decisão condenatória foi excessivamente severa ou inadequada às circunstâncias fáticas, pedindo sua reforma ou até a absolvição do réu.

A defesa pode apresentar argumentos sobre a fragilidade das provas, a ausência de dolo específico, ou mesmo a irrelevância penal da conduta, conforme as características do caso concreto.


7. Recurso

O recurso de apelação visa à revisão de todas as questões de fato e de direito levantadas durante o processo. No presente caso, a apelação se fundamenta na nulidade da sentença por ausência de fundamentação adequada, além da violação ao princípio da proporcionalidade. O princípio da insignificância também pode ser aplicado para afastar a tipicidade penal da conduta, reforçando a defesa de que o ato praticado não merece a repressão penal.


8. Considerações finais

Nas considerações finais, é importante enfatizar que a aplicação de uma pena criminal deve sempre observar o critério da proporcionalidade e da justiça material. No caso de vias de fato em um contexto de violência doméstica, a Lei Maria da Penha deve ser aplicada com cautela, especialmente quando os atos praticados são de mínima gravidade. A defesa, por meio da apelação criminal, visa à reforma da sentença, demonstrando que os princípios da proporcionalidade e da insignificância foram violados.

Assim, requer-se a reforma da decisão condenatória, absolvendo o apelante ou, subsidiariamente, reduzindo a pena imposta, considerando a relevância mínima dos atos praticados.


 


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