Modelo de Réplica à Contestação em Ação de Indenização contra Banco por Fraude Bancária

Publicado em: 09/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Petição de réplica à contestação apresentada no processo de Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais movida por cliente contra o Banco do Brasil S/A, envolvendo transações bancárias fraudulentas realizadas por terceiros. O documento aborda a legitimidade passiva do banco, sua responsabilidade objetiva nos termos do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e a solicitação de indenização por danos materiais e morais. Fundamentada em jurisprudências e dispositivos legais, a petição requer a rejeição das preliminares apresentadas pelo réu e a condenação da instituição financeira.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA REGIONAL DA LEOPOLDINA – TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Processo nº: 0811344-52.2024.8.19.0210

Autor: A. de P. J.
Réu: Banco do Brasil S/A

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

A. de P. J., já qualificado nos autos da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS que move em face de BANCO DO BRASIL S/A, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

com fulcro no CPC/2015, art. 350, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

I – DOS FATOS

O Autor ajuizou a presente demanda após ter identificado, em 20 de janeiro de 2024, transações bancárias não reconhecidas em sua conta corrente, realizadas por meio de aplicativos de delivery. Tais operações foram imediatamente comunicadas ao banco demandado, que, no entanto, recusou-se a realizar o estorno dos valores, sob a alegação de inexistência de falha de segurança em seus sistemas.

Ocorre que, conforme narrado na inicial, o Autor jamais autorizou tais transações, sendo evidente a ocorrência de fraude perpetrada por terceiros, o que atrai a responsabilidade objetiva da instituição financeira, nos termos do CDC, art. 14.

Em sua contestação, o Réu alega, em preliminar, ilegitimidade passiva, sustentando que não possui responsabilidade pelos danos sofridos pelo Autor. No mérito, tenta eximir-se da responsabilidade, atribuindo a culpa a terceiros ou ao próprio consumidor.

Contudo, tais alegações não merecem prosperar, conforme se demonstrará a seguir.

II – DO DIREITO

1. DA LEGITIMIDADE PASSIVA DO BANCO DO BRASIL

A preliminar de ilegitimidade passiva deve ser rejeitada. O Banco do Brasil é parte legítima para figurar no polo passivo da presente demanda, uma vez que a relação jurídica decorre diretamente da prestação de serviços bancários ao Autor, que é seu cliente.

Nos termos do CDC, art. 14, o fornecedor de serviços responde, independentemente de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços. A jurisprudência é pacífica no sentido de que a instituição financeira responde objetivamente por fraudes ocorridas em contas de seus clientes, salvo se demonstrada culpa exclusiva da vítima ou de terceiro, o que não se verifica no caso em tela.

2. DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO BANCO

O Réu não logrou êxito em demonstrar qualquer excludente de responsabilidade. Ao contrário, limitou-se a alegar genericamente a inexistência de falha em seus sistemas, sem apresentar qualquer prova técnica ou perícia que comprove a segurança das transações realizadas.

Conforme dispõe o CDC, art. 6º, VIII, é direito básico do consumidor a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova em seu favor. Assim, caberia ao banco demonstrar a regularidade das transações, o que não foi feito.

Ademais, o banco não comprovou que o Autor tenha agido com negligência ou que tenha fornecido seus dados a terceiros, tampouco demonstrou que os sistemas de segurança foram eficazes para impedir fraudes.

3. DO DANO MATERIAL E DO DANO MORAL

Os valores indevidamente debitados da conta do Autor configuram evidente dano material, passível de restituição. Além disso, a negativa injustificada do banco em estornar os valores, somada à angústia e ao abalo emocional causados pela fraude, configuram da"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Excelentíssimos membros deste colendo Tribunal, passo ao julgamento do caso em análise, nos moldes do que determina a CF/88, art. 93, inciso IX, que exige a devida fundamentação das decisões judiciais.

1. Relatório

O presente recurso trata de ação de indenização por danos materiais e morais, proposta pelo Autor, Sr. A. de P. J., contra o Réu, Banco do Brasil S/A. O Autor alega que, em 20 de janeiro de 2024, identificou transações bancárias não reconhecidas, realizadas através de aplicativos de delivery, e que, mesmo após a comunicação imediata ao banco, não houve o estorno dos valores.

O Réu, em sua contestação, sustenta ilegitimidade passiva, além de buscar afastar sua responsabilidade ao alegar que as transações ocorreram por culpa exclusiva de terceiros ou do próprio consumidor.

2. Fundamentação

Inicialmente, cumpre destacar a responsabilidade objetiva das instituições financeiras, prevista no CDC, art. 14. A jurisprudência consolidada reconhece que as instituições bancárias respondem por danos causados aos consumidores em decorrência de falhas na prestação de serviços, salvo em casos de culpa exclusiva da vítima ou de terceiros.

2.1 Da Legitimidade Passiva

No que concerne à preliminar de ilegitimidade passiva alegada pelo Réu, tal argumento não merece acolhimento. O vínculo jurídico entre Autor e Réu decorre de relação de consumo, estando perfeitamente configurada a legitimidade do Banco do Brasil S/A para figurar no polo passivo da presente demanda.

2.2 Da Responsabilidade Objetiva

A responsabilidade do Réu está amparada no CDC, art. 14, que estabelece a responsabilidade pelo risco da atividade, independentemente de culpa. No caso em análise, a negativa do banco em realizar o estorno dos valores, sem comprovação de culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros, caracteriza falha na prestação do serviço.

Além disso, o CDC, art. 6º, inciso VIII, assegura ao consumidor a inversão do ônus da prova quando verossímil a sua alegação, o que se aplica ao presente caso. O banco não apresentou elementos técnicos capazes de demonstrar a regularidade das transações ou a inexistência de falha em seus sistemas.

2.3 Dos Danos Materiais e Morais

Quanto aos danos materiais, restou comprovado que valores foram indevidamente debitados da conta do Autor, configurando direito à restituição. No tocante aos danos morais, a conduta do Réu, ao recusar o estorno e expor o Autor a transtornos e angústia, ultrapassa o mero aborrecimento, ensejando reparação. O dano moral, neste caso, é in re ipsa, sendo presumido diante da falha na prestação de serviço essencial.

3. Jurisprudência Aplicada

A jurisprudência é firme no sentido de reconhecer a responsabilidade objetiva das instituições financeiras. Nesse sentido, destaco os seguintes precedentes:

TJRJ – Apelação Cível Acórdão/TJRJ – Rel. Des. Sérgio Nogueira de Azeredo:
\"Incidência do disposto no CDC, art. 14 à espécie. [...] Danos morais configurados in casu. Lesão ao tempo. [...]\"

TJSP – Apelação Cível Acórdão/TJSP – Rel. Des. Hélio Faria:
\"Legitimidade do banco apelante para suportar os prejuízos oriundos de fraude por força de responsabilidade objetiva, consoante dispõem o CDC, art. 14 e CDC, art. 17.\"

4. Conclusão

Diante do exposto, voto pelo conhecimento do recurso e, no mérito, pela sua procedência, para:

  1. Rejeitar a preliminar de ilegitimidade passiva;
  2. Reconhecer a responsabilidade objetiva do Banco do Brasil S/A pelos danos sofridos;
  3. Condenar o Réu a restituir ao Autor os valores indevidamente debitados, com correção monetária e juros de mora;
  4. Condenar o Réu ao pagamento de indenização por danos morais, fixada no valor de R$ 10.000,00, considerando os princípios da razoabilidade e proporcionalidade;
  5. Condenar o Réu ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios fixados em 15% sobre o valor da condenação.

É como voto.

Rio de Janeiro, ___ de ___________ de 2024

_____________________________________
Magistrado: Dr. J. A. Silva
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro


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Publicado em: 09/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor

Réplica apresentada em processo judicial envolvendo ação declaratória de inexistência de débito cumulada com repetição de indébito, indenização por danos morais e materiais e pedido de tutela antecipada, movida por um consumidor idoso contra os réus Banco Bradesco S.A., Banco C6 Consignado S.A. e Invictus Serviços de Cobrança EIRELI. O documento aborda questões relacionadas a fraude bancária, responsabilidade objetiva das instituições financeiras em relação de consumo, devolução de valores indevidamente descontados e indenização por danos morais e materiais. Fundamenta-se no Código de Defesa do Consumidor, jurisprudência e entendimento consolidado do STJ e tribunais estaduais.

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Publicado em: 30/01/2025 CivelProcesso CivilConsumidor

Documento de réplica apresentado pela autora C. S. M. P. no âmbito de ação cível contra o Banco Bradesco S/A. O texto refuta a preliminar de ilegitimidade passiva arguida pelo réu, aponta falhas na prestação de serviços que resultaram na abertura fraudulenta de conta em nome da autora e sua consequente negativação indevida. Embasado no Código de Defesa do Consumidor (CDC) e em jurisprudências, o documento pleiteia o reconhecimento da responsabilidade do banco e a condenação ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 15.000,00, além de custas processuais e honorários advocatícios.

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Documento jurídico apresentado por G. S., autor no processo nº 0054050-63.2024.8.25.0001, perante a 11ª Vara Cível da Comarca de Aracaju/SE, em que contesta os argumentos do Banco do Estado do Rio Grande do Sul S/A – Banrisul, réu na ação. O autor refuta a alegação de contratação válida de empréstimo consignado, aponta descontos indevidos em benefício previdenciário e pleiteia a anulação do contrato, a devolução em dobro dos valores descontados e indenização por danos morais. Fundamenta-se no Código de Defesa do Consumidor, no Código Civil e em jurisprudências pertinentes.

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