Modelo de Recurso de Revista: Impugnação de Acórdão sobre Horas Extras e Validade da Compensação de Jornada Prevista em Convenção Coletiva

Publicado em: 17/04/2024 Trabalhista
Este documento trata de um Recurso de Revista interposto por uma pessoa jurídica contra acórdão do Tribunal Regional do Trabalho que desconsiderou a compensação de jornada prevista em Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria de motoristas, bem como fixou jornada de trabalho presumida sem controle de horário. O recurso fundamenta-se no art. 896 da CLT, no art. 7º, XXVI, da Constituição Federal, e no entendimento consolidado do STF no Tema 1046, que reconhece a validade de normas coletivas que regulam direitos trabalhistas, desde que respeitados os direitos indisponíveis. O documento pleiteia a reforma da decisão para garantir a aplicação da CCT e a exclusão da condenação ao pagamento de horas extras indevidas.

RECURSO DE REVISTA

PREÂMBULO

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da ___ Região,

A. J. dos S., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ____, com sede na Rua ____, nº ____, Bairro ____, Cidade ____, Estado ____, CEP ____, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com endereço eletrônico ____ e endereço profissional na Rua ____, nº ____, Bairro ____, Cidade ____, Estado ____, CEP ____, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CLT, art. 896, interpor o presente

RECURSO DE REVISTA

contra o acórdão proferido pela ___ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da ___ Região, que determinou a apuração de horas extras de um período sem controle de horário, fixando a jornada diária de 8h30 às 17h00, sem observar a compensação de jornada prevista na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) aplicável à categoria de motoristas.

Requer seja o presente recurso recebido e processado, com posterior remessa ao Colendo Tribunal Superior do Trabalho para apreciação.

DOS FATOS

O acórdão recorrido determinou a apuração de horas extras de um período em que não havia controle de horário, presumindo como jornada de trabalho o horário das 8h30 às 17h00. Contudo, deixou de observar a compensação de jornada prevista na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria de motoristas, o que resultou em prejuízo à reclamada.

A CCT aplicável prevê expressamente a possibilidade de compensação de jornada, sendo esta uma prática amplamente utilizada no setor de transporte rodoviário, em conformidade com o CF/88, art. 7º, XXVI, que reconhece a validade das convenções e acordos coletivos de trabalho.

A decisão regional desconsiderou a negociação coletiva, que é fonte legítima do Direito do Trabalho, e violou o princípio da autonomia coletiva, ao não aplicar as disposições da CCT que regulam a compensação de jornada. Tal decisão contraria o entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal no Tema 1046 da Tabela de Repercussão Geral.

DO DIREITO

A Constituição Federal, em seu art. 7º, XXVI, assegura o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho, conferindo-lhes força normativa. A negociação coletiva é um instrumento essencial para a regulação das relações de trabalho, especialmente em categorias que demandam flexibilidade na jornada, como é o caso dos motoristas.

A Convenção Coletiva de Trabalho aplicável à categoria de motoristas prevê a compensação de jornada, permitindo que as horas trabalhadas em excesso em determinados dias sejam compensadas em outros, sem que isso configure horas extras. Tal prática é legítima e encontra respaldo no ...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
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Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Recurso de Revista interposto pela parte reclamada, A. J. dos S., em face de acórdão proferido pela ___ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da ___ Região, que determinou a apuração de horas extras sem controle de jornada, desconsiderando a compensação prevista na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) aplicável à categoria de motoristas.

O recurso está fundamentado nos artigos 896 da CLT e 7º, XXVI da Constituição Federal, que asseguram o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho, além do entendimento consolidado pelo Supremo Tribunal Federal no Tema 1046 da Tabela de Repercussão Geral.

Passo à análise.

Voto

Dos Fatos e Fundamentação Jurídica

O acórdão recorrido fixou uma jornada de trabalho presumida das 8h30 às 17h00 para apuração de horas extras, sem considerar a compensação de jornada prevista na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria de motoristas. Tal decisão desconsiderou a negociação coletiva, que é uma fonte legítima do Direito do Trabalho, violando o princípio da autonomia coletiva.

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 7º, XXVI, reconhece expressamente a validade das convenções e acordos coletivos de trabalho, conferindo-lhes força normativa. Além disso, o artigo 611-A da CLT estabelece a prevalência das normas coletivas sobre a legislação ordinária em temas como jornada de trabalho, desde que respeitados os direitos indisponíveis.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Tema 1046 da Tabela de Repercussão Geral, reiterou a constitucionalidade das normas coletivas que limitam ou afastam direitos trabalhistas, desde que respeitados os direitos absolutamente indisponíveis. A compensação de jornada, prevista na CCT aplicável, não afronta qualquer direito indisponível e deve ser respeitada.

Assim, considero que o acórdão regional violou o artigo 7º, XXVI da Constituição Federal, ao desconsiderar a convenção coletiva e impor uma jornada presumida que não reflete a realidade pactuada entre as partes. Ademais, a decisão contraria a jurisprudência consolidada do Tribunal Superior do Trabalho e do Supremo Tribunal Federal, que reconhecem a validade das normas coletivas que regulam a compensação de jornada.

Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho e do Supremo Tribunal Federal reforça a validade das convenções coletivas que regulam a compensação de jornada. Destaco os seguintes precedentes:

  • TST (8ª Turma) - RRAg 932-45.2013.5.04.0341: "Ao julgar o Recurso Extraordinário com Agravo 1.121.633, em regime de repercussão geral (Tema 1046), o STF fixou a tese de que são constitucionais os acordos e convenções coletivas que pactuem limitações ou afastamentos de direitos trabalhistas, desde que respeitados os direitos absolutamente indisponíveis."
  • TST (7ª Turma) - RR 1094-09.2013.5.04.0028: "A convenção coletiva que, para efeito de pagamento de horas extras, desconsidera até dez minutos antes do início do horário de trabalho e sete minutos após o seu final, não traduz desrespeito ao patamar mínimo civilizatório, não se tratando de violação de direito absolutamente indisponível."

Conclusão do Voto

Diante do exposto, com fundamento no artigo 93, IX da Constituição Federal, voto pelo provimento do Recurso de Revista, para reformar o acórdão recorrido, reconhecendo a validade da compensação de jornada prevista na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria de motoristas. Consequentemente, julgo improcedente a condenação ao pagamento de horas extras no período em que não havia controle de jornada, considerando a compensação pactuada.

Determino ainda a exclusão da condenação ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios à reclamada.

Dispositivo

Pelo exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso de Revista, nos termos acima fundamentados.

É como voto.

Termos Finais

Local e data.

_______________________________________
Magistrado
Tribunal Regional do Trabalho da ___ Região


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