Modelo de Petição Inicial de Ação de Guarda de Menor com Pedido de Tutela Antecipada pela Avó Materna – Regularização de Guarda Fática após Óbito da Genitora

Publicado em: 24/10/2024 Civel Familia
Modelo de petição inicial para propositura de ação de guarda de menor, cumulada com pedido de tutela antecipada, em que a avó materna busca regularizar judicialmente a guarda de seu neto menor, após o falecimento da mãe da criança. O documento detalha a situação fática consolidada, enfatizando o melhor interesse do menor, fundamentação legal (CF/88, ECA, CPC/2015), pedido de justiça gratuita e tutela de urgência para concessão liminar da guarda provisória. Apresenta os pedidos principais, lista de provas requeridas, jurisprudências pertinentes e todos os requisitos formais do procedimento.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE GUARDA DE MENOR C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

1. ENDEREÇAMENTO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA _____ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE ARACAJU/SE

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

AUTORA: M. F. da S. R., brasileira, viúva, aposentada, inscrita no CPF sob o nº 976.468.065-87, residente e domiciliada na Rua Laudelino Raimundo Santos Filho, nº 267, Bairro Jardim Centenário, Aracaju/SE, CEP 49.090-500, telefone (79) 99678-6565, e-mail: [email protected].
MENOR: K. R. S., menor impúbere, solteiro, estudante, inscrito no CPF nº 112.697.215-00, RG nº 4.100.543-0, residente e domiciliado na Rua Laudelino Raimundo Santos Filho, nº 267, Bairro Jardim Centenário, Aracaju/SE, CEP 49.090-500.
RÉU: G. D. S., brasileiro, viúvo, pedreiro, inscrito no CPF nº 532.265.935-87, residente na Rua I, nº 100, Conjunto Jardim Universitário, Bairro Rosa Elze, São Cristóvão/SE, CEP 49.100-000, telefone (79) 99961-8490.

3. DOS FATOS

A autora é avó materna do menor K. R. S., sendo mãe biológica da genitora falecida do menor, o que configura parentesco de segundo grau em linha colateral, conforme dispõe o CCB/2002, art. 1.593.

Em 03/01/2023, a mãe do menor veio a óbito, conforme certidão de óbito anexa, deixando o menor sob a guarda de fato da autora, sua avó, desde então. Ressalta-se que o genitor, G. D. S., embora vivo, não exerce a guarda efetiva do menor, que permanece sob os cuidados da autora, a qual provê todas as necessidades básicas, inclusive alimentação, vestuário, educação e assistência moral.

A autora encontra-se em pleno gozo de suas capacidades física e mental, possui residência fixa e demonstra plenas condições de assumir formalmente a guarda do menor, zelando pelo seu desenvolvimento integral e bem-estar, conforme exige a legislação vigente.

Diante da situação consolidada de fato, busca-se a regularização da guarda em favor da autora, em consonância com o princípio do melhor interesse da criança, previsto no CF/88, art. 227 e no ECA, art. 4º.

4. DO DIREITO

4.1. DA COMPETÊNCIA E DO CABIMENTO
A presente ação é proposta perante a Vara de Família, nos termos do CPC/2015, art. 53, I, sendo competente o juízo do domicílio do menor para processar e julgar causas relativas à guarda.

4.2. DA GUARDA DE MENOR E DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA
O CF/88, art. 227 estabelece que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-la a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

O ECA, art. 33 dispõe que a guarda obriga à prestação de assistência material, moral e educacional à criança, conferindo ao guardião o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais, e pleitear em juízo em nome do menor.

A guarda pode ser deferida a terceiros, em caráter excepcional, quando comprovada a impossibilidade ou inadequação dos pais em exercerem tal função, sempre em observância ao princípio do melhor interesse do menor (ECA, art. 33, §2º).

4.3. DA REGULARIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE FATO
O instituto da guarda visa, muitas vezes, regularizar situação de fato consolidada, conferindo segurança jurídica ao menor e ao guardião, conforme entendimento consolidado na jurisprudência.

4.4. DA TUTELA ANTECIPADA
O CPC/2015, art. 300 autoriza a concessão de tutela de urgência quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. No caso, a permanência do menor sob a guarda da autora, sua avó, é medida que se impõe para garantir sua estabilidade emocional, social e educacional, evitando-se riscos à sua formação.

4.5. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A autora não possui condições financeiras de arcar com as custas processuais sem prejuízo de seu próprio sustento, motivo pelo qual requer os benefícios da justiça gratuita, nos termos do CPC/2015, art. 98 e do CF/88, art. 5º, LXXIV.

4.6. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
Fundamentam a presente demanda os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), proteção integral e prioridade absoluta (CF/88, art. 227), bem como o melhor interesse da criança, que deve nortear toda decisão relativa à guarda de menores.

Fechamento Argumentativo: Diante do exposto, resta demonstrada a necessidade de regularização da guarda em favor da autora, com a concessão de tutela antecipada, em razão da situação de fato consolidada e do "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Ação de Guarda de Menor cumulada com pedido de tutela antecipada proposta por M. F. da S. R., avó materna do menor K. R. S., em face de G. D. S., genitor do infante. A autora alega que, após o falecimento da mãe do menor, passou a exercer, de fato, a guarda da criança, provendo-lhe todas as necessidades básicas, e requer a regularização da guarda judicialmente, sustentando o princípio do melhor interesse do menor. Requer, ainda, a concessão dos benefícios da justiça gratuita e a antecipação dos efeitos da tutela, a fim de assegurar a estabilidade e proteção integral do menor.

O réu foi devidamente citado. O Ministério Público manifestou-se nos autos.

Fundamentação

Inicialmente, cumpre destacar que o presente voto é proferido em obediência ao art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, o qual determina que todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade.

A competência da Vara de Família para processar e julgar demandas de guarda está prevista no art. 53, I do CPC/2015, sendo o foro do domicílio do menor o competente para o feito.

No mérito, restou comprovado, pelos documentos acostados e depoimentos colhidos, que a autora, avó materna do menor, exerce, desde o falecimento da genitora, a guarda de fato do infante, provendo-lhe assistência material, educacional e moral.

O art. 227 da Constituição Federal e o art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelecem o dever da família, sociedade e Estado de assegurar, com absoluta prioridade, os direitos da criança, pautando-se toda decisão pelo princípio do melhor interesse do menor.

O art. 33 do ECA permite a concessão de guarda a terceiros (inclusive avós), em caráter excepcional, desde que comprovada a impossibilidade ou inadequação dos pais de exercerem tal função, sempre primando pelo interesse superior da criança.

No caso dos autos, a situação fática está consolidada com a convivência estável do menor com sua avó materna, desde o falecimento da genitora, não se verificando exercício efetivo da guarda por parte do genitor. A documentação acostada comprova que a autora possui plenas condições para exercer a guarda, garantindo ao menor ambiente familiar, estabilidade e atendimento de suas necessidades.

A jurisprudência pátria reconhece que a regularização da guarda, quando já consolidada de fato, visa conferir segurança jurídica ao menor e ao guardião (TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ e Apelação Acórdão/TJRJ).

Quanto ao pedido de tutela antecipada, o art. 300 do CPC/2015 autoriza a concessão da medida quando presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano. No caso, a permanência do menor sob os cuidados da avó demonstra-se benéfica e necessária à sua proteção e desenvolvimento, restando preenchidos os requisitos legais.

No tocante ao pedido de justiça gratuita, a autora demonstrou hipossuficiência financeira, preenchendo os requisitos do art. 98 do CPC/2015 e art. 5º, LXXIV da CF/88.

Não havendo irregularidades processuais, conheço do pedido e passo ao exame do mérito.

Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento no art. 93, IX, da CF/88, art. 227 da CF/88, arts. 33 e 4º do ECA e arts. 98 e 300 do CPC/2015, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial para:

  • Conceder à autora a guarda definitiva do menor K. R. S., regularizando a situação de fato já consolidada, em observância ao melhor interesse da criança;
  • Conceder, de imediato, a tutela antecipada requerida, para que a autora permaneça com a guarda provisória do menor até o trânsito em julgado desta decisão, autorizando-se a expedição de ofícios necessários para regularização escolar, médica e demais atos essenciais à vida do infante;
  • Conceder à autora os benefícios da justiça gratuita;
  • Determinar a intimação do Ministério Público, na forma da lei;
  • Homologo a produção de todas as provas admitidas em direito, inclusive estudo psicossocial, se necessário;
  • Condenar o réu ao pagamento das custas e honorários advocatícios, caso haja resistência à pretensão, nos termos legais.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

Em face do exposto, julgo procedente o pedido de guarda formulado por M. F. da S. R. em favor do menor K. R. S., confirmando a tutela antecipada e os benefícios da justiça gratuita, regularizando a situação de fato sob a ótica do melhor interesse da criança (CF/88, art. 227).

Aracaju/SE, ____ de ___________ de 2025.

_______________________________________
Juiz(a) de Direito


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Publicado em: 24/10/2024 Civel Familia

Petição inicial de Ação de Guarda cumulada com Pedido de Tutela Antecipada, proposta pela avó materna do menor em razão do falecimento da genitora, fundamentada nos artigos 1.728 e 1.731 do Código Civil, art. 227 da Constituição Federal, art. 33 do ECA e art. 300 do CPC/2015. A autora, que já exerce a guarda de fato, requer a regularização judicial para assegurar os direitos do menor, garantindo-lhe convivência familiar estável, segurança jurídica e acesso a serviços essenciais. A petição solicita ainda gratuidade da justiça e prioridade na tramitação devido à condição de pessoa idosa da requerente.

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Publicado em: 05/04/2025 Civel Familia

Petição inicial proposta por genitora, com fundamento no CPC/2015, art. 303, solicitando tutela antecipada de urgência em caráter antecedente, com pedido de busca e apreensão de menor. A ação é movida contra o genitor que reteve a criança indevidamente, sem respaldo judicial, após a separação do casal. A autora alega retenção arbitrária, violação ao princípio do melhor interesse da criança e requer o retorno imediato do menor à sua guarda. Fundamentação jurídica baseada no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Constituição Federal e Código Civil, com fundamentos de urgência e risco de dano irreparável ao menor.

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