Modelo de Recurso de Apelação Criminal: Nulidade de Audiência, Inidoneidade de Provas e Aplicabilidade da Lei Maria da Penha

Publicado em: 06/07/2024 Direito Penal
Recurso de apelação interposto por acusado condenado por ameaça (art. 147 do CP) no contexto de violência doméstica (Lei 11.340/2006). A peça alega nulidade da audiência de instrução devido à ausência de intimação válida, inidoneidade das provas baseadas em prints de mensagens de celular e inaplicabilidade da Lei Maria da Penha em razão da falta de vínculo familiar ou convivência íntima. Requer a anulação do processo, desclassificação do crime, ou absolvição por insuficiência de provas.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE MUNDO NOVO – MS

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

Apelante: [NOME DO ACUSADO, EX.: A. J. DOS S.]

Apelado: Ministério Público

RECURSO DE APELAÇÃO

O Apelante, A. J. dos S., já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPP, art. 593, I, interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO contra a sentença proferida nos autos, requerendo que seja recebido e processado, com posterior remessa ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, para fins de reforma da decisão, pelos fundamentos a seguir expostos.

PREÂMBULO

O presente recurso é interposto em face da sentença que condenou o Apelante à pena de 3 (três) meses de detenção, pela prática do crime de ameaça, previsto no CP, art. 147, combinado com a Lei 11.340/2006. A decisão merece reforma, conforme será demonstrado a seguir.

DOS FATOS

O Apelante foi denunciado pelo Ministério Público pela suposta prática do crime de ameaça, no contexto de violência doméstica, com fundamento na Lei 11.340/2006. Durante a instrução processual, o Apelante foi intimado para audiência de instrução por meio de carta precatória, visto que atualmente reside na cidade de Americana, São Paulo. Contudo, no dia designado para o ato, o link de acesso à audiência virtual não foi disponibilizado ao Apelante, impossibilitando sua participação.

Em razão da ausência do Apelante, o MM. Juiz de piso decretou sua revelia, desconsiderando a falha na disponibilização do link de acesso. Além disso, a condenação foi fundamentada em provas obtidas por meio de prints de mensagens de celular, sem a utilização de mecanismos confiáveis para sua validação, o que compromete a idoneidade da prova.

Por fim, a sentença aplicou as disposições da Lei 11.340/2006, sob o argumento de que o Apelante e a vítima mantinham um relacionamento amoroso. No entanto, não foi comprovada a existência de vínculo familiar ou de convivência íntima que justificasse a aplicação da referida legislação.

DO DIREITO

1. DA NULIDADE DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO

Conforme disposto no CPP, art. 564, IV, é causa de nulidade absoluta a ausência de intimação válida do acusado para ato processual relevante. No caso em tela, o Apelante foi impossibilitado de participar da audiência de instrução devido à falha na disponibilização do link de acesso, o que violou seu direito à ampla defesa e ao contraditório, garantidos pelo CF/88, art. 5º, LV.

Ademais, a decretação de revelia, sem que fosse oportunizada a participação do Apelante por meio de acesso remoto, configura grave cerceamento de defesa, ensejando a nulidade do ato e de todos os subsequentes.

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Vistos, relatados e discutidos estes autos.

Trata-se de Recurso de Apelação interposto pelo Apelante A. J. dos S., contra sentença proferida pelo MM. Juiz da ___ Vara Criminal da Comarca de Mundo Novo/MS, que o condenou à pena de 3 (três) meses de detenção pela prática do crime de ameaça, tipificado no art. 147 do Código Penal, combinado com a Lei 11.340/2006.

1. Da análise dos fatos

O Apelante foi condenado com base em provas obtidas por meio de prints de mensagens de celular, que não foram devidamente validadas, e sua participação na audiência de instrução foi prejudicada devido a um erro na disponibilização do link de acesso à audiência virtual. Ademais, a aplicação da Lei Maria da Penha foi fundamentada em uma relação amorosa sem comprovação de vínculo familiar ou convivência íntima.

2. Dos fundamentos jurídicos

2.1. Da nulidade da audiência de instrução

O direito à ampla defesa e ao contraditório, garantidos pelo art. 5º, LV, da Constituição Federal de 1988, foi violado ao não ser oportunizada a participação do Apelante na audiência de instrução. A ausência de intimação válida configura nulidade absoluta, conforme o art. 564, IV, do Código de Processo Penal.

2.2. Da inidoneidade das provas

Os prints de mensagens de celular, utilizados como principal elemento probatório para a condenação, não foram submetidos a mecanismos de validação confiáveis, comprometendo sua autenticidade. O art. 157 do Código de Processo Penal veda a utilização de provas ilícitas ou obtidas por meios inadequados.

2.3. Da inaplicabilidade da Lei Maria da Penha

A Lei 11.340/2006 exige a existência de vínculo familiar, doméstico ou de convivência íntima entre as partes para sua aplicação. No caso em análise, não há evidências suficientes que comprovem tal vínculo, sendo inadequada a aplicação desta legislação ao caso concreto.

3. Do mérito

Considerando os vícios apontados, entendo que a sentença de primeiro grau não merece prosperar. A ausência de intimação válida e a falta de confiabilidade das provas comprometem o devido processo legal, sendo necessária a anulação do ato instrutório.

4. Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, voto no sentido de dar provimento ao recurso interposto pelo Apelante para:

  1. Anular a audiência de instrução, determinando a realização de novo ato, com a intimação válida do Apelante;
  2. Declarar a nulidade das provas obtidas por meio de prints de mensagens de celular, por ausência de validação adequada;
  3. Afastar a aplicação da Lei 11.340/2006, desclassificando o crime para sua forma simples, prevista no art. 147 do Código Penal.

É como voto.

[LOCAL], [DATA]

________________________________________

[NOME DO MAGISTRADO]

Juiz de Direito


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