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Direitos Individuais e a Prescrição no Processo Coletivo

Publicado em: 26/11/2024 Processo Civil
Debate sobre o titular do direito individual aguardar o término da ação coletiva para decidir pelo ajuizamento, sem que isso configure inércia.

Segundo Teori Zavascki, o sistema estimula que o titular de direitos individuais espere o resultado da ação coletiva antes de demandar individualmente, sem caracterizar desinteresse.

Súmulas:
Súmula 284/STF. Necessidade de fundamentação adequada em recurso.

Legislação:



CF/88, art. 5º, XXXV. Direito de acesso ao Judiciário.
CPC/2015, art. 927, § 3º. Modulação dos efeitos das decisões repetitivas.
CDC, art. 103, § 2º. Coisa julgada em ações coletivas.
Lei 10.444/2002, art. 604. Alteração no CPC/1973 sobre requisitos para cálculo em execução.

 


Informações complementares





TÍTULO:
DIREITOS INDIVIDUAIS E O PROCESSO COLETIVO: PRESCRIÇÃO E O MICROSSISTEMA COLETIVO



1. INTRODUÇÃO

O processo coletivo é uma ferramenta de extrema relevância para a tutela de direitos individuais homogêneos. Uma das questões mais discutidas nesse contexto é a relação entre o prazo prescricional dos direitos individuais e a tramitação da ação coletiva. Surge o debate sobre a possibilidade de o titular do direito individual aguardar o desfecho da ação coletiva antes de tomar a decisão de ajuizar sua própria demanda.

Essa discussão envolve a análise da relação entre o princípio da efetividade da jurisdição e a proteção contra a prescrição, sem que o aguardo do resultado da ação coletiva seja caracterizado como inércia do titular do direito.

Legislação:

CDC, art. 104: Regula a prescrição no âmbito de ações coletivas.

CPC/2015, art. 203: Define o início e a interrupção de prazos prescricionais.

CCB/2002, art. 189: Estabelece a regra geral de exigibilidade de direitos e prazos prescricionais.

Jurisprudência:  
Prescrição - Direitos Individuais  

Processo Coletivo - Prescrição  

Microssistema Coletivo  


2. DIREITOS INDIVIDUAIS, PROCESSO COLETIVO, PRESCRIÇÃO, MICROSSISTEMA COLETIVO

O microssistema coletivo, estruturado pelo CDC, busca a harmonização entre a defesa de direitos coletivos e individuais. Nesse contexto, a prescrição desempenha um papel crítico ao definir os limites temporais para o exercício dos direitos.

É importante destacar que o ajuizamento de uma ação coletiva suspende ou interrompe o prazo prescricional para o exercício dos direitos individuais homogêneos. A questão central é se o titular do direito pode aguardar o desfecho da ação coletiva para, somente após, decidir pelo ajuizamento de sua demanda individual, sem que isso configure inércia. 

O posicionamento majoritário é que, enquanto perdurar a tramitação da ação coletiva, o prazo prescricional para os direitos individuais fica suspenso. Assim, cabe ao titular avaliar estrategicamente o momento mais oportuno para buscar a reparação de seu direito, respeitando a lógica de economia processual e a segurança jurídica.

Legislação:

CDC, art. 103: Determina a suspensão do prazo prescricional em ações coletivas.

CPC/2015, art. 535: Disciplina a execução de sentenças em ações coletivas.

CCB/2002, art. 206: Trata da prescrição de direitos patrimoniais.

Jurisprudência:  
Prescrição - Execução Individual  

Direitos Individuais - Coletivos  

Microssistema Coletivo - Prescrição  


3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O microssistema coletivo foi concebido para proporcionar uma tutela ampla e efetiva aos direitos coletivos e individuais homogêneos. O titular de um direito individual tem a possibilidade de aguardar o desfecho de uma ação coletiva, pois tal comportamento não deve ser confundido com inércia, considerando que a tramitação da ação coletiva suspende ou interrompe o prazo prescricional.

Essa interpretação assegura o equilíbrio entre a segurança jurídica e o direito de ação, promovendo o fortalecimento da proteção coletiva e a efetividade dos direitos individuais.



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