Modelo de Ação Anulatória de Escritura de Cessão de Direitos sobre Imóvel em Defesa de Idoso Alegando Fraude e Violação à Boa-Fé Contratual
Publicado em: 13/02/2024 CivelAÇÃO ANULATÓRIA DE ESCRITURA DE CESSÃO DE DIREITOS SOBRE IMÓVEL
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE GOIÂNIA/GO
A. P. dos S., brasileiro, idoso, 84 anos, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na cidade de São Paulo/SP, na Rua ________, nº ___, CEP ________, endereço eletrônico ________, por meio de seu advogado que esta subscreve, com escritório profissional situado na Rua ________, nº ___, CEP ________, na cidade de São Paulo/SP, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO ANULATÓRIA DE ESCRITURA DE CESSÃO DE DIREITOS SOBRE IMÓVEL
em face de B. R. dos S., brasileira, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, e C. F. dos S., brasileiro, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, ambos residentes e domiciliados na cidade de Goiânia/GO, com endereço na Rua ________, nº ___, CEP ________, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:
DOS FATOS
O Autor, idoso de 84 anos, celebrou contrato de compra e venda de uma fazenda localizada no estado de Goiás com a Ré B. R. dos S., pelo valor total de R$ 540.000,00 (quinhentos e quarenta mil reais). O pagamento foi ajustado da seguinte forma: entrada de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), uma parcela de R$ 59.000,00 (cinquenta e nove mil reais) em 30 dias e o saldo de R$ 450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais) em 90 dias.
O Autor recebeu apenas os valores correspondentes à entrada e à primeira parcela, totalizando R$ 100.000,00 (cem mil reais). Contudo, após o prazo de 90 dias, a Ré B. R. dos S. substabeleceu a procuração pública outorgada pelo Autor ao seu esposo, C. F. dos S., que, por sua vez, compareceu ao Cartório de Registro de Imóveis e mandou lavrar a escritura pública de cessão de direitos, declarando falsamente que o imóvel havia sido quitado.
O Autor, residente em São Paulo/SP e em tratamento médico, tomou conhecimento do ocorrido apenas após a lavratura da escritura, o que dificultou a adoção de medidas imediatas para resguardar seus direitos.
DO DIREITO
A conduta dos Réus caracteriza evidente fraude ao negócio jurídico, violando os princípios da boa-fé objetiva e da função social do contrato, previstos no CCB/2002, art. 422. A lavratura da escritura pública sem a quitação integral do preço pactuado configura ato ilícito, nos termos do CCB/2002, art. 186, e deve ser anulada.
Ademais, a procuração pública outorgada pelo Autor foi utilizada de forma abusiva e em desconformidade com os limites estabelecidos, o que também enseja a nulidade do ato jurídico, conforme o CCB/2002, art. 166, IV.
O Autor, idoso"'>...