Modelo de Réplica à Contestação em Ação de Restituição de Valores e Indenização por Danos Morais e Materiais contra Advogada por Fraude em Benefício Previdenciário
Publicado em: 28/10/2024 CivelConsumidorRÉPLICA À CONTESTAÇÃO
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [CIDADE] – Tribunal de Justiça do Estado de [ESTADO]
2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES
Autor: M. A. C., brasileiro, estado civil [informar], profissão [informar], portador do CPF nº [informar], RG nº [informar], residente e domiciliado à [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail do autor].
Ré: R. R. de J. T., brasileira, estado civil [informar], advogada, inscrita na OAB/[UF] sob o nº [informar], CPF nº [informar], residente e domiciliada à [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail da ré].
3. SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO
A contestação apresentada por R. R. de J. T. busca desqualificar a narrativa do autor, alegando que os fatos descritos por M. A. C. seriam infundados e questionando a veracidade das acusações. A defesa sugere ainda possíveis ilegalidades na conduta do próprio autor e nega qualquer prática de estelionato, uso de documento falso ou apropriação indevida de valores. A requerida tenta afastar sua responsabilidade pelos danos alegados, sustentando que não houve comprovação das alegações do autor e que eventuais valores recebidos teriam origem lícita e justificável.
4. IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS ARGUMENTOS DA CONTESTAÇÃO
Inicialmente, impugna-se veementemente a tentativa da ré de inverter a lógica dos fatos e atribuir ao autor qualquer conduta ilícita. É incontroverso que a ré, na qualidade de operadora do Direito, recebeu do autor a quantia de R$ 22.000,00 sob a promessa de viabilizar aposentadoria no teto do INSS, além de ter solicitado R$ 12.000,00 em espécie, supostamente para divisão com servidores do INSS, o que configura, em tese, prática ilícita e antiética.
A ré não apresentou qualquer prova idônea de prestação efetiva dos serviços contratados, tampouco comprovou a regularidade das supostas contribuições retroativas ou a autenticidade da carta de concessão do benefício apresentada ao autor. Ao contrário, restou evidenciado que a documentação fornecida era falsa, o que caracteriza, além de infração ética, possível ilícito penal.
Ademais, a alegação genérica de que os fatos seriam infundados não se sustenta diante dos comprovantes de pagamento apresentados pelo autor e da ausência de prestação de contas ou devolução dos valores recebidos. Impugna-se, ainda, qualquer tentativa de atribuir ao autor responsabilidade por eventual ilegalidade, pois este agiu de boa-fé, confiando na expertise profissional da ré.
5. DOS FATOS
O autor, M. A. C., buscou os serviços profissionais da ré, R. R. de J. T., advogada, para viabilizar sua aposentadoria junto ao INSS. Após reuniões e orientações, a ré garantiu que conseguiria a concessão do benefício no teto máximo, desde que o autor efetuasse o pagamento de R$ 22.000,00 para supostas contribuições retroativas, além de R$ 12.000,00 em espécie, alegando que parte desse valor seria destinado a servidores do INSS.
O autor, confiando na idoneidade da ré, realizou os pagamentos e forneceu sua senha do “Meu INSS”, recebendo posteriormente um protocolo e uma carta de concessão do benefício, que se revelou falsa. Após o pagamento, o autor passou a enfrentar dificuldades para contato com a ré e acesso ao sistema, pois a senha permanecia em poder da requerida. Não houve prestação de contas, devolução dos valores ou comprovação de qualquer benefício efetivamente concedido.
O autor, sentindo-se lesado, busca a restituição dos valores pagos, bem como indenização por danos morais e materiais, diante da conduta dolosa e fraudulenta da ré, que violou princípios éticos e jurídicos basilares.
6. DO DIREITO
6.1. Da Responsabilidade Civil
Nos termos do CCB/2002, art. 186, aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. A conduta da ré, ao prometer resultado impossível e apropriar-se de valores sob justificativa fraudulenta, caracteriza ato ilícito, ensejando a responsabilização civil.
6.2. Do Dever de Restituição
O CCB/2002, art. 876, prevê que todo aquele que recebeu o que não era devido fica obrigado a restituir. A ré, ao receber valores sem prestar o serviço contratado, deve restituir integralmente o autor.
6.3. Dos Danos Morais e Materiais
O dano moral decorre da violação à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), sendo evidente o abalo sofrido pelo autor ao ser vítima de fraude praticada por profissional do Direito. O dano material, por sua vez, está comprovado pelos valores pagos e não restituídos.
6.4. Da Boa-Fé Objetiva e da Confiança
O princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) impõe às partes o dever de lealdade e confiança mútua."'>...