Jurisprudência Selecionada
1 - TST AGRAVO. GRUPO ECONÔMICO. VÍNCULO DE EMPREGO QUE ABRANGE PERÍODO ANTERIOR E POSTERIOR À REFORMA TRABALHISTA. RELAÇÃO DE COORDENAÇÃO ENTRE AS EMPRESAS. POSSIBILIDADE. Tendo em vista que a questão relativa à caracterização de grupo econômico por coordenação após a vigência da Lei 13.467/2017 é matéria nova no âmbito das Turmas do TST, impõe-se o provimento do agravo para o rejulgamento do recurso de revista interposto pela parte ré, parte adversa. Agravo conhecido e provido. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA PARTE RÉ. VIGÊNCIA DA LEI 13.467/17. GRUPO ECONÔMICO. VÍNCULO DE EMPREGO QUE ABRANGE PERÍODO ANTERIOR E POSTERIOR À REFORMA TRABALHISTA. RELAÇÃO DE COORDENAÇÃO ENTRE AS EMPRESAS. POSSIBILIDADE. 1. Quanto às relações jurídicas encerradas anteriormente à vigência da Lei 13.467/2017, esta Corte Superior possui firme jurisprudência no sentido de que, para a configuração de grupo econômico, seria imprescindível a demonstração de relação hierárquica entre as empresas, mediante controle central exercido por uma delas, não sendo suficiente a identidade de sócios, a mera coordenação entre as sociedades e/ou a similaridade do ramo de atuação. 2. Não obstante, as alterações legislativas implementadas pela Lei 13.467/2017 ampliaram as hipóteses de configuração do grupo econômico, admitindo sua caracterização como decorrência de uma relação de coordenação cumulada com a integração das atividades e efetiva comunhão de interesses. Na exata dicção da nova ordem jurídica: « interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes « (CLT, art. 2º, § 3º). 3. Na hipótese, o Tribunal Regional registrou expressamente que « restou evidenciado que as primeira e quinta (respectivamente, Oceanair e Aerovias Del Continente Americano S/A - Avianca) atuavam conjuntamente a fim de obterem proveito econômico, traduzindo na existência de coordenação entre ambas e comunhão de interesses «. Consignou que « O contrato de licença do uso de marcas (fls. 246 e ss.) revela que o uso da marca AVIANCA pela Oceanair implicou em fortalecimento de referida marca no mercado brasileiro (cláusula 4ª). Note-se que, em razão desse contrato, tanto a primeira, como a quinta ré, atuavam no país como se fossem uma única empresa (Avianca). No mais, as fichas cadastrais colacionadas às fls. 128/142 e 233 demonstram que as primeira e quinta corrés estão localizadas no mesmo endereço (Av. Washington Luiz, 7059, São Paulo). Além disso, Frederico Miguel Preza Pedreira Elias da Costa atuou como diretor presidente da Oceanair até 19.03.2019 (fls. 139 e 142), e como procurador da Aerovias del Continente Americano S/A - Avianca, desde 09.11.2016 (fl. 234) «. 4. Assim, ao reconhecer a existência de grupo econômico e, por conseguinte, a responsabilidade solidária dos demandados, a Corte de origem não baseou sua convicção somente no fato de atuarem no mesmo ramo comercial, mas registrou aspectos fáticos que comprovam a existência de efetiva comunhão de interesses e atuação conjunta. 5. Impossível adotar conclusão diversa sem revolver o conjunto fático probatório, o que encontra óbice na Súmula 126/TST. Recurso de revista não conhecido.
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