Modelo de Recurso Especial para Reavaliação de Condenação por Estupro de Vulnerável com Base em Insuficiência de Provas

Publicado em: 02/12/2024 Direito Penal Processo Penal
Recurso Especial interposto ao Superior Tribunal de Justiça buscando a reforma de acórdão que manteve a condenação do Recorrente por estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal). A defesa argumenta ausência de provas robustas para a condenação, incluindo a falta de comprovação inequívoca da autoria e materialidade do delito, além de questionar a aplicação do princípio da presunção de inocência e a análise de provas sob perspectiva de gênero. O documento fundamenta-se em dispositivos constitucionais (art. 5º, LVII e art. 1º, III da CF/88) e jurisprudências do STJ, pleiteando a absolvição ou, subsidiariamente, a redução da pena.

RECURSO ESPECIAL

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Ministro Relator do Superior Tribunal de Justiça,

Recorrente: A. J. dos S.
Recorrido: Ministério Público do Estado de X.
Processo de origem: nº 0000000-00.0000.0.00.0000

O Recorrente, já devidamente qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado, com fundamento no art. 105, III, "a" e "c" da Constituição Federal de 1988, vem interpor o presente RECURSO ESPECIAL contra o acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de X, que manteve a condenação por estupro de vulnerável (CP, art. 217-A), mesmo sem a ocorrência de conjunção carnal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O Recorrente foi condenado pela prática do crime de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A), com base em atos libidinosos diversos da conjunção carnal, supostamente praticados contra sua sobrinha, à época com 13 anos de idade. A condenação fundamentou-se, essencialmente, no depoimento da vítima e em laudos psicológicos e periciais.

A defesa, no entanto, argumenta que a condenação foi baseada em elementos insuficientes para comprovar a autoria e a materialidade do delito, além de questionar a ausência de resistência física por parte da vítima e a falta de provas contundentes que pudessem corroborar os relatos apresentados.

O Tribunal de Justiça manteve a condenação, desconsiderando os argumentos defensivos e aplicando uma pena de 17 anos e 6 meses de reclusão em regime fechado.

DO DIREITO

O crime de estupro de vulnerável está previsto no art. 217-A do Código Penal, que dispõe sobre a prática de atos libidinosos com menor de 14 anos, independentemente de consentimento ou resistência. A norma visa proteger a dignidade sexual de pessoas em situação de vulnerabilidade.

Contudo, a condenação por tal delito exige a comprovação inequívoca da materialidade e da autoria, com base em provas robustas e isentas de dúvida razoável, conforme o princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII). A ausência de conjunção carnal, por si só, não descaracteriza o crime, mas exige análise criteriosa dos elementos probatórios.

Além disso, o julgamento deve observar o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e a isonomia entre homens e mulheres (CF/88, art. 5º, I), evitando-se interpretações que perpetuem estereótipos de gênero ou prejudiq"'>...

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Informações complementares

Fatos

O Recorrente, identificado como A. J. dos S., foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Estado de X pela prática do crime de estupro de vulnerável, previsto no art. 217-A do Código Penal. A acusação fundamentou-se em atos libidinosos diversos da conjunção carnal, supostamente cometidos contra sua sobrinha, que tinha 13 anos à época dos fatos.

A condenação foi baseada no depoimento da vítima, além de laudos psicológicos e periciais. A defesa argumenta que tais provas são insuficientes para comprovar a autoria e a materialidade do delito, questionando ainda a ausência de resistência física por parte da vítima e a falta de evidências conclusivas que corroborem o relato.

Apesar dos argumentos defensivos, o Tribunal manteve a decisão condenatória, aplicando ao Recorrente uma pena de 17 anos e 6 meses de reclusão em regime fechado.

Fundamentos Jurídicos

O crime de estupro de vulnerável, descrito no art. 217-A do Código Penal, visa proteger a dignidade sexual de menores de 14 anos, sendo irrelevante o consentimento ou a resistência da vítima. Contudo, a presunção de inocência, garantida pelo art. 5º, LVII, da Constituição Federal, exige que a condenação seja baseada em provas robustas, que demonstrem de forma inequívoca a autoria e a materialidade do delito.

A ausência de conjunção carnal não descaracteriza o crime, mas impõe uma análise criteriosa dos elementos probatórios, em conformidade com os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF) e da isonomia (art. 5º, I, da CF). Além disso, o julgamento deve evitar estereótipos de gênero e focar exclusivamente na conduta do acusado, conforme orientações do Protocolo para julgamento com perspectiva de gênero do Conselho Nacional de Justiça.

Em suporte à defesa, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem jurisprudência consolidada sobre a necessidade de fundamentação adequada das decisões judiciais. No REsp Acórdão/STJ, por exemplo, o STJ reconheceu que a palavra da vítima, quando corroborada por outros elementos, pode ser suficiente para a condenação, mas é imprescindível que as provas sejam consistentes e livres de dúvidas razoáveis.

Pedidos

Em razão dos argumentos apresentados, o Recorrente solicita:

  • O provimento do recurso para reformar o acórdão recorrido, absolvendo o Recorrente por ausência de provas suficientes;
  • Subsidiariamente, a redução da pena aplicada, considerando os princípios da proporcionalidade e razoabilidade;
  • A concessão de efeito suspensivo ao recurso, a fim de evitar o cumprimento da pena até o julgamento definitivo.

Confia-se que o Superior Tribunal de Justiça, ao analisar o presente caso, observará os preceitos constitucionais e legais aplicáveis, promovendo a devida justiça.


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