Modelo de Ação de Consignação em Pagamento de Verbas Rescisórias

Publicado em: 06/11/2024 Trabalhista Processo do Trabalho
Modelo de petição inicial de ação de consignação em pagamento, proposta por sociedade empresária visando garantir o cumprimento de suas obrigações trabalhistas perante ex-empregado que se recusou a receber as verbas rescisórias. A ação inclui a consignação das verbas em juízo, pedido de retirada de CTPS e de aparelho de celular deixado na empresa.

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ Vara do Trabalho de Maceió/AL

REQUERENTE: M.P. LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob n.º ____, com sede na Rua ____, n.º ____, Bairro ____, Maceió/AL, CEP ____, e-mail: ____, representada por seu sócio-gerente ____, CPF n.º ____;

REQUERIDO: Mateus ____, brasileiro, estado civil, arquiteto, inscrito no CPF n.º ____, portador da CTPS n.º ____, e-mail: ____, residente e domiciliado na Rua ____, n.º ____, Bairro ____, Maceió/AL, CEP ____.

Valor da Causa: R$ 4.000,00

DOS FATOS

O Requerido foi admitido pela Requerente em 01/09/2021 para exercer a função de arquiteto, recebendo a remuneração mensal de R$ 4.000,00. Trabalhou de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, com uma hora para repouso e alimentação.

Em 10/04/2023, o Requerido foi dispensado sem justa causa, mediante aviso prévio indenizado, sendo informado de que deveria comparecer à sede da empresa em 20/04/2023 para receber as verbas rescisórias. Contudo, o Requerido, por meio de e-mail enviado ao gerente do escritório, manifestou inconformismo com a dispensa e declarou que não compareceria na data designada para o pagamento.

Além disso, o Requerido deixou um aparelho de celular no armário da empresa e sua CTPS encontra-se no departamento de recursos humanos da Requerente. Vale ressaltar que o Requerido não usufruiu as férias relativas ao período aquisitivo de 2021/2022, e a Requerente, devido a dificuldades financeiras, não efetuou o pagamento do 13º salário referente ao ano de 2022.

Diante da recusa do Requerido em comparecer à empresa para receber suas verbas rescisórias e a necessidade de formalizar a rescisão contratual, a Requerente se vê compelida a ingressar com a presente ação de consignação em pagamento para cumprir suas obrigações legais e evitar qualquer prejuízo.

DO DIREITO

Nos termos do CPC/2015, art. 539, a ação de consignação em pagamento é cabível quando o credor se recusar a receber o pagamento ou dar a quitação devida. No presente caso, o Requerido manifestou expressamente a recusa em comparecer à empresa para receber as verbas rescisórias, o que impossibilita a Requerente de cumprir suas obrigações.

Além disso, o CLT, art. 477 estabelece que as verbas rescisórias devem ser pagas no prazo de até dez dias contados a partir da data de dispensa do empregado, sendo que a inércia ou recusa do Requer"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

NARRATIVA DE FATO E DIREITO

Mateus foi contratado pela sociedade empresária M.P. LTDA em 01/09/2021 para exercer a função de arquiteto, recebendo a remuneração de R$ 4.000,00 mensais. Após ser dispensado sem justa causa em 10/04/2023, com aviso prévio indenizado, Mateus foi informado de que deveria comparecer à empresa em 20/04/2023 para receber suas verbas rescisórias. No entanto, Mateus se recusou a comparecer, manifestando seu inconformismo por meio de e-mail enviado ao gerente do escritório.

Diante da recusa do ex-empregado em receber as verbas rescisórias e a necessidade de formalizar a rescisão contratual, a empresa Requerente busca garantir o cumprimento de suas obrigações mediante a presente ação de consignação em pagamento, conforme CPC/2015, art. 539. Além disso, a empresa solicita a retirada da CTPS do Requerido e de um aparelho de celular que se encontra no armário da empresa.

DEFESAS QUE PODEM SER OPOSTAS

O Requerido poderá alegar que a empresa não pagou corretamente as verbas rescisórias, especialmente o 13º salário de 2022 e as férias do período de 2021/2022. No entanto, a empresa reconhece tais pendências e busca, por meio desta ação, consignar o valor devido e cumprir suas obrigações legais. Outra defesa possível seria alegar a falta de comunicação adequada quanto à data do pagamento, o que não procede, visto que o Requerido foi devidamente notificado para comparecer à empresa em 20/04/2023.

CONCEITOS E DEFINIÇÕES

  • Consignação em Pagamento: Ação judicial destinada a permitir que o devedor cumpra sua obrigação quando o credor se recusa a receber o pagamento ou a dar a quitação devida, nos termos do CPC/2015, art. 539.

  • Verbas Rescisórias: Valores devidos ao empregado em decorrência da rescisão do contrato de trabalho, incluindo aviso prévio, férias proporcionais, 13º salário, saldo de salário, entre outros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente ação visa garantir o cumprimento das obrigações trabalhistas da Requerente, que, diante da recusa do Requerido em comparecer para receber suas verbas rescisórias, não possui outra alternativa senão consignar o valor devido em juízo. A empresa busca, assim, evitar prejuízos futuros e assegurar que o Requerido tenha acesso aos valores que lhe são de direito, respeitando os princípios da boa-fé objetiva, da continuidade da relação de emprego e da dignidade da pessoa humana.



TÍTULO:
MODELO DE PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO DE VERBAS RESCISÓRIAS


1. Introdução

A presente petição inicial de ação de consignação em pagamento tem por objetivo garantir o cumprimento das obrigações trabalhistas da sociedade empresária proponente em face de seu ex-empregado, que se recusou a receber as verbas rescisórias devidas após a rescisão contratual. A ação visa resguardar a empresa de eventuais penalidades, depositando as quantias em juízo e, assim, regularizando a situação, conforme preconizado pela CLT, art. 467CLT, art. 477. Além disso, inclui o pedido de retirada da CTPS do ex-empregado e de um aparelho de celular pertencente à empresa, deixado sob sua guarda.


2. Consignação em Pagamento de Verbas Rescisórias

A consignação em pagamento é uma medida que permite ao empregador depositar em juízo as verbas rescisórias devidas, evitando a inadimplência perante o ex-empregado. A legislação trabalhista assegura que, na hipótese de recusa por parte do empregado em receber os valores devidos, o empregador pode recorrer a essa modalidade processual, garantindo o cumprimento de suas obrigações sem riscos de multas ou juros. A empresa busca, por meio deste depósito judicial, confirmar sua boa-fé e o cumprimento dos preceitos legais aplicáveis.


Notas Doutrinárias:

  1. A Consignação em Pagamento como Meio de Quitação: Conforme Alice Monteiro de Barros, a consignação em pagamento visa proteger o devedor, permitindo-lhe cumprir a obrigação mesmo quando o credor se recusa a receber. No contexto trabalhista, evita que o empregador fique sujeito a penalidades pela mora, resguardando seus direitos ao quitar a obrigação.

  2. Recusa Injustificada do Empregado: A doutrina reforça que, quando o empregado recusa sem justificativa o recebimento das verbas rescisórias, cabe ao empregador buscar a consignação em pagamento, evitando, assim, o acúmulo de encargos e penalidades. De acordo com Maurício Godinho Delgado, essa ação configura o exercício do direito do empregador em cumprir sua obrigação legal e de boa-fé.

Legislação:

  • CLT, art. 467 - "Determina o pagamento imediato das verbas rescisórias incontroversas."
  • CLT, art. 477 - "Estabelece prazos e requisitos para o pagamento das verbas rescisórias."

Jurisprudência:


3. Modelo de Ação de Consignação em Pagamento

Esta ação foi proposta para garantir que o empregador possa consignar as verbas rescisórias devidas ao ex-empregado, sem prejuízo de penalidades ou acréscimos. A consignação em pagamento, neste caso, tem como fundamento o cumprimento das disposições da CLT, garantindo a segurança jurídica e resguardando a empresa contra eventual alegação de inadimplemento. Assim, a empresa solicita que o juízo aceite o depósito judicial e declare a quitação da dívida com o ex-empregado.


Notas Doutrinárias:

  1. Princípio da Boa-fé no Cumprimento da Obrigação: A consignação em pagamento reafirma a boa-fé do empregador que, mesmo diante da recusa do empregado, busca cumprir suas obrigações. Nesse sentido, Carlos Henrique Bezerra Leite destaca que a boa-fé objetiva deve nortear as relações contratuais, sendo a consignação um mecanismo de proteção do empregador.

  2. Ação de Consignação para Evitar Penalidades: É direito do empregador evitar penalidades adicionais por meio da consignação em pagamento, conforme assinalado por Sergio Pinto Martins. Este meio processual é essencial para comprovar a disposição do empregador em cumprir as normas trabalhistas, impedindo cobranças indevidas ou acréscimos moratórios.

Legislação:

  • CCB/2002, art. 334 - "Estabelece os requisitos para a consignação em pagamento como forma de quitação."
  • CLT, art. 818 - "Dispõe sobre o ônus da prova nas relações de trabalho, incluindo o direito à consignação."

Jurisprudência:


4. Petição Inicial para Consignação em Pagamento

Na petição inicial, requer-se ao juízo a autorização para realizar o depósito judicial das verbas rescisórias, garantindo que a empresa não sofra prejuízos devido à recusa do ex-empregado. Além disso, solicita-se a retirada da CTPS e a devolução de um aparelho de celular que permaneceu em posse do ex-empregado, resguardando a empresa de futuras responsabilidades trabalhistas e assegurando a integralidade de seus bens.


Notas Doutrinárias:

  1. Efetividade Processual e Devolução de Bens: A consignação em pagamento não só assegura o cumprimento das obrigações pecuniárias, mas também permite que o empregador recupere bens de sua propriedade. Segundo Gustavo Filipe Barbosa Garcia, o depósito judicial é medida protetiva para o patrimônio da empresa, garantindo segurança nas relações de trabalho.

  2. O Direito do Empregador na Retirada de Bens: A empresa possui o direito de solicitar a devolução de itens deixados sob a guarda do empregado, evitando-se responsabilidades adicionais. Nesse sentido, Valentin Carrion destaca a importância da consignação para preservar o patrimônio empresarial, inclusive no que se refere à CTPS e outros bens.

Legislação:

  • CLT, art. 829 - "Estabelece os requisitos para devolução de bens do empregador sob posse do empregado."
  • CLT, art. 507 - "Dispõe sobre a quitação e a devolução de documentos e bens ao término do contrato."

Jurisprudência:


5. Considerações Finais

Diante do exposto, requer-se ao juízo:

  • A aceitação do depósito judicial das verbas rescisórias, declarando a quitação das obrigações trabalhistas com o ex-empregado;
  • A autorização para que o empregador efetue a devolução da CTPS e recuperação do aparelho celular em posse do ex-empregado;
  • O reconhecimento da boa-fé da empresa ao cumprir com suas obrigações e o afastamento de qualquer penalidade pela recusa do empregado em receber as verbas rescisórias.


 


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