Modelo de Réplica à Contestação do Município de Porto Alegre em Ação de Indenização por Danos Decorrentes de Enchentes

Publicado em: 26/02/2025 AdministrativoCivel
Apresentação de réplica pelos requerentes em face da contestação do Município de Porto Alegre no âmbito de ação de indenização por danos materiais e morais causados pelas enchentes de maio de 2024. O documento refuta alegações de força maior e incompetência da justiça estadual, reafirma a responsabilidade objetiva do ente público e demonstra a falha na manutenção do sistema de drenagem urbana. Contém fundamentos jurídicos baseados na Constituição Federal, no Código Civil e em leis específicas, além de pedidos de afastamento de preliminares, produção de provas e condenação ao pagamento de indenização e custas processuais.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO NÚCLEO DE JUSTIÇA 4.0 – ENCHENTES 2024 – JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA

PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA Nº 5184067-16.2024.8.21.0001/RS

REQUERENTES: V. B., M. S. D., J. M. S. H., J. P. D. F., A. A. S.

REQUERIDO: MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE/RS

RÉPLICA

Os Requerentes, já qualificados nos autos, por intermédio de seu procurador, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar RÉPLICA à contestação apresentada pelo Município de Porto Alegre, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos:

PREÂMBULO

A presente réplica visa refutar os argumentos apresentados na contestação do Requerido, demonstrando a improcedência das preliminares e do mérito sustentados, bem como reafirmar o direito dos Requerentes à reparação pelos danos sofridos em decorrência das enchentes de maio de 2024.

DOS FATOS

Os Requerentes residem em bairros diretamente atingidos pelas enchentes que devastaram o Município de Porto Alegre em maio de 2024, conforme amplamente noticiado e documentado. As inundações causaram danos materiais e morais significativos, colocando em risco a vida e a integridade física dos moradores.

Embora o Requerido alegue que o evento se deu por força maior, é inegável que a ausência de manutenção adequada do sistema de drenagem e a falta de medidas preventivas contribuíram diretamente para a gravidade dos danos sofridos pelos Requerentes.

DO DIREITO

1. DA LEGITIMIDADE PASSIVA DO MUNICÍPIO

O Município de Porto Alegre é responsável pela manutenção do sistema de drenagem urbana, conforme disposto na Lei 11.445/2007, art. 9º, §1º. A omissão no cumprimento desse dever caracteriza falha na prestação do serviço público, ensejando a responsabilidade objetiva do ente público, nos termos do CF/88, art. 37, §6º.

2. DA INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL

Não há que se falar em incompetência da Justiça Estadual, uma vez que a União não é parte necessária no polo passivo da presente demanda. A responsabilidade do Município decorre de sua atuação direta e específica na manutenção do sistema de drenagem urbana, sendo desnecessária a inclusão da União no feito.

3. DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO MUNICÍPIO

Conforme o CF/88, art. 37, §6º, e o CCB/2"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

VOTO DO MAGISTRADO

Trata-se de julgamento no âmbito do Juizado Especial da Fazenda Pública de Porto Alegre, em que os Requerentes, residentes em áreas afetadas pelas enchentes de maio de 2024, pleiteiam a responsabilização do Município pelos danos materiais e morais sofridos, alegando falha no cumprimento do dever de manutenção e prevenção do sistema de drenagem urbana.

I - DOS FATOS

Os Requerentes alegam que as enchentes ocorreram devido à ausência de medidas preventivas e manutenção adequada do sistema de drenagem urbana por parte do Município, o que teria agravado as consequências das chuvas. Por outro lado, o Requerido sustenta a tese de força maior, eximindo-se de responsabilidade pelos danos causados.

II - DO DIREITO

1. Da Responsabilidade Objetiva do Município

Nos termos do artigo 37, §6º, da Constituição Federal de 1988, a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público é objetiva, sendo suficiente a comprovação do dano e do nexo causal entre a conduta omissiva ou comissiva e o resultado lesivo. No caso em tela, restou demonstrado que a ausência de manutenção do sistema de drenagem contribuiu para a gravidade das enchentes.

2. Da Inviabilidade da Tese de Força Maior

A tese de força maior não se sustenta, uma vez que os danos poderiam ter sido mitigados ou evitados caso o Município tivesse adotado medidas preventivas eficazes, como a manutenção periódica do sistema de drenagem, conforme preceitua a Lei 12.608/2012, art. 2º.

3. Jurisprudência Aplicável

O entendimento jurisprudencial reforça o dever de o ente público realizar medidas de prevenção e manutenção. Cito como exemplo:

TJSP (5ª Câmara de Direito Público) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: “Condenação da municipalidade à obrigação de realizar obras e providenciar o necessário para que se evitem novos danos ao lote, em razão do escoamento das águas pluviais.”

III - FUNDAMENTAÇÃO

Com base nos fatos narrados e nos dispositivos legais e constitucionais aplicáveis, concluo que o Município de Porto Alegre foi negligente ao não cumprir com seu dever de garantir a manutenção do sistema de drenagem e prevenir os efeitos danosos das enchentes.

A responsabilidade objetiva do ente público está devidamente configurada, considerando o dano experimentado pelos Requerentes e o nexo causal com a conduta omissiva do Município.

IV - DISPOSITIVO

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, julgo PROCEDENTE o pedido formulado pelos Requerentes, condenando o Município de Porto Alegre a:

  1. Indenizar os danos materiais sofridos pelos Requerentes, em valores a serem apurados em liquidação de sentença;
  2. Pagar indenização por danos morais, fixados em R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para cada Requerente;
  3. Efetuar melhorias e manutenção no sistema de drenagem urbana para prevenir novos eventos danosos.

Condeno, ainda, o Requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação.

V - CONCLUSÃO

Por todo o exposto, conheço do recurso interposto e dou-lhe provimento parcial para reformar a sentença de primeiro grau, julgando procedente o pedido dos Requerentes nos termos acima delineados.

É como voto.

Porto Alegre, 05 de novembro de 2024.

Magistrado


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