Modelo de Recurso de Apelação contra Sentença de Improcedência em Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais envolvendo Direito de Propriedade sobre Recurso Hídrico

Publicado em: 09/04/2025 CivelProcesso Civil
Recurso de apelação interposto por produtor rural contra sentença de improcedência em ação de indenização por danos materiais e morais, movida em face da empresa JBS S.A., sucessora da Bertin S.A. A ação discute a exploração clandestina de recurso hídrico localizado em propriedade privada (Lagoa do Rosa, na Fazenda Cabanas do Araguaia, Redenção/PA) para fins industriais. O recurso fundamenta-se na violação ao direito de propriedade (CF/88, art. 5º, XXII), no Código das Águas (Decreto 24.643/1934), enriquecimento ilícito (CCB/2002, art. 884) e abuso de direito (CCB/2002, art. 187). Requer-se a reforma integral da sentença, condenação da apelada ao pagamento de indenização por danos materiais e morais, e reconhecimento da responsabilidade da empresa por prejuízos ambientais e econômicos.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ

V. F. da S., brasileiro, casado, produtor rural, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX e RG nº X.XXX.XXX-PA, residente e domiciliado na Fazenda Cabanas do Araguaia, zona rural do Município de Redenção/PA, endereço eletrônico: [email protected], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na Rua X, nº Y, Bairro Z, Redenção/PA, endereço eletrônico: [email protected], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPC/2015, art. 1.009 e seguintes, interpor o presente

RECURSO DE APELAÇÃO

contra a respeitável sentença proferida nos autos da Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais, processo nº 0002558-49.2008.8.14.0017, que tramitou perante a 1ª Vara Cível da Comarca de Redenção/PA, movida em face de JBS S.A., sucessora da empresa Bertin S.A., pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – PREÂMBULO

O presente recurso é tempestivo, interposto dentro do prazo legal de 15 (quinze) dias úteis, conforme dispõe o CPC/2015, art. 1.003, § 5º. A apelação visa à reforma total da sentença que julgou improcedente a ação indenizatória movida pelo ora apelante, sob o fundamento equivocado de que a água é bem público e, portanto, não ensejaria indenização ao proprietário da área onde se localiza a lagoa utilizada clandestinamente pela empresa apelada.

II – DOS FATOS

O apelante é legítimo proprietário da Fazenda Cabanas do Araguaia, localizada no Município de Redenção/PA, na qual se encontra uma lagoa natural denominada Lagoa do Rosa. Nos anos de 2006 e 2007, a empresa Bertin S.A., posteriormente sucedida pela JBS S.A., instalou de forma clandestina um sistema de captação de água da referida lagoa, utilizando-a para abastecimento industrial, sem qualquer autorização legal ou consentimento do proprietário.

Tal conduta causou prejuízos ao meio ambiente e à atividade econômica do apelante, que viu sua propriedade ser invadida e explorada indevidamente, sem qualquer compensação. A ação foi proposta visando à reparação dos danos materiais, com base no valor cobrado pela COSANPA pelo metro cúbico de água, e danos morais decorrentes da violação ao direito de propriedade e à dignidade do autor.

Contudo, a sentença de primeiro grau julgou improcedente o pedido, sob o argumento de que a água é bem público, não pertencendo ao autor, e, portanto, não caberia indenização. Tal entendimento, com o devido respeito, é equivocado e ignora os princípios constitucionais, o Código das Águas e o direito de propriedade assegurado pela Constituição Federal.

III – DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o direito de propriedade é garantido pela CF/88, art. 5º, XXII, sendo inviolável e assegurado a todos o direito de usá-la, gozá-la e dispor dela. A utilização indevida de recursos naturais localizados dentro da propriedade particular, sem autorização do proprietário, configura violação ao direito de propriedade e enseja reparação.

O Decreto 24.643/1934, art. 1º, que as águas públicas são aquelas que pertencem à União, Estados ou Municípios, mas também prevê, em seu Decreto 24.643/1934, art. 2º, que as águas que nascem e permanecem dentro de uma propriedade privada são de domínio do proprietário, salvo quando utilizadas para fins de utilidade pública.

No caso em tela, a Lagoa do Rosa está situada integralmente dentro da Fazenda Cabanas do Araguaia, de propriedade do apelante, conforme demonstrado nos autos, inclusive por meio de perícia técnica. A empresa apelada, sem qualquer autorização, instalou sistema de captação de água e utilizou o recurso"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I - Relatório

O presente recurso de apelação é interposto por V. F. da S. em face de sentença que julgou improcedente a ação indenizatória proposta contra JBS S.A., sucessora da empresa Bertin S.A. A controvérsia cinge-se à responsabilidade da apelada pelos danos materiais e morais decorrentes da captação clandestina de água da Lagoa do Rosa, situada na Fazenda Cabanas do Araguaia, propriedade do apelante.

II - Fundamentação

1. Do Direito de Propriedade

A CF/88, art. 5º, XXII, assegura o direito de propriedade como direito fundamental. No caso em tela, restou comprovado que a Lagoa do Rosa está situada integralmente dentro da propriedade do apelante, sendo legítima a sua reivindicação pela proteção e compensação pelo uso indevido de seus recursos naturais.

O Código das Águas ( Decreto 24.643/1934) estabelece que águas que nascem e permanecem dentro de uma propriedade privada são de domínio do proprietário, salvo para fins de utilidade pública, o que não é o caso presente. Dessa forma, a utilização clandestina da água pela empresa apelada configura violação ao direito de propriedade.

2. Do Dever de Indenizar

A conduta da empresa apelada violou o CCB/2002, art. 884, ao caracterizar enriquecimento ilícito, e o CCB/2002, art. 187, ao configurar abuso de direito. A captação de água sem autorização e sem qualquer compensação ao proprietário gerou prejuízos materiais e morais, os quais devem ser reparados.

3. Dos Danos Morais

Além dos danos materiais, a invasão à propriedade e a exploração irregular dos recursos naturais resultaram em afronta à dignidade do apelante, configurando dano moral, conforme entendimento consolidado na jurisprudência.

4. Da Jurisprudência

O entendimento jurisprudencial reforça o dever de indenizar em situações semelhantes, como demonstrado nos precedentes apresentados pelas partes. No caso concreto, a prova pericial confirma a localização da lagoa dentro da propriedade do apelante, estabelecendo o nexo de causalidade entre a conduta da apelada e os prejuízos sofridos pelo autor.

III - Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, IX, JULGO PROCEDENTE o recurso interposto por V. F. da S., para reformar a sentença de primeiro grau e:

  1. Reconhecer a responsabilidade da empresa JBS S.A. pelos danos materiais e morais causados ao apelante;
  2. Condenar a apelada ao pagamento de indenização por danos materiais, a ser apurada em liquidação de sentença, com base no valor do metro cúbico de água praticado pela COSANPA;
  3. Condenar a apelada ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), considerando a gravidade da violação ao direito de propriedade;
  4. Condenar a apelada ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 15% sobre o valor total da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

É como voto.

Redenção/PA, ___ de __________ de 2025.

Desembargador Relator


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