Modelo de Réplica em Ação Indenizatória Contra o Município de Canoas/RS por Danos Decorrentes de Enchente e Omissão Administrativa

Publicado em: 12/03/2025 AdministrativoCivelProcesso Civil
Apresentação de réplica em ação indenizatória movida por Ricardo Cesar Valli e outros contra o Município de Canoas/RS, destacando a responsabilidade objetiva do ente público pelos danos materiais e morais causados por enchente de maio de 2024. Os autores argumentam omissão na adoção de medidas preventivas e pedem reconsideração quanto ao atraso na entrega de documentos devido a dificuldades enfrentadas em estado de calamidade pública. Inclui embasamento jurídico e jurisprudências que reforçam a responsabilidade administrativa.

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE CANOAS/RS

Processo nº 5030967-20.2024.8.21.0008

R. C. V., J. A. DE O., E. G. V. E J. V. G. V., já qualificados nos autos da AÇÃO INDENIZATÓRIA que movem em face do MUNICÍPIO DE CANOAS, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seus procuradores, apresentar:

RÉPLICA

Em razão da contestação apresentada pelo réu, com fundamento nos fatos e no direito que passa a expor, requerendo, ainda, a reconsideração quanto ao atraso na apresentação de documentos, devido às barreiras enfrentadas pelos autores para obtenção dos mesmos.

PREÂMBULO

Inicialmente, os autores esclarecem que o atraso na obtenção de documentos essenciais decorreu de dificuldades práticas e burocráticas impostas pela situação de calamidade pública enfrentada na cidade de Canoas, conforme amplamente reconhecido nos autos. Assim, requerem a reconsideração quanto a eventual alegação de preclusão ou intempestividade no fornecimento de provas.

DOS FATOS

Os autores reiteram que foram severamente atingidos pela enchente de maio de 2024, que destruiu sua residência e bens pessoais, causando-lhes danos materiais e morais. Apesar de reconhecer a excepcionalidade do evento climático, é necessário destacar que a omissão do Município de Canoas em adotar medidas preventivas e adequadas contribuiu diretamente para a ampliação dos danos sofridos.

Os autores enfrentaram dificuldades para reunir documentos comprobatórios devido à destruição de seus bens e à desorganização administrativa decorrente do estado de calamidade pública. Contudo, apresentaram provas suficientes para demonstrar sua legitimidade e os danos sofridos.

DO DIREITO

A responsabilidade civil do Município de Canoas decorre do artigo 37, §6º, da Constituição Federal, que estabelece a responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas de direito público pelos danos causados por seus agentes. No caso em tela, a omissão do ente público em adotar medidas preventivas eficazes caracteriza a culpa administrativa, ensejando a reparação dos danos sofridos pelos autores.

A alegação de força maior não exclui a responsabilidade do Município, pois a ausência de manutenção e ampliação do sistema de drenagem e contenção de enchentes contribuiu diretamente para a gravidade dos danos. Ademais, os autores"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Processo nº 5030967-20.2024.8.21.0008

Voto do Magistrado

Em análise aos autos do processo nº 5030967-20.2024.8.21.0008, trata-se de Ação Indenizatória proposta por R. C. V., J. A. DE O., E. G. V. e J. V. G. V. em face do MUNICÍPIO DE CANOAS, na qual se alega responsabilidade civil do ente público em razão de omissão administrativa, que teria contribuído para os danos sofridos pelos autores em decorrência da enchente de maio de 2024.

Dos Fatos e do Direito

Os fatos narrados nos autos indicam que os autores foram severamente atingidos por enchente que destruiu sua residência e bens pessoais. Ainda que o evento climático tenha caráter excepcional, restou demonstrado que a omissão do Município de Canoas em adotar medidas preventivas e de manutenção de infraestrutura de drenagem contribuiu para a ampliação dos danos.

A responsabilidade civil do Município decorre do artigo 37, §6º, da Constituição Federal de 1988, que estabelece a responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas de direito público pelos danos causados por seus agentes. No caso concreto, a omissão administrativa quanto à manutenção e ampliação do sistema de drenagem caracteriza a culpa administrativa, sendo devida a reparação dos danos materiais e morais sofridos pelos autores.

No tocante à alegação de força maior, entendo que esta não exclui a responsabilidade do Município, visto que a sua conduta omissiva foi determinante para a gravidade dos danos. Ademais, os autores apresentaram provas suficientes para demonstrar a legitimidade do pleito e os prejuízos sofridos.

Da Jurisprudência

A jurisprudência pátria reforça o entendimento de que a omissão administrativa de entes públicos em situações de calamidade pública não exclui a responsabilidade pelos danos causados:

  • TJSP (3ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"Oferecimento de réplica, pela autora, com expresso pedido para julgamento antecipado da lide. Negócio válido. Precedentes. APELO DESPROVIDO.\"
  • TJSP (8ª Câmara de Direito Público) - Apelação Acórdão/TJSP: \"Responsabilidade civil. Imóvel dos autores invadido pela água em decorrência da elevação do nível da rua realizada pelo Município. Prova pericial conclusiva. Apelação do Município provida em parte e remessa necessária acolhida parcialmente.\"
  • TJSP (26ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"Sentença reformada em parte, para julgar parcialmente procedente a ação (indenização material), com sucumbência recíproca.\"

Fundamentação Constitucional

Em cumprimento ao artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, que exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, considero que os elementos fáticos e jurídicos trazidos aos autos são aptos a embasar a procedência do pedido dos autores.

A responsabilidade objetiva do ente público, conforme disposto no artigo 37, §6º, da CF/88, está configurada, uma vez que restou demonstrado o nexo causal entre a omissão administrativa e os danos sofridos pelos autores.

Conclusão

Diante do exposto, conheço o recurso interposto e, no mérito, voto por dar procedência ao pedido, para condenar o MUNICÍPIO DE CANOAS ao pagamento de:

  • Indenização por danos materiais, a ser apurada em liquidação de sentença;
  • Indenização por danos morais no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), corrigidos monetariamente e acrescidos de juros de mora desde a citação;
  • Custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do artigo 85, §2º, do CPC.

É como voto.

Canoas, data da assinatura digital.

_____________________________
Juiz de Direito
Comarca de Canoas/RS


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