Modelo de Réplica à Contestação em Ação de Nulidade de Contratos de Empréstimo Consignado com Base no CDC e Irregularidades Reconhecidas pela PREVIC

Publicado em: 14/12/2024 CivelProcesso CivilConsumidor
Documento jurídico apresentado por Antônio Carlos Fernandes Pereira em resposta à contestação de RCS Promotora de Vendas EIRELI e CIASPREV. A réplica aborda irregularidades em contratos de empréstimos consignados não solicitados, destacando a ausência de provas válidas por parte dos réus, a responsabilidade objetiva conforme o Código de Defesa do Consumidor (art. 14), e a ratificação das irregularidades pela PREVIC. O autor requer a nulidade dos contratos, restituição em dobro dos valores descontados, indenização por danos morais e produção de provas como perícia grafotécnica.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA REGIONAL DE JACAREPAGUÁ – RJ

Processo nº 0808408-75.2024.8.19.0203

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

ANTÔNIO CARLOS FERNANDES PEREIRA, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar RÉPLICA À CONTESTAÇÃO apresentada por RCS PROMOTORA DE VENDAS EIRELI e CIASPREV, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:

DOS FATOS

Na inicial, o Autor demonstrou de forma clara e objetiva que foi vítima de irregularidades relacionadas à contratação de empréstimos consignados, os quais não foram solicitados ou autorizados por ele. A CIASPREV, em sua contestação, tenta justificar a regularidade das contratações, baseando-se em argumentos frágeis e documentos unilaterais que não comprovam a existência de vínculo contratual válido.

Importante destacar que a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), em despacho oficial, já reconheceu a existência de irregularidades nos empréstimos ofertados pela CIASPREV, evidenciando que a empresa não está cumprindo adequadamente suas funções como administradora de planos de benefícios.

DO DIREITO

A contestação apresentada pelos Réus carece de fundamentação jurídica sólida, sendo incapaz de afastar os direitos do Autor. A seguir, refutam-se os principais pontos levantados na defesa:

1. DA AUSÊNCIA DE PROVA DA CONTRATAÇÃO

Os Réus não apresentaram qualquer documento que comprove a contratação válida dos empréstimos consignados. O contrato eletrônico mencionado na contestação não possui assinatura do Autor, sendo produzido de forma unilateral e sem força probatória, conforme entendimento do CPC/2015, art. 373, II. Ademais, a captação de biometria facial, alegada pelos Réus, não atende às exigências da Instrução Normativa 28 INSS/PRES, art. 5º e art. 6º, configurando irregularidade na contratação.

2. DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DOS RÉUS

Nos termos do CDC, art. 14, os fornecedores de serviços respondem objetivamente pelos danos causados aos consumidores, independentemente de culpa. A falha na prestação do serviço é evidente, uma vez que os descontos indevidos foram realizados sem a anuência do Autor, violando o princípio da boa-fé contratual e o direito à proteção do consumidor.

3. DO DESPACHO DA PREVIC

O despacho emitido pela PREVIC reforça as alegações do Autor, ao reconhecer que as irregularidades nos empréstimos consignados ofertados pela"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação ajuizada por ANTÔNIO CARLOS FERNANDES PEREIRA em face de RCS PROMOTORA DE VENDAS EIRELI e CIASPREV, pleiteando a nulidade de contratos de empréstimos consignados que foram realizados sem sua autorização, bem como a devolução em dobro dos valores indevidamente descontados e a condenação por danos morais. O autor fundamenta sua tese na ausência de comprovação contratual válida, na violação dos direitos do consumidor e na responsabilidade objetiva dos réus.

Voto

I. Dos Fatos

O autor apresentou provas suficientes para demonstrar a inexistência de sua anuência na contratação dos empréstimos consignados, enquanto os réus não lograram êxito em comprovar o vínculo contratual, limitando-se a apresentar documentos unilaterais, sem assinatura ou validação formal do autor. Ademais, o despacho emitido pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) reforça a existência de irregularidades nas operações realizadas pela CIASPREV.

II. Do Direito

Analisando os fatos sob o prisma jurídico, entendo que a demanda merece ser acolhida. O artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor estabelece a responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços pelos danos causados aos consumidores, independentemente de culpa. A ausência de comprovação contratual válida, aliada à falha na prestação de serviços, configura violação aos direitos do consumidor.

Ainda, o artigo 373, inciso II, do Código de Processo Civil determina que compete ao réu o ônus de provar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. No caso em análise, os réus não conseguiram apresentar nenhuma prova robusta que demonstrasse a regularidade das contratações, incorrendo em falha grave.

III. Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência pátria reforça o posicionamento de que, em casos de irregularidade na contratação de empréstimos consignados, é dever do fornecedor restituir os valores descontados indevidamente, além de indenizar eventual dano moral. Destaco as seguintes decisões:

  • TJSP (15ª Câmara de Direito Privado): Declarou a inexistência de contrato válido e determinou a restituição em dobro dos valores descontados, com base no artigo 14 do CDC.
  • TJSP (19ª Câmara de Direito Privado): Reconheceu a inexistência de negócio jurídico em caso de refinanciamento não solicitado, determinando a devolução em dobro e indenização por danos morais.

IV. Fundamentação Constitucional

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 93, inciso IX, determina que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas. No presente caso, a procedência do pedido do autor encontra respaldo nos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III) e da proteção ao consumidor (art. 170, V), além de assegurar o direito à reparação dos danos sofridos.

V. Conclusão

Ante o exposto, voto por julgar procedente o pedido formulado pelo autor, nos seguintes termos:

  1. Declarar a nulidade dos contratos de empréstimos consignados realizados sem a autorização do autor;
  2. Condenar os réus à restituição em dobro dos valores descontados indevidamente, com base no artigo 42, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor;
  3. Condenar os réus ao pagamento de indenização por danos morais, fixada em R$ 10.000,00, considerando a gravidade da conduta e o impacto causado ao autor;
  4. Manter a gratuidade de justiça concedida ao autor.

É como voto.

Rio de Janeiro, ___ de __________ de 2024.

__________________________________________

Magistrado Relator


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