Modelo de Resposta à Acusação em Processo Penal com Fundamentação na Ausência de Justa Causa e Princípio da Insignificância

Publicado em: 18/12/2024 Direito Penal Processo Penal
Modelo de resposta à acusação apresentada em processo penal, fundamentada na ausência de justa causa, no princípio da insignificância e na fragilidade dos elementos probatórios. O documento aborda a aplicação da Lei Maria da Penha, a extinção da punibilidade por injúria devido ao prazo decadencial e a rejeição da denúncia conforme o artigo 395, III, do CPP. Inclui pedidos de rejeição da denúncia, reconhecimento da extinção da punibilidade e produção de provas.

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de ___.

Processo nº: ___

Acusado: B. (nome abreviado conforme instruções)

Por intermédio de seu advogado constituído, conforme instrumento de mandato anexo, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 396-A do CPP, apresentar sua RESPOSTA À ACUSAÇÃO, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.

DOS FATOS

O Ministério Público ofereceu denúncia contra o acusado B., imputando-lhe a prática de contravenção penal prevista no artigo 21 da Lei de Contravenções Penais, sob o fundamento de que a conduta teria ocorrido no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos dos artigos 5º e 7º da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha).

Além disso, foi mencionado o possível cometimento do delito de injúria, cuja ação penal privada deveria ser ajuizada pela ofendida dentro do prazo decadencial, sob pena de extinção da punibilidade, conforme artigo 107, IV, do CP.

Entretanto, a denúncia apresentada carece de elementos probatórios suficientes para sustentar a acusação, conforme será demonstrado a seguir.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o artigo 396-A do CPP assegura ao acusado o direito de apresentar resposta à acusação, podendo arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, inclusive produzir provas e arrolar testemunhas.

No caso em tela, a denúncia apresentada pelo Ministério Público, embora tenha sido recebida, não demonstra de forma clara e inequívoca a materialidade e a autoria da contravenção penal imputada ao acusado, sendo insuficiente para justificar a instauração de uma ação penal.

Ademais, a aplicação da Lei nº 11.340/2006 exige a demonstração de que a conduta praticada pelo acusado se enquadra no conceito de violência doméstica e familiar contra a mulher, conforme disposto no artigo 5º da referida lei. No entanto, não há nos autos elementos que comprovem tal circunstância de forma robusta.

Quanto ao delito de injúria, é importante ressaltar que a ação penal privada deveria ter sido ajuizada pela ofendida dentro do prazo decadencial, conforme previsto no artigo 103 do CP. Caso contrário, deve ser reconhecida a extinção da punibilidade, nos termos do artigo 107, IV, do CP.

DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

O princípio da insignificância, amplamente reconhecido pela doutrina e jurisprudência, visa excluir a tipicidade material de cond"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de denúncia oferecida pelo Ministério Público em face do acusado B., imputando-lhe a prática de contravenção penal prevista no artigo 21 da Lei de Contravenções Penais, no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher, conforme a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). A denúncia também mencionou possível delito de injúria, cuja ação penal privada não foi ajuizada pela ofendida dentro do prazo decadencial.

Em sede de resposta à acusação, a defesa alega ausência de elementos probatórios suficientes, requerendo a rejeição da denúncia com base no artigo 395, III, do CPP, bem como a extinção da punibilidade em relação ao crime de injúria, nos termos do artigo 107, IV, do Código Penal.

Voto

De início, deve-se destacar que a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 93, inciso IX, exige que todas as decisões judiciais sejam devidamente fundamentadas, o que orienta o presente voto.

Dos Fatos e Fundamentos

Conforme os autos, a denúncia apresentada pelo Ministério Público carece de elementos probatórios robustos que comprovem de forma inequívoca a autoria e a materialidade da contravenção penal imputada ao réu. A análise dos elementos constantes dos autos revela a ausência de justa causa para a continuidade da ação penal, nos termos do artigo 395, III, do CPP.

Ademais, no tocante ao delito de injúria, observa-se que o prazo decadencial para a propositura da ação penal privada foi ultrapassado, caracterizando, portanto, a extinção da punibilidade, conforme dispõe o artigo 107, IV, do Código Penal.

Do Princípio da Insignificância

O princípio da insignificância, amplamente reconhecido pela jurisprudência pátria, é aplicável ao presente caso. A conduta imputada ao acusado não apresenta gravidade suficiente para justificar a aplicação da norma penal, sendo desproporcional a continuidade da persecução penal. Tal entendimento encontra respaldo na doutrina e em precedentes como o RE Acórdão/STF, julgado pelo STF.

Da Jurisprudência

Corroborando o entendimento exposto, destaca-se o julgado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) na Apelação Criminal nº Acórdão/TJSP, segundo o qual a ausência de elementos probatórios claros e a não observância dos requisitos legais para a propositura da ação penal resultam na nulidade do processo.

Conclusão

Diante do exposto, voto no sentido de:

  1. Reconhecer a ausência de justa causa para a ação penal e, consequentemente, rejeitar a denúncia, nos termos do artigo 395, III, do CPP;
  2. Reconhecer a extinção da punibilidade quanto ao delito de injúria, nos termos do artigo 107, IV, do Código Penal;
  3. Determinar o arquivamento dos autos, salvo surgimento de novas provas que justifiquem a reabertura do processo.

Decisão

Ante o exposto, acolho o voto para rejeitar a denúncia apresentada pelo Ministério Público e determinar o arquivamento dos autos, nos termos do artigo 395, III, do CPP. Ficam prejudicados os requerimentos da defesa relacionados à produção de provas e designação de audiência de conciliação. Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data.

___________________________

Magistrado


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