Modelo de Réplica à Contestação em Ação de Obrigação de Fazer C/C Indenização por Danos Morais e Materiais - Fraude em Contrato Telefônico

Publicado em: 06/09/2024 CivelProcesso CivilConsumidor
Modelo de réplica à contestação em ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por danos morais e materiais, envolvendo fraude em contratação de linha telefônica. Aborda questões de responsabilidade objetiva e proteção de dados pessoais.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 7ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARACAJU - SE

Processo nº: [número do processo]
Autor: J. C. S. DOS S.
Réu: TELEFÔNICA BRASIL S/A - VIVO

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

J. C. S. DOS S., já qualificado nos autos da AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS, que move contra TELEFÔNICA BRASIL S/A, vem, por intermédio de seu advogado infra-assinado, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar a presente RÉPLICA À CONTESTAÇÃO com base nos fundamentos a seguir expostos.

1. DOS FATOS DA INICIAL

O Autor, ao cadastrar-se no aplicativo UBER, descobriu a existência de um número de telefone em seu nome, com o qual jamais teve vínculo ou conhecimento, sob o número [número do telefone], com endereço de instalação na Bahia, estado que o Autor jamais visitou. Tal linha foi contratada de maneira fraudulenta, sem qualquer relação do Autor com o serviço.

Inúmeros pedidos administrativos foram feitos à Ré para solucionar o problema, sem sucesso. O Autor teme que seus dados sejam utilizados para fins ilícitos e que seu nome seja negativado indevidamente.

2. DAS ALEGAÇÕES DA PARTE RÉ EM SUA CONTESTAÇÃO

A Ré, em sua contestação, argumenta a existência de vínculo contratual válido e que o débito decorrente da linha telefônica em questão é legítimo, refutando a alegação de fraude. Argumenta ainda que os dados do Autor foram corretamente processados e que o débito se refere a serviços prestados.

3. DA AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE CONTRATAÇÃO

A CF/88, art. 5º, X, garante ao Autor a inviolabilidade de sua intimidade, vida privada, e imagem. A Ré não apresentou qualquer documento que comprove a efetiva contratação do serviço pelo Autor, tampouco"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de fato e direito

O Autor, ao descobrir a contratação fraudulenta de uma linha telefônica em seu nome, agiu de forma diligente ao buscar solucionar o problema de forma administrativa, sem sucesso. Tal fato evidencia falha na segurança dos dados pela Ré, a qual, ao permitir a contratação indevida, gerou situação de grave risco ao Autor, justificando a indenização por danos morais. A Ré, ao não apresentar provas mínimas da contratação legítima, deve ser responsabilizada conforme o disposto no CDC.

Considerações Finais

A presente ação busca não apenas reparar o Autor pelos transtornos sofridos, mas também resguardar a proteção de seus dados pessoais, que foram expostos indevidamente, colocando em risco sua integridade financeira e moral. A responsabilidade objetiva da Ré torna inafastável o dever de indenizar.

 

TÍTULO:
RÉPLICA À CONTESTAÇÃO EM AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

Notas Jurídicas

  • As notas jurídicas são criadas como lembrança para o estudioso do direito sobre alguns requisitos processuais, para uso eventual em alguma peça processual, judicial ou administrativa.
  • Assim sendo, nem todas as notas são derivadas especificamente do tema anotado, são genéricas e podem eventualmente ser úteis ao consulente.
  • Vale lembrar que o STJ é o maior e mais importante Tribunal uniformizador. Caso o STF julgue algum tema, o STJ segue esse entendimento. Como um Tribunal uniformizador, é importante conhecer a posição do STJ; assim, o consulente pode encontrar um precedente específico. Não encontrando este precedente, o consulente pode desenvolver uma tese jurídica, o que pode eventualmente resultar em uma decisão favorável. Jamais deve ser esquecida a norma contida na CF/88, art. 5º, II: ‘ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.’
  • Pense nisso: Um pouco de hermenêutica. Obviamente, a lei precisa ser analisada sob o ponto de vista constitucional. Normas infralegais não são leis. Se um tribunal ou magistrado não justificar sua decisão com a devida fundamentação – ou seja, em lei ou na CF/88, art. 93, X –, a lei deve ser aferida em face da Constituição para avaliar-se a sua constitucionalidade. Vale lembrar que a Constituição não pode se negar a si própria. Esta regra se aplica à esfera administrativa. Uma decisão ou ato normativo sem fundamentação orbita na esfera da inexistência. Esta diretriz se aplica a toda a administração pública. O próprio regime jurídico dos Servidores Públicos obriga o servidor a ‘representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder – Lei 8.112/1990, art. 116, VI', reforçando seu dever de cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais – Lei 8.112/1990, art. 116, IV.
  • Pense nisso: A CF/88, art. 5º, II, que é cláusula pétrea, reforça o princípio da legalidade, segundo o qual ‘ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei’. Isso embasa o entendimento de que o servidor público não pode ser compelido a cumprir ordens que contrariem a Constituição ou a lei. Da mesma forma, o cidadão está autorizado a não cumprir ordens inconstitucionais de quem quer que seja. Um servidor que cumpre ordens superiores ou inferiores inconstitucionais ou ilegais comete uma grave falta, uma agressão ao cidadão e à nação brasileira. Nem o Congresso Nacional tem legitimidade material para negar os valores democráticos, éticos e sociais do povo. Para uma instituição que rotineiramente desrespeita os compromissos com a constitucionalidade e legalidade de suas decisões, todas as suas decisões, sejam do Judiciário em qualquer nível, ou da administração pública de qualquer nível, ou do Congresso Nacional, orbitam na esfera da inexistência. Nenhum cidadão, muito menos um servidor público, é obrigado a cumprir essas decisões. A Lei 9.784/1999, art. 2º, parágrafo único, VI, implicitamente desobriga o servidor público e o cidadão de cumprir ordens ilegais.
  • Se a pesquisa retornar um grande número de documentos, isto quer dizer que a pesquisa não é precisa. Às vezes, ao consulente, basta clicar em ‘REFAZER A PESQUISA’ e marcar ‘EXPRESSÃO OU FRASE EXATA’. Caso seja a hipótese apresentada.
  • Se a pesquisa retornar um grande número de documentos, isto quer dizer que a pesquisa não é precisa. Às vezes, nesta circunstância, ao consulente, basta clicar em ‘REFAZER A PESQUISA’ ou ‘NOVA PESQUISA’ e adicionar uma ‘PALAVRA-CHAVE’. Sempre respeitando a terminologia jurídica, ou uma ‘PALAVRA-CHAVE’, normalmente usada nos acórdãos.

Tópicos de Análise Jurídica

  1. Introdução

    Na réplica à contestação em ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por danos morais e materiais envolvendo fraude em contratação de linha telefônica, o autor refuta as alegações da ré. O ponto central da ação é a responsabilização objetiva da operadora por falha na prestação de serviço, bem como a violação de dados pessoais do autor, que resultou na contratação fraudulenta.

    Legislação:

    • CDC, art. 14: Responsabilidade do fornecedor por falha na prestação de serviços.
    • Lei 13.709/2018, art. 42: Responsabilidade por danos decorrentes do tratamento de dados pessoais.

    Jurisprudência:


  2. Alcance e Limites da Atuação de Cada Parte

    O autor, como vítima de fraude, deve demonstrar que jamais solicitou a linha telefônica que resultou na dívida indevida. Já a ré, fornecedora de serviços, tem o ônus de comprovar que os procedimentos para a contratação foram realizados conforme o ordenamento jurídico, respeitando o direito do consumidor e a proteção de dados pessoais.

    Legislação:

    Jurisprudência:


  3. Argumentações Jurídicas Possíveis

    O autor pode argumentar que houve falha grave no dever de cuidado da ré ao permitir a contratação fraudulenta de uma linha telefônica. Deve-se argumentar também pela inversão do ônus da prova, uma vez que é impossível ao consumidor provar que não contratou a linha, sendo obrigação da operadora demonstrar que adotou todas as medidas de segurança necessárias.

    Legislação:

    Jurisprudência:


  4. Natureza Jurídica dos Institutos

    A responsabilidade objetiva imposta às empresas de telecomunicações, conforme o CDC, implica que não há necessidade de o autor provar a culpa da ré. Basta comprovar o dano e o nexo causal entre a falha do serviço e o prejuízo sofrido. A proteção de dados pessoais, regulamentada pela Lei 13.709/2018, também responsabiliza o controlador por qualquer tratamento inadequado dos dados.

    Legislação:

    Jurisprudência:


  5. Prazo Prescricional e Decadencial

    O prazo prescricional para ações de reparação de danos morais e materiais, nos termos do Código Civil, é de 3 anos. Já o prazo para ações envolvendo obrigação de fazer, como a retirada de nome de cadastros de inadimplentes, pode seguir o prazo de 5 anos, previsto no CDC.

    Legislação:

    Jurisprudência:


  6. Prazos Processuais

    O prazo processual para apresentar réplica à contestação é de 15 dias, conforme o CPC/2015. Neste prazo, o autor deve responder todas as alegações da ré, com base nos argumentos já expostos na inicial e na legislação aplicável.

    Legislação:

    Jurisprudência:


  7. Provas e Documentos

    A prova documental é essencial, especialmente na apresentação de faturas, registros de comunicação e eventuais notificações que demonstram que o autor não contratou a linha telefônica. Além disso, é importante solicitar a inversão do ônus da prova, obrigando a ré a demonstrar que a contratação foi legítima.

    Legislação:

    Jurisprudência:


  8. Defesas Possíveis

    A ré pode alegar que os procedimentos de contratação foram seguidos conforme previsto nas normas regulatórias, apresentando documentos ou gravações que demonstram o consentimento do autor. No entanto, deve-se observar se esses documentos respeitam os requisitos legais de proteção de dados e se houve efetiva autorização do consumidor.

    Legislação:

    Jurisprudência:


  9. Legitimidade Ativa e Passiva

    O autor é parte legítima para propor a ação como consumidor, vítima da fraude contratual, enquanto a operadora de telefonia é a parte passiva, sendo responsável pela prestação de serviço e pela proteção dos dados pessoais do autor.

    Legislação:

    Jurisprudência:


  10. Valor da Causa

O valor da causa deve refletir os danos morais e materiais sofridos pelo autor, bem como o valor necessário para a obrigação de fazer, como a retirada do nome dos cadastros de inadimplentes. O cálculo do valor da causa é fundamental para a correta apreciação do juízo.

Legislação:

Jurisprudência:


  1. Recurso Cabível

Em caso de decisão desfavorável, o recurso cabível é o de apelação, no prazo de 15 dias. Caso a decisão seja em sede de liminar, pode ser cabível agravo de instrumento, a depender do momento processual.

Legislação:

Jurisprudência:


  1. Considerações Finais

A réplica à contestação em ações envolvendo fraude contratual e proteção de dados pessoais visa reforçar a responsabilidade objetiva da operadora de telefonia. A legislação consumerista, somada à Lei 13.709/2018, oferece um arcabouço robusto para a defesa dos direitos do consumidor em casos de fraude.


 


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