Modelo de Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais contra Concessionária de Energia com Pedido de Tutela de Urgência por Cobrança Indevida e Ameaça de Corte de Serviço Essencial
Publicado em: 14/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidorPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de Bom Jesus/RS
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, casado, agricultor, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX, residente e domiciliado na Estrada do Governador, nº 1070, zona rural, Bom Jesus/RS, endereço eletrônico: [email protected], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na Rua X, nº Y, Centro, Bom Jesus/RS, endereço eletrônico: [email protected], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente:
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
em face de CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA XYZ S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/0001-XX, com sede na Rua Z, nº 999, Bairro Industrial, Porto Alegre/RS, endereço eletrônico: [email protected], pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:
3. DOS FATOS
O Autor é proprietário de imóvel rural situado na Estrada do Governador, nº 1070, neste município de Bom Jesus/RS, onde mantém atividade agrícola e utiliza energia elétrica fornecida pela Ré.
Em 24/12/2024, foi surpreendido com a fatura de energia elétrica no valor de R$ 2.433,34, referente ao consumo de 2.553 kWh, com leitura do medidor apontando 28.476 kWh. No entanto, ao verificar o medidor em 15/01/2025, constatou que o consumo real era de 26.368 kWh, revelando um erro de leitura por parte da concessionária.
Apesar da inconsistência, em 20/01/2025 foi emitida nova fatura no valor de R$ 3.244,27, com leitura de 30.451 kWh e consumo mensal de 1.975 kWh. O Autor abriu o protocolo nº 1696382297 para contestar as cobranças.
Em 12/02/2025, funcionário da Ré compareceu ao local e confirmou o erro, registrando leitura de 26.928 kWh e consumo mensal de apenas 560 kWh. Mesmo assim, as cobranças anteriores não foram corrigidas.
Nos meses seguintes, as faturas foram emitidas com valores e consumos compatíveis com a realidade: fevereiro/2025 (R$ 539,51 – 580 kWh), março/2025 (R$ 830,70 – 584 kWh) e abril/2025 (R$ 300,77 – 32 kWh). Contudo, os valores indevidos de dezembro/2024 e janeiro/2025 não foram estornados.
Novos protocolos foram abertos (nºs 1741721986 e 1742179458), mas a Ré manteve-se inerte, inclusive emitindo aviso de corte, o que configura ameaça ao fornecimento essencial de energia elétrica.
4. DO DIREITO
A relação jurídica entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, arts. 2º e 3º. A concessionária de energia elétrica presta serviço público essencial, sendo sua responsabilidade objetiva, conforme CDC, art. 14.
O erro na leitura do medidor e a cobrança de valores indevidos configuram falha na prestação do serviço, ensejando o dever de indenizar. A conduta da Ré violou os princípios da boa-fé objetiva e da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), além de afrontar o direito do consumidor à informação clara e adequada (CDC, art. 6º, III).
O Autor foi compelido a pagar valores indevidos sob pena de corte de energia, o que caracteriza coação e abuso de direito. A ameaça de interrupção do serviço essencial, mesmo diante da comprovação do erro, agrava a situação e justifica a concessão de tutela de urgência, nos termos do CPC/2015, art. 300...