Modelo de Resposta à Acusação em Processo Penal com Pedido de Desclassificação de Crime de Porte de Arma de Uso Restrito com Base em Princípios Constitucionais e Proporcionalidade

Publicado em: 13/02/2025 Direito Penal Processo Penal
Modelo de Resposta à Acusação apresentada em processo criminal, referente à acusação de porte de arma de fogo de uso restrito (art. 16, §1º, inciso IV, da Lei nº 10.826/2003). O documento fundamenta o pedido de desclassificação do delito para os crimes dos arts. 12 ou 14 da mesma lei, alegando ausência de dolo específico e ressaltando princípios constitucionais como a proporcionalidade e a individualização da pena. Inclui jurisprudências e doutrina que corroboram a tese defensiva, além de pedidos de liberdade provisória e aplicação de pena mínima ou substitutiva.

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___

Processo nº: [inserir número do processo]

Réu: F. C. Q. e S.

Advogado: [Nome do Advogado], OAB/UF nº [número da OAB]

PREÂMBULO

F. C. Q. e S., já qualificado nos autos do processo em epígrafe, atualmente preso sob a acusação de prática do delito previsto no art. 16, §1º, inciso IV, da Lei nº 10.826/2003, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua RESPOSTA À ACUSAÇÃO, nos termos do art. 396-A do CPP, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

O acusado foi preso em flagrante no dia [data], sob a acusação de portar arma de fogo de uso restrito, conforme descrito no art. 16, §1º, inciso IV, da Lei nº 10.826/2003. Durante a abordagem policial, o réu confessou a posse da arma, mas alegou que não tinha conhecimento de que se tratava de armamento de uso restrito.

O réu é primário, possui residência fixa e não apresenta antecedentes criminais. A arma apreendida não foi utilizada para a prática de qualquer outro delito, tampouco houve demonstração de intenção de causar perigo à coletividade.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o réu confessou a posse da arma de fogo, mas não há elementos que comprovem o dolo específico de portar armamento de uso restrito, conforme exige o tipo penal descrito no art. 16, §1º, inciso IV, da Lei nº 10.826/2003.

O art. 16 da Lei nº 10.826/2003 prevê pena mais severa para a posse ou porte de arma de uso restrito, mas, no caso em tela, a conduta do réu se amolda melhor às figuras típicas previstas nos arts. 12 ou 14 do mesmo diploma legal, que tratam, respectivamente, da posse irregular de arma de fogo de uso permitido e do porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.

De acordo com o princípio da proporcionalidade, consagrado no ordenamento jurídico brasileiro, a pena deve ser adequada à gravidade do fato e à culpabilidade do agente. A aplicação do art. 16, §1º, inciso IV, da Lei nº 10.826/2003, no presente caso, violaria tal princípio, uma vez que não houve demonstração de maior reprovabilidade na conduta do réu.

Além disso, o princípio da individualização da pena, previsto no art. 5º, inciso XLVI, da CF/88, exige que a sanção penal seja aplicada de forma justa e proporcional, considerando as circunstâncias do caso concreto. A desclassificação para os arts. 12 ou 14 da Lei nº 10.826/2003 é medida que se impõe.

DO ENTENDIMENTO DOUTRINÁRIO

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação penal em que o réu, F.C.Q. e S., foi denunciado pela prática do crime previsto no art. 16, §1º, inciso IV, da Lei nº 10.826/2003. Consta dos autos que o réu foi preso em flagrante por portar arma de fogo de uso restrito, confessando a posse, mas alegando desconhecimento do caráter restrito do armamento.

O réu é primário, possui residência fixa e não apresenta antecedentes criminais. A defesa alega ausência de dolo específico e requer a desclassificação do delito para os previstos nos arts. 12 ou 14 da referida lei, bem como a aplicação de penas proporcionais.

Voto

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, apresento as razões de decidir de forma fundamentada, com base nos fatos e no direito aplicável ao caso concreto.

Análise dos Fatos

Restou incontroverso nos autos que o réu foi encontrado em posse de arma de fogo de uso restrito. Contudo, a confissão do réu e os elementos probatórios apresentados indicam que não houve dolo específico quanto ao conhecimento da restrição do armamento.

Ademais, o réu é primário, sem antecedentes criminais, e não utilizou a arma para a prática de outros delitos. Tais circunstâncias devem ser consideradas para a adequação da tipificação penal e aplicação da pena.

Análise do Direito

O art. 16, §1º, inciso IV, da Lei nº 10.826/2003 pressupõe o dolo específico para a configuração do tipo penal, ou seja, o conhecimento do caráter restrito da arma. No caso em análise, a ausência de provas que demonstrem esse dolo específico leva à conclusão de que a conduta do réu se amolda melhor às figuras típicas previstas nos arts. 12 ou 14 da mesma lei, que tratam da posse ou porte irregular de arma de fogo de uso permitido.

O princípio da proporcionalidade, consagrado no ordenamento jurídico brasileiro, exige que a pena seja adequada à gravidade do fato e à culpabilidade do agente. Aplicar a penalidade do art. 16 ao caso em tela, sem a comprovação dos elementos subjetivos necessários, violaria tal princípio.

Além disso, o princípio da individualização da pena, previsto no art. 5º, inciso XLVI, da Constituição Federal, reforça a necessidade de desclassificação do delito, de forma a garantir que a sanção seja justa e proporcional às circunstâncias do caso concreto.

Jurisprudência e Doutrina

O entendimento jurisprudencial e doutrinário majoritário corrobora a tese de desclassificação. Conforme precedentes citados, a ausência de dolo específico justifica a aplicação dos arts. 12 ou 14 da Lei nº 10.826/2003. Destaco ainda o ensinamento de Guilherme de Souza Nucci sobre a necessidade de observância dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade na aplicação da norma penal.

Conclusão

Ante o exposto, voto pelo conhecimento do recurso e pela sua parcial procedência, para desclassificar a conduta do réu de acordo com o art. 16, §1º, inciso IV, da Lei nº 10.826/2003, para o delito previsto no art. 12 da mesma lei, aplicando-se a pena mínima com a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, conforme o art. 44 do Código Penal.

Além disso, considerando a primariedade do réu e a inexistência de risco à ordem pública, voto pela concessão de liberdade provisória, nos termos do art. 310, inciso III, do Código de Processo Penal.

Decisão

Por unanimidade, decide-se pela desclassificação do delito previsto no art. 16, §1º, inciso IV, da Lei nº 10.826/2003, para aquele descrito no art. 12 do mesmo diploma legal, com a aplicação da pena mínima e substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. Determina-se ainda a concessão de liberdade provisória ao réu, mediante o cumprimento de medidas cautelares, se necessário.

É como voto.

Assinado eletronicamente,

[Nome do Magistrado]

Juiz de Direito


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