Modelo de Ação de Cumprimento de Obrigação de Fazer com Indenização por Perdas e Danos contra Município por Descumprimento de Contrato Administrativo de Concessão de Uso de Imóvel Público

Publicado em: 29/10/2024 Administrativo
Petição inicial ajuizada por empresa do setor de confecções em face de município, visando o cumprimento de obrigação de fazer (entrega de imóveis públicos e regularização das condições de uso) e indenização por perdas e danos decorrentes do inadimplemento de contrato administrativo de concessão de uso. O documento fundamenta-se em princípios e normas constitucionais e administrativas, detalha os prejuízos sofridos, pleiteia tutela de urgência e apresenta jurisprudência correlata, abrangendo os pedidos de condenação do ente público à obrigação de fazer, ressarcimento financeiro, custas, honorários e produção de provas.
1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara da Fazenda Pública da Comarca de [CIDADE/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S. Indústria de Confecções Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 12.345.678/0001-99, com sede na Rua das Indústrias, nº 100, Bairro Industrial, CEP 12345-678, [CIDADE/UF], endereço eletrônico: [email protected], neste ato representada por seu sócio-administrador, A. J. dos S., brasileiro, empresário, portador do CPF nº 123.456.789-00, residente e domiciliado na Rua das Indústrias, nº 100, Bairro Industrial, CEP 12345-678, [CIDADE/UF], por intermédio de seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na Rua dos Advogados, nº 200, Sala 10, Centro, CEP 12345-000, [CIDADE/UF], endereço eletrônico: [email protected],
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS
em face de
Município de [CIDADE/UF], pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ sob o nº 98.765.432/0001-00, com sede na Praça Central, nº 1, Centro, CEP 12345-000, [CIDADE/UF], endereço eletrônico: [email protected],
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

Em [data da assinatura do contrato], a autora celebrou com o Município de [CIDADE/UF] contrato administrativo de concessão de uso de imóveis públicos, com o objetivo de instalar e operar uma indústria de confecções de roupas, conforme instrumento contratual anexo.

O contrato previa, dentre outras obrigações, que o ente público concederia à autora o uso de imóveis públicos discriminados em cláusulas específicas, devidamente identificados e aptos à instalação da atividade industrial, bem como providenciaria as condições necessárias para o início das operações, tais como regularização documental, fornecimento de energia, água e acesso viário.

Não obstante a regularidade da contratação e o cumprimento, por parte da autora, de todas as obrigações assumidas, inclusive investimentos iniciais e contratação de mão de obra local, o Município réu descumpriu diversas cláusulas contratuais, notadamente ao não disponibilizar os imóveis ajustados, tampouco providenciar as condições mínimas para a instalação da indústria.

Tal inadimplemento impossibilitou a autora de iniciar suas atividades, resultando em graves prejuízos financeiros, inclusive com a perda de contratos de fornecimento já firmados com terceiros, dispêndio com funcionários e fornecedores, além da frustração do legítimo direito de uso dos imóveis públicos concedidos.

A autora tentou, por diversas vezes, solucionar a questão administrativamente, sem sucesso, restando-lhe apenas o ajuizamento da presente demanda para ver cumprida a obrigação de fazer (entrega dos imóveis e regularização das condições de uso) e ressarcidos os prejuízos sofridos em decorrência do inadimplemento contratual do Município.

Ressalte-se que a presente demanda não se confunde com pretensão de revisão contratual, mas sim de cumprimento de obrigação de fazer e indenização por perdas e danos decorrentes do descumprimento do contrato administrativo.

4. DO DIREITO

O presente pedido encontra respaldo em diversos dispositivos legais e princípios constitucionais e administrativos.

I – Da Obrigação de Cumprir o Contrato Administrativo
Nos termos da CF/88, art. 37, caput, a Administração Pública está sujeita aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, devendo observar, ainda, a boa-fé objetiva e a função social do contrato (CCB/2002, art. 421).

O contrato administrativo celebrado entre as partes vincula o Município, que deve cumprir fielmente as obrigações assumidas, sob pena de violação do princípio do pacta sunt servanda e de causar enriquecimento ilícito da Administração (CCB/2002, art. 884).

A jurisprudência e a doutrina são uníssonas ao afirmar que o inadimplemento de obrigação contratual por parte do ente público enseja o dever de indenizar, nos termos do CCB/2002, art. 389, bem como a obrigação de fazer, consistente na entrega dos bens e condições ajustadas.

II – Da Responsabilidade Civil do Município
O Município, ao descumprir cláusulas contratuais, responde objetivamente pelos danos causados à contratada, nos termos da CF/88, art. 37, §6º, e CCB/2002, art. 927.

O descumprimento contratual, devidamente comprovado, impõe à Administração o dever de reparar integralmente os prejuízos sofridos pela autora, inclusive lucros cessantes, despesas comprovadas e danos emergentes, conforme entendimento consolidado do STJ e dos Tribunais de Justiça.

III – Da Obrigação de Fazer e da Tutela Específica
O CPC/2015, art. 497, autoriza o juiz a conceder tutela específica para o cumprimento da obrigação de fazer, determinando ao réu que pratique o ato devido, sob pena de multa diária.

IV – Do Direito de Acesso ao Judiciário
Não se exige o exaurimento da via administrativa para o ajuizamento da presente ação, s"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de Ação de Cumprimento de Obrigação de Fazer cumulada com Indenização por Perdas e Danos ajuizada por A. J. dos S. Indústria de Confecções Ltda. em face do Município de [CIDADE/UF], tendo por objeto o descumprimento de contrato administrativo de concessão de uso de imóveis públicos para instalação de indústria de confecções.

Relatório

Narra a parte autora que, ao celebrar contrato administrativo com o Município, comprometeu-se a investir e iniciar atividade industrial nos imóveis concedidos, cabendo ao Município a disponibilização dos imóveis e regularização das condições necessárias ao funcionamento (energia, água, acesso viário e demais providências). Contudo, afirma que o Município descumpriu as obrigações contratuais, não entregando os imóveis e tampouco providenciando os requisitos para início das operações, ocasionando-lhe prejuízos financeiros, inclusive a perda de contratos e despesas com funcionários e fornecedores.

Diante das tentativas infrutíferas de solução administrativa, ajuizou a demanda visando compelir o Município ao cumprimento da obrigação de fazer, além da indenização pelos danos sofridos.

Fundamentação

Inicialmente, destaco que o art. 93, IX, da Constituição Federal impõe ao magistrado o dever constitucional de motivar suas decisões, apresentando de forma clara as razões de fato e de direito que as embasam.

Da análise dos autos, restou incontroverso que houve a celebração de contrato administrativo entre as partes, prevendo obrigações específicas do Município, dentre as quais a disponibilização dos imóveis públicos e regularização das condições para o exercício da atividade industrial. A parte autora comprovou o cumprimento de suas obrigações iniciais, inclusive investimentos e contratação de mão de obra local.

A prova documental apresentada e a ausência de comprovação, por parte do Município, de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito alegado (art. 373, II, CPC/2015), evidenciam o inadimplemento contratual pela Administração Pública.

Nos termos do art. 37, caput, CF/88, a Administração Pública está sujeita aos princípios da legalidade, moralidade, publicidade e eficiência, devendo ainda observar a boa-fé objetiva e a função social do contrato (art. 421, CCB/2002). O descumprimento das obrigações contratuais pelo Município enseja o dever de reparar integralmente os prejuízos causados à parte contratada, conforme dispõe o art. 37, §6º, CF/88 e art. 927, CCB/2002.

Ressalte-se que o princípio do pacta sunt servanda igualmente vincula a Administração, sendo vedado o enriquecimento ilícito (art. 884, CCB/2002). Conforme vasta jurisprudência, o inadimplemento contratual por parte do ente público gera não apenas a obrigação de indenizar (art. 389, CCB/2002), mas também a obrigação de fazer, consistente na entrega dos imóveis e adoção das providências necessárias à instalação da atividade econômica.

O direito da parte autora ao acesso ao Judiciário independe do exaurimento da via administrativa (art. 5º, XXXV, CF/88), devendo ser garantida tutela jurisdicional efetiva.

Quanto à atualização dos valores eventualmente devidos, deverá ser observada a Emenda Constitucional nº 113/2021, art. 3º, aplicando-se a taxa SELIC nas condenações contra a Fazenda Pública a partir de 09/12/2021.

Nesse contexto, estão presentes os requisitos para o deferimento do pedido, uma vez demonstrado o inadimplemento da obrigação de fazer e os prejuízos advindos do descumprimento contratual.

Jurisprudência: "[...] O inadimplemento de serviços regularmente prestados configura enriquecimento ilícito da Administração Pública, vedado pelo ordenamento jurídico. Nas condenações contra a Fazenda Pública, a atualização dos valores, a partir de 09/12/2021, deve observar apenas a taxa SELIC, nos termos da Emenda Constitucional 113/2021, art. 3º." (TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ, Rel. Des. Sérgio Seabra Varella, j. 30/01/2025)

Dessa forma, presentes os pressupostos legais, entendo ser de rigor a procedência do pedido.

Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido, nos termos do art. 487, I, do CPC, para:

  • Determinar ao Município de [CIDADE/UF] que, no prazo de [X dias], proceda à entrega dos imóveis públicos discriminados no contrato, regularizando as condições de uso (energia, água, acesso viário), sob pena de multa diária, a ser fixada em liquidação.
  • Condenar o Município ao pagamento de indenização à autora pelos danos emergentes e lucros cessantes comprovados, devidamente atualizados pela taxa SELIC a partir de 09/12/2021, nos termos da EC nº 113/2021.
  • Condenar o réu ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em [X%] sobre o valor da condenação, na forma do art. 85, §2º, do CPC.

Defiro a produção de provas documental, testemunhal e pericial, caso necessárias à liquidação dos valores.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

É como voto.

[Cidade/UF], [data do julgamento].

___________________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito


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