Modelo de Réplica à Contestação em Ação Declaratória de Inexistência de Responsabilidade Tributária sobre Veículo Automotor
Publicado em: 05/09/2024 CivelProcesso Civil TributárioEXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE _____________
Processo nº _____________
JOSÉ CARLOS ALVES FERREIRA, já qualificado nos autos da ação judicial em epígrafe, que move em face do ESTADO DO TOCANTINS, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado devidamente constituído, apresentar a presente
RÉPLICA À CONTESTAÇÃO
com fundamento no art. 350 do CPC/2015, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.
PREÂMBULO
A presente réplica tem como objetivo refutar os argumentos apresentados pelo Estado do Tocantins em sua contestação, demonstrando a improcedência das alegações de ilegitimidade passiva e impossibilidade de renúncia à propriedade do veículo, bem como reafirmar o direito do autor à procedência dos pedidos formulados na inicial.
DOS FATOS
O autor, conforme narrado na inicial, vendeu o veículo Parati 1.6 Surf no ano de 2023 ao terceiro Sayron Pereira Maranhão, pelo valor de R$ 25.000,00. Contudo, o pagamento não foi efetivado, e a transferência do veículo ficou condicionada à compensação de um cheque, o que não ocorreu. Desde então, o autor não possui a posse ou o uso do veículo, mas continua sendo cobrado pelo IPVA e demais encargos.
O Estado do Tocantins, em sua contestação, alega ilegitimidade passiva e impossibilidade de renúncia à propriedade, sustentando que os débitos decorrem do registro do veículo no nome do autor e que a exclusão do nome do autor como proprietário depende de transferência formal e quitação de débitos.
DO DIREITO
I - DA LEGITIMIDADE PASSIVA DO ESTADO DO TOCANTINS
O argumento de ilegitimidade passiva apresentado pelo requerido não merece prosperar. O Estado do Tocantins é parte legítima na presente ação, uma vez que é responsável pela administração e cobrança do IPVA, conforme disposto na CF/88, art. 155, III, que atribui aos Estados competência para instituir impostos sobre propriedade de veículos automotores.
Ademais, o autor não busca discutir questões contratuais com o terceiro adquirente do veículo, mas sim a responsabilidade tributária decorrente de um bem que não mais lhe pertence de fato. A relação jurídica tributária existente entre o autor e o Estado do Tocantins é o cerne da controvérsia, o que reforça a legitimidade do ente público para figurar no polo passivo da demanda.
II - DA POSSIBILIDADE DE EXCLUSÃO DA PROPRIEDADE DO VEÍCULO
O Estado do Tocantins sustenta que a exclusão do nome do autor como proprietário do veículo depende de transferência formal e quitação de débitos, nos termos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), art. 120. Contudo, tal interpretação não pode prevalecer em situações excepcionais como a presente, em que o autor não detém mais a posse ou o uso do veículo.
O princípio da boa-fé objetiva, consagrado no CCB/2002, art. 422, deve ser observado na análise do caso. Não é razoável impor ao autor a manutenção de sua responsabilidade tributária por um bem que não mais lhe pertence, sobretudo quando a ausência de transferência decorre de ato de terceiro (o adquirente d"'>...