Modelo de Ação de Guarda com Pedido de Tutela Antecipada em Favor de Avó Materna para Regularização de Situação de Fato

Publicado em: 24/10/2024 Civel Familia
Petição inicial de Ação de Guarda cumulada com Pedido de Tutela Antecipada, proposta pela avó materna do menor em razão do falecimento da genitora, fundamentada nos artigos 1.728 e 1.731 do Código Civil, art. 227 da Constituição Federal, art. 33 do ECA e art. 300 do CPC/2015. A autora, que já exerce a guarda de fato, requer a regularização judicial para assegurar os direitos do menor, garantindo-lhe convivência familiar estável, segurança jurídica e acesso a serviços essenciais. A petição solicita ainda gratuidade da justiça e prioridade na tramitação devido à condição de pessoa idosa da requerente.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE ARACAJU – ESTADO DE SERGIPE

MAURÍCIA FÁTIMA DA SILVA RAMIRO, brasileira, viúva, aposentada, inscrita no CPF sob o nº 976.468.065-87, residente e domiciliada na Rua Laudelino Raimundo Santos Filho, nº 267, Bairro Jardim Centenário, Aracaju/SE, CEP 49.090-500, telefone (79) 99678-6565, e-mail: katia-ramiro@hotmail.com, por seu advogado infra-assinado, conforme instrumento de mandato anexo, com escritório profissional situado na Rua ________, nº ___, Bairro ________, Aracaju/SE, onde recebe intimações e notificações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 1.728 e 1.731 do CCB/2002, art. 227 da CF/88, art. 33 do ECA, e arts. 300 e 319 do CPC/2015, propor a presente

AÇÃO DE GUARDA C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

em face de GERINALDO DIAS SANTANA, brasileiro, viúvo, pedreiro, inscrito no CPF nº 532.265.935-87, residente na Rua I, nº 100, Conjunto Jardim Universitário, Bairro Rosa Elze, São Cristóvão/SE, CEP 49.101-790, telefone (79) 99961-8490, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

1. PEDIDO DE PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO

Nos termos do CPC/2015, art. 1.048, I, combinado com o art. 71 do Estatuto do Idoso, requer a Autora a prioridade na tramitação da presente ação, por ser pessoa idosa, conforme comprova a documentação anexa.

2. DOS FATOS

A Autora é avó materna do menor K. R. S., nascido em __/__/____, filho de sua filha M. da S. R., falecida em 03/05/2023, conforme certidão de óbito anexa. Desde o falecimento da genitora, o menor passou a residir exclusivamente com a Autora, que assumiu, de fato, todos os encargos relativos à sua guarda, sustento, educação e bem-estar.

O genitor, G. D. S., embora vivo, não exerce qualquer função parental, tendo deixado a responsabilidade integral da criação do menor à sua sogra, ora Autora. O menor encontra-se bem adaptado à convivência com a avó, que lhe proporciona ambiente familiar estável, afeto, segurança e cuidados necessários ao seu desenvolvimento.

A Autora encontra-se em pleno gozo de suas faculdades mentais e físicas, possui residência fixa e condições de prover os cuidados necessários ao neto, estando apta a assumir a guarda legal do menor, com o compromisso de prestar contas ao Juízo sempre que determinado.

3. PRELIMINARMENTE – DO PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA

A Autora não possui condições financeiras de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo de seu sustento e de sua família, razão pela qual requer os benefícios da gratuidade da justiça, nos termos do CPC/2015, art. 98 e seguintes, e do art. 5º, LXXIV da CF/88.

Declara, sob as penas da lei, que é aposentada e que sua renda mensal é insuficiente para suportar as despesas do processo, conforme declaração de hipossuficiência anexa.

4. DO DIREITO

A Constituição Federal, em seu art. 227, estabelece que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à convivência familiar e comunitária, além de colocá-la a salvo de toda forma de negligência, discriminação, violência e opressão.

O CCB/2002, art. 1.728, prevê que os filhos menores são postos em tutela com o falecimento dos pais. Já o art. 1.731 dispõe que, na ausência de tutor nomeado pelos pais, a tutela incumbe aos parentes consanguíneos, preferindo os ascendentes.

Assim, a Autora, na qualidade de avó materna, é parente consanguínea em linha reta ascendente e, portanto, tem legitimidade para pleitear a guarda do menor, especialmente por já exercer a guarda de fato desde o falecimento da mãe da criança.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) também consagra o princípio do melhor interesse da criança como norteador de todas as decisões judiciais que "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I – RELATÓRIO

Trata-se de Ação de Guarda cumulada com Pedido de Tutela Antecipada proposta por Maurícia Fátima da Silva Ramiro, avó materna do menor K.R.S., em face de Gerinaldo Dias Santana, genitor da criança, visando a obtenção da guarda legal do neto, sob alegação de que, desde o falecimento da genitora do menor, a requerente vem exercendo, de fato, todos os encargos relativos à criação, educação e proteção do infante.

A parte autora alega que o genitor encontra-se ausente da vida da criança, não exercendo a função parental, motivo pelo qual pleiteia a guarda legal do menor, com base no princípio do melhor interesse da criança previsto no art. 227 da Constituição Federal, arts. 1.728 e 1.731 do Código Civil, art. 33 do Estatuto da Criança e do Adolescente e art. 300 do Código de Processo Civil.

Requereu, ainda, os benefícios da justiça gratuita, a prioridade na tramitação do feito, bem como a concessão de tutela de urgência para o deferimento provisório da guarda, até o julgamento final da demanda.

II – FUNDAMENTAÇÃO

Nos termos do art. 93, IX da Constituição Federal, “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade”. Assim, passo a fundamentar meu voto.

Inicialmente, no tocante ao pedido de gratuidade da justiça, depreende-se dos autos que a autora é aposentada e declarou, sob as penas da lei, não possuir condições financeiras para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo de seu próprio sustento, nos termos do art. 98 do CPC e do art. 5º, LXXIV da CF/88. Por conseguinte, defiro o pedido de justiça gratuita.

Quanto à prioridade na tramitação, restou comprovado que a autora é idosa, fazendo jus ao benefício previsto no art. 1.048, I do CPC/2015, combinado com o art. 71 do Estatuto do Idoso. Defiro, pois, a tramitação prioritária.

Passando à análise do mérito, verifico que a autora trouxe aos autos documentação idônea que comprova o falecimento da genitora do menor, bem como a convivência estável e contínua com a criança desde tal evento. O exercício da guarda de fato encontra respaldo nos princípios da proteção integral e do melhor interesse da criança (art. 227 da CF/88 e art. 4º do ECA).

Nesse contexto, a guarda exercida pela avó materna visa apenas regularizar uma situação consolidada no tempo, sendo clara a ausência de oposição por parte do genitor, que sequer exerce efetivamente os deveres parentais. Ademais, conforme o art. 1.728 do Código Civil, a tutela será deferida aos parentes consanguíneos na linha ascendente, como é o caso da autora.

O art. 33 do ECA ainda prevê que a guarda poderá ser deferida a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, assegurando-se à criança ou adolescente os direitos à educação, saúde e convivência familiar, todos devidamente atendidos pela requerente.

Em relação à tutela de urgência, verifica-se a presença dos requisitos do art. 300 do CPC/2015: a probabilidade do direito encontra-se evidenciada na guarda fática exercida pela avó desde o falecimento da mãe do menor, e o perigo de dano se manifesta na impossibilidade de representação legal da criança para fins educacionais, médicos e sociais.

A jurisprudência pátria tem reconhecido que a guarda deve ser deferida, sempre que possível, àquele que já exerce tal função de fato e apresenta melhores condições de garantir o desenvolvimento do menor, como demonstram os acórdãos colacionados pela parte autora nos autos.

III – DISPOSITIVO

Ante o exposto, com fundamento no art. 227 da CF/88, arts. 1.728 e 1.731 do Código Civil, art. 33 do Estatuto da Criança e do Adolescente e art. 300 do CPC/2015, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por Maurícia Fátima da Silva Ramiro, para:

  1. Deferir os benefícios da justiça gratuita;
  2. Conceder a prioridade na tramitação do processo;
  3. Conceder a guarda provisória do menor K.R.S. à autora, como medida de tutela de urgência;
  4. Confirmar a tutela antecipada e conceder à autora a guarda definitiva do menor;
  5. Determinar a expedição de ofício ao Ministério Público para ciência e acompanhamento do feito;
  6. Isentar o réu do pagamento de custas, uma vez que não há comprovação atual de sua capacidade financeira, sem prejuízo de ulterior apuração.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV – CONCLUSÃO

É como voto.

Aracaju/SE, ___ de ___________ de 2024.

Juiz(a) de Direito


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