Modelo de Resposta à Acusação: Defesa em Caso de Lavagem de Dinheiro com Alegação de Prova Ilícita e Ausência de Crime Antecedente
Publicado em: 24/02/2025 Direito Penal Processo PenalRESPOSTA À ACUSAÇÃO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___
Processo nº: ___
Diogo, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua RESPOSTA À ACUSAÇÃO, nos termos do CPP, art. 396-A, em face da denúncia oferecida pelo Ministério Público, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
PREÂMBULO
O acusado foi denunciado pelo Ministério Público pela suposta prática do crime de lavagem de dinheiro, tipificado no Art. 1º, §2º, da Lei nº 9.613/1998, em razão de a polícia militar ter encontrado a quantia de R$ 100.000,00 em sua residência. A denúncia foi recebida, mesmo sem a descrição de delito antecedente e sem elementos que o vinculem a qualquer atividade criminosa.
DOS FATOS
Conforme narrado na denúncia, policiais militares, sem autorização judicial ou consentimento, adentraram na residência de Diogo e encontraram a quantia de R$ 100.000,00. Não foram encontrados vestígios de drogas ou quaisquer outros elementos que pudessem vinculá-lo a atividades ilícitas. A denúncia foi aceita, mesmo sem a descrição de um crime antecedente, essencial para a configuração do delito de lavagem de dinheiro.
Ademais, o acusado possui antecedente criminal por lesão corporal decorrente de violência doméstica, cuja pena foi extinta em 2017, fato que não guarda qualquer relação com os elementos da denúncia.
DO DIREITO
1. DA AUSÊNCIA DE CRIME ANTECEDENTE
O crime de lavagem de dinheiro exige, como pressuposto, a existência de um crime antecedente que tenha gerado os bens, direitos ou valores objeto da lavagem, conforme disposto no Art. 1º, §2º, da Lei nº 9.613/1998. No caso em tela, a denúncia não descreve qualquer delito antecedente, o que torna impossível a configuração do crime imputado ao acusado.
2. DA ILEGALIDADE DA PROVA
A entrada dos policiais na residência do acusado ocorreu sem autorização judicial ou consentimento, violando o direito fundamental à inviolabilidade do domicílio, garantido pelo Art. 5º, XI, da CF/88. Assim, a prova obtida é ilícita, conforme o CPP, art. 157, e deve ser desentranhada dos autos.
3. DA AUSÊNCIA DE ELEMENTOS QUE VINCULEM O ACUSADO A ATIVIDADES CRIMINOSAS
Não há nos autos qualquer elemento que vincule o acusado a atividades criminosas, como tráfico de drogas ou outros delitos. A mera posse de valores em espécie não configura, por si só, o crime de lavagem de dinheiro, sendo necessária a comprovação de sua origem ilícita, o que não foi demonstrado.
JURISPRUDÊNCIAS
1. DA NULIDADE DO PROCESSO POR FALTA DE RESPOSTA À ACUSAÇÃO
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