Modelo de Recurso de Apelação Contra Condenação por Tráfico de Drogas - Lei 11.343/2006

Publicado em: 28/11/2024 Direito Penal
Modelo de recurso de apelação contra a decisão condenatória por tráfico de drogas, com fundamento no art. 33 da Lei 11.343/2006. O recurso busca reformar a sentença, alegando falta de provas materiais robustas que comprovem a intenção de comercializar a substância apreendida. Ressalta-se o princípio da presunção de inocência e do in dubio pro reo, solicitando absolvição ou, alternativamente, a aplicação da causa de diminuição de pena prevista na legislação.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

PROCESSO Nº: XXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX

RECORRENTE: M. G. B. DA S.

RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL

ASSUNTO: RECURSO DE APELAÇÃO CONTRA DECISÃO DE CONDENAÇÃO NO ART. 33, DA LEI 11.343/2006

M. G. B. DA S., qualificada nos autos em epígrafe, por meio de seu advogado infra-assinado, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, interpor RECURSO DE APELAÇÃO contra a decisão que condenou a recorrente nos autos do processo crime pelo art. 33 da Lei 11.343/2006, com fundamento nos artigos 593, inciso I, e 600 do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir aduzidas:

I - DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

Inicialmente, faz-se necessário ressaltar que o presente recurso preenche todos os pressupostos de admissibilidade.

Quanto aos pressupostos objetivos, é inequívoco que o recurso é cabível, uma vez que a sentença condenatória comporta a interposição de apelação, conforme previsto no CPP, art. 593, I. Ademais, foi interposto dentro do prazo legal e observa as formalidades exigidas pela legislação processual penal vigente.

No que tange aos pressupostos subjetivos, verifica-se que a recorrente possui legitimidade e interesse recursal, uma vez que busca a reforma da decisão condenatória para assegurar a justiça e evitar uma condenação manifestamente inadequada e desproporcional.

II - DOS FATOS

A recorrente foi denunciada e condenada pela prática de tráfico de drogas, tipificado no art. 33 da Lei 11.343/2006, sendo a sentença fundamentada na posse de substância entorpecente encontrada em sua residência. Consta nos autos que a quantidade de droga foi considerada suficiente para configurar o tráfico, embora a recorrente tenha alegado desde o início que as substâncias eram destinadas a uso próprio.

A sentença condenatória foi baseada, essencialmente, em depoimentos indiretos e na presunção de que a recorrente estava envolvida com o tráfico, sem que houvesse provas materiais robustas que comprovassem de forma irrefutável o envolvimento da recorrente com o delito. A recorrente, à época dos fatos, encontrava-se em situação de vulnerabilidade social, o que reforça a necessidade de uma análise mais aprofundada sobre os elementos que motivaram a condenação.

III - DO DIREITO

Nos termos do art. 33 da Lei 11.343/2006, o tráfico de drogas é crime que exige a comprovação do dolo, ou seja, da intenção de comercializar a substância. A jurisprudência majoritária é clara ao exigir que, para a configuração do crime de tráfico, haja elementos concretos que demonstrem a finalidade mercantil da droga apreendida. No presente caso, a quantidade de droga apreendida não é, por si só, suficiente para caracterizar a prática do tráfico, sendo necessária a existência de outros elementos, como balanças de precisão, grande quantidade de dinheiro, ou depoimentos consistentes que indiquem a venda de drogas pela recorrente.

O art. 5º, LVII da CF/88 estabelece o princípio da presunção de inocência, pelo qual ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Neste sentido, a condenação da recorrente com base em presunções viola o referido princípio constitucional, uma vez que a prova produzida não se mostra suficiente para afastar a dúvida quanto à destinação da substância entorpecente apreendida.

Além disso, o art. 42 da Lei 11.343/2006 determina que, na fixação da pena, o juiz deve considerar, com preponderância sobre o previsto no Código Penal, a natureza e a quantidade da substância entorpe"'>...

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Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito:

A recorrente foi denunciada e condenada pela prática do crime de tráfico de drogas, tipificado no art. 33 da Lei 11.343/2006, com base na apreensão de uma quantidade de substância entorpecente em sua residência. A condenação foi embasada em depoimentos indiretos e na presunção de que a recorrente estava envolvida no tráfico, sem que houvesse provas materiais concretas que demonstrassem de forma inequívoca a intenção de comercializar a substância apreendida.

A recorrente, à época dos fatos, encontrava-se em situação de vulnerabilidade social, sendo usuária de drogas, o que reforça a necessidade de uma análise mais aprofundada sobre as circunstâncias do caso. É importante destacar que a simples posse de drogas, sem outros elementos indicativos de sua destinação comercial, não pode ser utilizada para fundamentar uma condenação por tráfico. A jurisprudência majoritária exige provas robustas e concretas para caracterizar a finalidade mercantil da droga apreendida.

Defesas que Podem Ser Opostas pela Parte Contrária:

A parte contrária, representada pelo Ministério Público, pode opor as seguintes defesas para justificar a manutenção da condenação:

  1. Provas Indiretas Suficientes: Argumentar que, apesar da falta de provas materiais diretas, os depoimentos e indícios são suficientes para demonstrar o envolvimento da recorrente com o tráfico de drogas, considerando o contexto em que a substância foi encontrada e o comportamento suspeito da recorrente.

  2. Quantidade de Droga Apreendida: Sustentar que a quantidade de droga apreendida é indicativa da prática de tráfico, não sendo compatível com o consumo próprio, o que justifica a condenação com base na presunção de destinação comercial.

  3. Relevância dos Indícios: Alegar que os indícios presentes nos autos, como a apreensão de drogas e o depoimento de testemunhas, são suficientes para formar um juízo de certeza quanto à culpabilidade da recorrente, mesmo que não existam provas materiais adicionais.

  4. Ausência de Comprovação de Uso Próprio: O MP pode ainda argumentar que não foram apresentadas provas concretas que demonstrassem que a substância apreendida era destinada ao uso próprio, desconsiderando as alegações da recorrente e buscando manter a condenação.

Conceitos e Definições do Documento:

  • Tráfico de Drogas (Art. 33, Lei 11.343/2006): Conduta que consiste em vender, fornecer, ter em depósito, transportar, ou realizar qualquer ato de mercancia de substância entorpecente sem autorização ou em desacordo com a legislação.

  • Princípio da Presunção de Inocência: Preceito constitucional segundo o qual nenhum indivíduo será considerado culpado até que haja uma sentença condenatória definitiva.

  • In Dubio Pro Reo: Princípio que estabelece que, na existência de dúvida quanto à autoria ou materialidade do crime, deve-se decidir em favor do acusado.

  • Vulnerabilidade Social: Situação em que a pessoa encontra-se em condições de extrema pobreza, exclusão ou fragilidade social, o que pode influenciar no cometimento de determinadas condutas.

Considerações Finais sobre o Modelo de Peça Processual:

Este modelo de recurso de apelação busca demonstrar a insuficiência das provas para embasar uma condenação por tráfico de drogas, enfatizando a presunção de inocência e a necessidade de provas concretas para afastar a dúvida quanto à destinação da substância apreendida. A fundamentação é embasada em princípios constitucionais e na jurisprudência majoritária, buscando a justiça e a imparcialidade no julgamento do caso.

 


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