Modelo de Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais em Decorrência de Falha na Prestação de Serviço Relacionada à Venda de Animal de Estimação

Publicado em: 18/10/2024 CivelConsumidor
Trata-se de ação judicial onde a autora busca reparação por danos materiais e morais em face da ré, proprietária de um canil, devido à venda de um filhote de cachorro que apresentou problemas de saúde graves, culminando no óbito do animal. A autora alega falha na prestação de serviço pela ré, incluindo omissão no dever de informar, indicação inapropriada de medicamentos e descumprimento de normas do Código de Defesa do Consumidor. Com base em provas documentais e laudo técnico, a autora pleiteia indenização pelo prejuízo financeiro e pelo abalo emocional sofrido.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ___

Processo nº: [número do processo]

1. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

ELISANGELA CIEPLACK VEDOY, em união estável, autônoma, inscrita no CPF sob o nº 001.389.180-40, portadora do RG nº 2076554449, residente e domiciliada na Rua Maria Trindade, nº 287, Bairro Humaitá, Porto Alegre/RS, CEP 90250-275, endereço eletrônico: [e-mail], doravante denominada AUTORA, por seu advogado infra-assinado (procuração anexa), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS C/C DANOS MORAIS

em face de RENATA ONGARATTO, proprietária do Canil [nome do canil], inscrita no CPF sob o nº [número], residente e domiciliada na Rua Porto Xavier, nº 290, Sapucaia do Sul/RS, CEP [CEP], endereço eletrônico: [e-mail], doravante denominada , pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:

2. DOS FATOS

No dia 30 de julho de 2024, a Autora adquiriu uma cadela da raça [raça], de nome Pandora, diretamente da Ré, no endereço Rua Porto Xavier, nº 290, Sapucaia do Sul/RS, uma vez que o canil estaria em reforma, conforme informado pela própria Ré.

Já no dia seguinte, 31 de julho de 2024, a cadela apresentou falta de apetite. Em 05 de agosto, a Autora observou episódios de diarreia, sendo tranquilizada pela Ré, que alegou ser normal em filhotes que ainda não se alimentam bem. Em 09 de agosto, a situação agravou-se com episódios de vômito e diarreia intensa. A Ré, novamente, minimizou os sintomas e indicou medicamentos, desaconselhando a ida ao veterinário.

Demonstrando responsabilidade e zelo, a Autora procurou atendimento veterinário de emergência em 10 de agosto de 2024, quando foi diagnosticada a infecção por Cystoisospora, protozoário transmitido por ingestão de água, alimentos ou fezes contaminadas. A cadela foi internada em CTI, mas, infelizmente, veio a óbito em 16 de agosto de 2024.

O laudo de necropsia revelou: rins com cistos multifocais moderados, fígado com degeneração vacuolar difusa, pâncreas necrosado e peripancreatite multifocal. A Ré, por meio de seus representantes, recusou-se a assumir qualquer responsabilidade, conforme conversas via WhatsApp anexadas (docs. 01 e 02).

3. DOS DANOS MATERIAIS E MORAIS

A Autora arcou com despesas expressivas, totalizando R$ 5.833,00, conforme comprovantes anexos, que englobam o valor da aquisição da cadela, consultas, exames, internação e necropsia.

Além disso, a perda da cadela gerou profundo abalo emocional à Autora e sua família, especialmente por tratar-se de um filhote recém-adquirido, cuja expectativa era de convívio duradouro e afetivo. A frustração, tristeza e sofrimento ultrapassam o mero dissabor cotidiano, configurando dano moral in re ipsa, cuja reparação é estimada em R$ 5.000,00.

4. DO DIREITO

A responsabilidade da Ré é objetiva, conforme preceitua o CCB/2002, art. 927, parágrafo único, pois decorre do risco da atividade comercial de venda de animais. Aplica-se também o CDC, art. 14, que impõe responsabilidade ao fornecedor de serviços independentemente de culpa, bastando a demonstração do defeito, do dano e do nexo causal.

O comportamento da Ré, ao minimizar os sintomas e prescrever medicamentos sem avaliação clínica, configura falha na prestação do serviço, violando o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), além de contrariar o dever de informação e transparência previsto no CDC, art. 6º, III.

Ademais, o animal de estimação, embora juridicamente considerado bem semovente, é reconhecido como s"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I – Relatório

Trata-se de Ação de Indenização por Danos Materiais cumulada com Danos Morais ajuizada por Elisangela Cieplack Vedoy em face de Renata Ongaratto, proprietária de canil, em razão da morte de cadela recém-adquirida, decorrente de infecção por Cystoisospora, supostamente contraída antes da entrega do animal à autora.

Segundo narra a petição inicial, a autora adquiriu o animal em 30/07/2024 e já no dia seguinte observou sintomas de enfermidade, os quais foram agravando-se com o tempo, culminando na morte da cadela em 16/08/2024. A ré teria minimizado os sintomas e desaconselhado a ida ao veterinário, sugerindo uso de medicamentos por conta própria, o que, para a autora, caracteriza falha na prestação do serviço.

II – Fundamentação

1. Do Conhecimento

Presentes os pressupostos processuais e condições da ação, conheço do pedido formulado pela parte autora.

2. Do Mérito

A controvérsia gira em torno da responsabilidade civil da ré, na qualidade de fornecedora de animal de estimação, pela morte do filhote adquirido pela autora.

Conforme dispõe o art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor de serviços responde objetivamente pelos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, independentemente da existência de culpa.

Além disso, o art. 927, parágrafo único, do Código Civil estabelece que haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos em que a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Está documentalmente comprovado que a autora adquiriu a cadela no dia 30/07/2024 e que, em menos de 24 horas, o animal já apresentava sinais de enfermidade. A ré, apesar de alertada, desaconselhou o atendimento veterinário profissional e prescreveu medicamentos sem respaldo técnico, agravando a situação do filhote, que veio a óbito em 16/08/2024.

O laudo de necropsia confirma a presença de infecção por Cystoisospora, além de outras lesões compatíveis com septicemia. Trata-se de moléstia com período de incubação que sugere contaminação anterior à aquisição, o que reforça o nexo causal entre a conduta da ré e o dano sofrido.

Nos termos do art. 6º, III, do CDC, constitui direito básico do consumidor a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços. A omissão da ré e sua conduta de desestimular a busca por atendimento especializado violam esse dever, caracterizando falha na prestação do serviço.

Quanto aos danos materiais, os documentos anexados demonstram despesas que somam R$ 5.833,00, valor que deve ser integralmente ressarcido.

Em relação aos danos morais, entendo que estão configurados. A perda precoce de um animal de estimação, especialmente em razão de negligência do fornecedor, ultrapassa o mero aborrecimento. A jurisprudência atual reconhece que animais de companhia são seres sencientes, com papel afetivo relevante na vida de seus tutores, sendo cabível a indenização por danos morais nestas hipóteses (TJSP – Apelação Cível Acórdão/TJSP).

O pedido de justiça gratuita deve ser acolhido, diante da declaração de hipossuficiência juntada aos autos, nos termos do art. 98 do CPC/2015.

III – Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige motivação das decisões judiciais, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial para:

  • Condenar a ré Renata Ongaratto ao pagamento de R$ 5.833,00, a título de danos materiais, corrigidos monetariamente desde o desembolso e acrescidos de juros de 1% ao mês desde a citação;
  • Condenar a ré ao pagamento de R$ 5.000,00, a título de danos morais, corrigidos monetariamente desde esta data e acrescidos de juros de 1% ao mês a partir da citação;
  • Conceder à autora os benefícios da justiça gratuita;
  • Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV – Encerramento

Porto Alegre/RS, ___ de ____________ de 2024.

Juiz de Direito


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