Modelo de Recurso de Apelação em Face de Decisão que Declarou Inexistência de Valores a Receber com Base em Compensação Automática de Reajustes

Publicado em: 14/03/2025 AdministrativoProcesso Civil
Recurso de apelação interposto pelo exequente em face de decisão que declarou a inexistência de valores a receber, em razão da compensação automática do índice de 28,86% com reajustes concedidos pela Lei nº 8.627/1993, com fundamento no CPC/2015, art. 1.009. O recurso alega violação à coisa julgada e desrespeito ao Tema 476 do STJ, que veda a compensação automática de reajustes sem observância dos limites do título executivo judicial. Requer a reforma da decisão recorrida, revisão dos cálculos apresentados pela Contadoria e condenação da União ao pagamento dos valores devidos, acrescidos de juros e correção monetária.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA 5ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE [LOCALIDADE]

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

RECURSO DE APELAÇÃO

Apelante: [NOME COMPLETO DO APELANTE]

Apelado: União

Por intermédio de seu advogado, conforme instrumento de mandato anexo, com endereço profissional em [ENDEREÇO COMPLETO], endereço eletrônico [E-MAIL], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPC/2015, art. 1.009, interpor o presente:

RECURSO DE APELAÇÃO

Em face da decisão proferida por este juízo que acolheu a manifestação da Contadoria e declarou a inexistência de valores a receber pelo exequente, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

PREÂMBULO

O presente recurso é tempestivo, tendo em vista que a decisão recorrida foi publicada em [DATA DA PUBLICAÇÃO], e o prazo recursal de 15 (quinze) dias úteis, conforme o CPC/2015, art. 1.003, § 5º, está sendo respeitado.

Requer-se a remessa dos autos ao Egrégio Tribunal Regional Federal da [REGIÃO], para que seja conhecido e provido o presente recurso.

DOS FATOS

O presente processo trata da execução de título judicial que reconheceu ao apelante o direito ao reajuste de 28,86%, conforme determinado pelas Leis nº 8.622/1993 e 8.627/1993. O título executivo transitou em julgado em 02/08/2019.

Contudo, na decisão ora recorrida, este juízo acolheu a manifestação da Contadoria, que, com base na Súmula Vinculante nº 51 do STF, concluiu que o índice de 28,86% foi integralmente compensado pelos reajustes concedidos pela Lei nº 8.627/1993, resultando na inexistência de valores a receber pelo exequente.

Ocorre que tal decisão desconsidera o entendimento consolidado no Tema 476 do STJ, que estabelece que a compensação de reajustes não pode ser realizada de forma automática, devendo observar os limites do título executivo judicial e a coisa julgada.

DO DIREITO

1. DA VIOLAÇÃO À COISA JULGADA

O título executivo judicial reconheceu ao apelante o direito ao reajuste de 28,86%, sem qualquer menção à possibilidade de compensação com reajustes futuros. A decisão recorrida, ao acolher a compensação automática, viola o princípio da coisa julgada, consagrado no CF/88, art. 5º, XXXVI, e no CPC/2015, art. 502.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 596.663/RJ, destacou que a coisa julgada deve ser respeitada, salvo nos casos em "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Excelentíssimos Senhores Desembargadores, trata-se de recurso de apelação interposto pelo apelante, com fundamento no artigo 1.009 do CPC/2015, contra a decisão que acolheu a manifestação da Contadoria e declarou a inexistência de valores a receber pelo exequente, com base na Súmula Vinculante nº 51 do STF. A matéria em análise exige interpretação hermenêutica entre os fatos e o direito, especialmente no que diz respeito à coisa julgada e à aplicação do Tema 476 do STJ.

Dos Fatos

O apelante busca a reforma da decisão que acolheu a compensação automática do índice de 28,86% determinado em título executivo judicial com os reajustes concedidos pela Lei nº 8.627/1993. Segundo o apelante, tal compensação automática viola os limites do título executivo e o princípio da coisa julgada.

Da Fundamentação

1. Da Coisa Julgada

O princípio da coisa julgada, previsto no artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal de 1988, assegura que as decisões judiciais transitadas em julgado são imutáveis e indiscutíveis, salvo hipóteses excepcionais. No caso em análise, o título executivo judicial reconheceu ao apelante o direito ao reajuste de 28,86%, sem qualquer menção à possibilidade de compensação com reajustes futuros.

A decisão recorrida, ao acolher a compensação automática, viola a coisa julgada ao extrapolar os limites do título executivo, contrariando também o disposto no artigo 502 do CPC/2015.

2. Da Aplicação do Tema 476 do STJ

O Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o Tema 476, consolidou o entendimento de que a compensação de reajustes deve respeitar os limites do título executivo judicial, sendo vedada a realização de compensações automáticas que desconsiderem a coisa julgada. Assim, conclui-se que a decisão recorrida, ao aplicar a compensação automática, não observou este entendimento, razão pela qual deve ser reformada.

3. Do Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa

O princípio do contraditório e da ampla defesa, consagrado no artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal, exige que todas as partes tenham a oportunidade de apresentar seus argumentos e que estes sejam devidamente analisados. No caso em tela, os cálculos apresentados pela Contadoria não observaram os critérios estabelecidos no título executivo judicial, e os argumentos do apelante foram desconsiderados pelo juízo de origem, configurando violação a estes princípios constitucionais.

Conclusão

Portanto, com fundamento na Constituição Federal, artigo 93, inciso IX, que exige que todas as decisões judiciais sejam devidamente fundamentadas, e considerando a violação à coisa julgada, à aplicação do Tema 476 do STJ e aos princípios do contraditório e da ampla defesa, voto no sentido de dar provimento ao recurso de apelação.

Decisão

Diante do exposto, conheço o recurso de apelação e dou-lhe provimento para reformar a decisão recorrida, afastando a compensação automática do índice de 28,86% com os reajustes concedidos pela Lei nº 8.627/1993. Determino, ainda, a revisão dos cálculos apresentados pela Contadoria, observando os limites do título executivo judicial, e condeno a União ao pagamento dos valores devidos ao apelante, acrescidos de juros e correção monetária.

Termos Finais

É como voto.

[LOCALIDADE], [DATA].

[NOME DO MAGISTRADO]

Juiz(a) Relator(a)


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