Modelo de Réplica à Contestação em Ação Declaratória de Inexistência de Débito com Pedido de Indenização por Danos Morais e Materiais contra Instituições Financeiras

Publicado em: 09/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Réplica apresentada em processo judicial envolvendo ação declaratória de inexistência de débito cumulada com repetição de indébito, indenização por danos morais e materiais e pedido de tutela antecipada, movida por um consumidor idoso contra os réus Banco Bradesco S.A., Banco C6 Consignado S.A. e Invictus Serviços de Cobrança EIRELI. O documento aborda questões relacionadas a fraude bancária, responsabilidade objetiva das instituições financeiras em relação de consumo, devolução de valores indevidamente descontados e indenização por danos morais e materiais. Fundamenta-se no Código de Defesa do Consumidor, jurisprudência e entendimento consolidado do STJ e tribunais estaduais.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE MAGÉ – RJ

Processo nº: 0800919-58.2023.8.19.0029

Autor: J. M. de M.

Réus: Banco Bradesco S.A., Banco C6 Consignado S.A., Invictus Serviços de Cobrança EIRELI

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

J. M. de M., já qualificado nos autos da Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Repetição de Indébito, Indenização por Danos Morais e Materiais e Pedido de Tutela Antecipada, que move em face de BANCO BRADESCO S.A., BANCO C6 CONSIGNADO S.A. e INVICTUS SERVIÇOS DE COBRANÇA EIRELI, vem, por seu advogado infra-assinado, com fulcro no CPC/2015, art. 350, apresentar tempestivamente a presente:

DOS FATOS

O Autor, aposentado e idoso, foi surpreendido com o depósito de R$ 19.069,41 em sua conta bancária, valor este que não solicitou, tampouco autorizou. Em seguida, o mesmo valor foi debitado de sua conta, mediante pagamento de boleto emitido por empresa desconhecida – INVICTUS SERVIÇOS DE COBRANÇA EIRELI – sem qualquer relação jurídica com o Autor.

Apesar de ter buscado esclarecimentos junto ao Banco Bradesco, onde mantém conta, e de ter registrado boletim de ocorrência por estelionato, os descontos consignados referentes ao suposto contrato continuaram a ser realizados em seu benefício previdenciário, causando-lhe prejuízos materiais e abalo moral, dada a natureza alimentar da verba atingida.

As contestações apresentadas pelos Réus Banco Bradesco S.A. e Banco C6 Consignado S.A. não afastam a responsabilidade objetiva que lhes cabe, tampouco infirmam os documentos e provas acostados à inicial.

DO DIREITO

O caso em tela trata de relação de consumo, conforme dispõe o CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, sendo o Autor consumidor e os Réus fornecedores de serviços bancários e financeiros. Aplica-se, portanto, a responsabilidade objetiva prevista no CDC, art. 14, que impõe ao fornecedor o dever de reparar os danos causados por defeitos na prestação do serviço, independentemente de culpa.

O Banco C6 Consignado S.A. alega regularidade na contratação, sustentando que houve validação por biometria facial. No entanto, conforme entendimento consolidado do STJ e do TJRJ, a mera biometria facial não é suficiente para comprovar a manifestação inequívoca de vontade do consumidor, especialmente quando este nega a contratação e demonstra ter sido vítima de fraude.

O Banco Bradesco, por sua vez, tenta se eximir de responsabilidade alegando ilegitimidade passiva, sob o argumento de que não participou da contratação. Contudo, é inegável que o depósito e o posterior pagamento do boleto fraudulento ocorreram em conta de titularidade do Autor, mantida junto ao Bradesco, o que evidencia sua participação no evento danoso, ainda que indireta. Ademais, conforme a Teoria da Aparência e o entendimento do STJ, todos os integrantes da cadeia de fornecimento respondem solidariamente pelos danos causados ao consumidor (CDC, art. 7º, parágrafo único).

O Autor, pessoa idosa, hipossuficiente e sem conhecimento técnico, foi induzido a erro ao pagar boleto emitido por empresa fraudulenta, acreditando estar quitando dívida inexistente. Tal fato demonstra falha na prestação do serviço dos Réus, que não adotaram medidas eficazes para garantir a segurança da contratação e a autenticidade da operação.

Assim, restam presentes os requisitos para a concessão dos pedidos formulados na inicial: declaração de inexistência do débito, devolução em dobro dos valores descontados indevidamente (CDC, art. 42, parágrafo único"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Ementa

Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Repetição de Indébito, Danos Morais e Materiais. Relação de consumo. Fraude bancária. Consumidor idoso e hipossuficiente. Responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços. Devolução em dobro dos valores descontados. Indenização por danos morais. Aplicação do Código de Defesa do Consumidor. Procedência parcial do pedido.

Relatório

Trata-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débito cumulada com Repetição de Indébito e Indenização por Danos Morais e Materiais, ajuizada por J. M. de M. em face de Banco Bradesco S.A., Banco C6 Consignado S.A. e Invictus Serviços de Cobrança EIRELI.

O Autor alega que foi vítima de fraude, tendo recebido depósito não solicitado em sua conta bancária, seguido de débito de montante equivalente mediante boleto emitido por terceiro desconhecido. Sustenta que os descontos indevidos continuaram a ser realizados em seu benefício previdenciário, causando danos materiais e morais.

Os Réus, em suas contestações, negam a responsabilidade pelos fatos narrados, alegando regularidade na contratação e inexistência de falha na prestação do serviço.

Voto

Nos termos da CF/88, art. 93, inciso IX, passo a fundamentar o voto, analisando os fatos à luz da legislação aplicável e dos princípios constitucionais e legais que regem a matéria.

1. Dos Fatos e da Responsabilidade dos Réus

O caso em análise trata de relação de consumo, conforme o CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, sendo o Autor consumidor e os Réus fornecedores de serviços financeiros. Aplica-se, portanto, a responsabilidade objetiva prevista no CDC, art. 14, que impõe ao fornecedor o dever de reparar os danos causados por defeitos na prestação do serviço, independentemente de culpa.

A alegação de regularidade na contratação, sustentada com base em validação por biometria facial, não se sustenta, considerando o entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), segundo o qual a biometria facial, por si só, não configura manifestação inequívoca de vontade do consumidor, especialmente em casos de fraude.

2. Da Falha na Prestação do Serviço

Os Réus não adotaram medidas eficazes para garantir a segurança das operações, permitindo a ocorrência de fraude. O Banco Bradesco, que detém a conta bancária do Autor, é corresponsável pelos danos, pois não assegurou a proteção contra movimentações fraudulentas. A responsabilidade solidária de todos os integrantes da cadeia de fornecimento decorre do CDC, art. 7º, parágrafo único.

3. Da Repetição de Indébito e Indenização por Danos Morais

Nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único, a devolução dos valores descontados de forma indevida deve ocorrer em dobro, diante da ausência de engano justificável. Quanto aos danos morais, entendo que a violação à dignidade do Autor, pessoa idosa e hipossuficiente, caracteriza abalo moral relevante, justificando a concessão de indenização em valor adequado à reparação do dano.

4. Dos Precedentes Jurisprudenciais

Os entendimentos jurisprudenciais apresentados reforçam a tese de que a responsabilidade dos fornecedores de serviços bancários decorre do risco inerente à atividade e da falha na prestação do serviço, sendo irrelevante a culpa direta para a configuração da responsabilidade.

5. Da Priorização Processual

Conforme a Lei 10.741/2003, art. 71, é assegurada prioridade na tramitação do feito, garantindo ao Autor o devido acesso à justiça em tempo hábil.

Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE EM PARTE o pedido formulado por J. M. de M. para:

  1. Declarar a inexistência do débito oriundo do contrato fraudulento;
  2. Determinar a devolução em dobro dos valores indevidamente descontados, nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único;
  3. Condenar os Réus, solidariamente, ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais);
  4. Condenar os Réus ao pagamento de danos materiais correspondentes ao valor indevidamente subtraído do Autor;
  5. Condenar os Réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85.

Reitera-se a concessão da justiça gratuita e prioridade na tramitação do processo.

É como voto.

Magistrado: ___________________________
Data: ___/___/_____


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