Modelo de Resposta à Acusação em Caso de Violência Doméstica com Fundamentação no CPP, art. 396-A e Solicitação de Absolvição do Acusado

Publicado em: 24/10/2024 Direito Penal Processo Penal
Documento jurídico que apresenta a resposta à acusação em processo criminal envolvendo alegação de lesão corporal no contexto de violência doméstica, fundamentada no art. 129, §9º do Código Penal. A peça contesta a denúncia com base na ausência de justa causa, questiona a materialidade e autoria do delito, invoca o princípio do in dubio pro reo e solicita a absolvição do réu ou a rejeição da denúncia, além de contestar o pedido de reparação de danos. Inclui análise jurídica, jurisprudências relevantes e pedido de produção de provas.

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de [COMARCA] – Tribunal de Justiça do Estado

2. QUALIFICAÇÃO DO ACUSADO

M. A. C. F., brasileiro, solteiro, desempregado, portador do CPF nº [XXX.XXX.XXX-XX], residente e domiciliado na Rua [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail], por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na Rua [endereço do advogado], endereço eletrônico: [e-mail do advogado], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua RESPOSTA À ACUSAÇÃO, nos termos do CPP, art. 396-A, em razão da denúncia que lhe foi oferecida com base no CP, art. 129, §9º, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. SÍNTESE DA DENÚNCIA

Narra a denúncia que, no dia 21 de fevereiro de 2023, o acusado teria desferido um soco no rosto da vítima, S. M. N. de M., sua ex-companheira, no contexto de violência doméstica e familiar, o que teria resultado em lesões corporais. A denúncia foi fundamentada no CP, art. 129, §9º, e requereu, ainda, com base no CPP, art. 387, IV, a fixação de valor mínimo para reparação dos danos causados à vítima, sugerindo-se o equivalente a um salário mínimo.

4. PRELIMINARES

Inexistência de Justa Causa para a Ação Penal

A denúncia não encontra respaldo em provas suficientes de autoria e materialidade. O laudo pericial aponta apenas hematomas nos antebraços da vítima, não havendo qualquer indício técnico que comprove a alegada agressão no rosto, tampouco a dinâmica dos fatos narrada no boletim de ocorrência.

Assim, à luz do CPP, art. 395, III, requer-se o reconhecimento da ausência de justa causa para a ação penal, com a consequente rejeição da denúncia.

5. DOS FATOS

O acusado nega veementemente ter desferido soco no rosto da vítima. Conforme consta do Laudo Médico Pericial de Lesão Corporal, a vítima apresentava apenas hematomas nos antebraços, compatíveis com contenção física, e não com agressão direta e desproporcional.

O acusado e a vítima mantinham um relacionamento conturbado, com histórico de discussões mútuas. No dia dos fatos, a vítima teria se exaltado durante uma discussão, sendo contida pelo acusado, que apenas segurou seus braços para evitar maiores conflitos.

6. DO DIREITO

O tipo penal imputado ao acusado é o CP, art. 129, §9º, que trata da lesão corporal praticada no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher. Contudo, para a configuração do delito, exige-se a comprovação da materialidade e da autoria da agressão.

No presente caso, o único elemento técnico é o laudo pericial, que aponta hematomas nos antebraços da vítima. Tal constatação é compatível com a versão do acusado, de que apenas conteve a vítima durante uma discussão, sem qualquer intenção de ofendê-la fisicamente.

O CPP, art. 386, VII, prevê a absolvição do réu quando não houver provas suficientes para a condenação. Ademais, vigora no processo penal o princípio do in dubio pro reo, co"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

VOTO

Trata-se de ação penal movida contra M. A. C. F., denunciado como incurso nas sanções do art. 129, §9º, do Código Penal, sob a alegação de que, no dia 21 de fevereiro de 2023, teria agredido sua ex-companheira, S. M. N. de M., desferindo-lhe um soco no rosto, no contexto de violência doméstica e familiar.

A defesa técnica apresentou resposta à acusação nos termos do art. 396-A do Código de Processo Penal, suscitando, em preliminar, a ausência de justa causa para a persecução penal, com fundamento no art. 395, III, do CPP, e, no mérito, pleiteando a absolvição com base no art. 386, VII, do mesmo diploma legal.

1. Do Conhecimento

Conheço da presente ação penal, uma vez preenchidos os pressupostos processuais e condições da ação, cabendo a este Juízo o seu julgamento de mérito.

2. Da Preliminar: Ausência de Justa Causa

A preliminar de ausência de justa causa não merece acolhida. A denúncia foi recebida com fundamento em elementos mínimos de materialidade e indícios de autoria, notadamente o boletim de ocorrência, o laudo pericial e o depoimento da vítima. A análise da suficiência probatória, todavia, é matéria de mérito e será enfrentada a seguir.

3. Do Mérito

Após detida análise dos autos, entendo que a pretensão punitiva estatal não merece acolhimento.

A materialidade delitiva foi parcialmente demonstrada por meio do laudo de exame de corpo de delito, que atestou a presença de hematomas nos antebraços da vítima. Contudo, não há qualquer registro técnico de lesões no rosto, como alegado na denúncia.

A autoria, por sua vez, também não restou suficientemente comprovada. A versão apresentada pela vítima, embora relevante nos casos de violência doméstica, não foi corroborada por outros elementos de prova. O acusado, por sua vez, alegou que apenas conteve a vítima durante uma discussão acalorada, o que é compatível com o laudo pericial.

A jurisprudência pátria, inclusive deste Egrégio Tribunal, tem se firmado no sentido de que, embora a palavra da vítima tenha especial valor em crimes dessa natureza, é imprescindível que haja elementos mínimos de corroboração, o que não se verifica nos autos.

Ressalte-se que o princípio do in dubio pro reo, previsto no art. 5º, LVII, da Constituição Federal de 1988, impõe a absolvição do acusado quando não houver prova segura de sua culpabilidade.

4. Da Reparação do Dano

Quanto ao pedido de fixação de valor mínimo para reparação dos danos, nos termos do art. 387, IV, do CPP, entendo não ser cabível, haja vista a ausência de prova inequívoca do dano e do nexo causal entre a conduta do acusado e o prejuízo alegado.

5. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige do magistrado decisão fundamentada, JULGO IMPROCEDENTE a pretensão punitiva estatal e ABSOLVO o acusado M. A. C. F., com fundamento no art. 386, VII, do Código de Processo Penal, por não existir prova suficiente para a condenação.

Deixo de fixar valor mínimo para reparação dos danos, nos termos do art. 387, IV, do CPP, por ausência de provas quanto à extensão do dano e do nexo causal.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Local, Data

[Cidade], [Data do Julgamento]

Juiz de Direito


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