Modelo de Petição Inicial de Ação de Cobrança Indevida Contra Concessionária de Energia com Pedido de Restituição em Dobro, Indenização por Danos Morais e Materiais, e Tutela Provisória

Publicado em: 04/11/2024 CivelProcesso CivilConsumidor
Modelo completo de petição inicial para ajuizamento de ação de cobrança indevida cumulada com pedido de restituição em dobro dos valores pagos, indenização por danos materiais e morais, e concessão de tutela provisória, em face de concessionária de energia elétrica (CELESC). O documento contempla qualificação das partes, exposição detalhada dos fatos, fundamentação jurídica baseada no Código de Defesa do Consumidor, Código Civil e Constituição Federal, pedido de inversão do ônus da prova, jurisprudência atualizada e requerimentos para suspensão de cobranças, impedimento de corte de energia, retirada de restrições em órgãos de crédito e realização de audiência de conciliação. Indicado para casos em que o consumidor é cobrado indevidamente por parcelamento não contratado, com risco de interrupção de serviço essencial e abalo moral.

PETIÇÃO INICIAL – AÇÃO DE COBRANÇA INDEVIDA C/C PEDIDO DE RESSARCIMENTO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS E TUTELA PROVISÓRIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de _____________ – Tribunal de Justiça do Estado

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, eletricista, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000 SSP/XX, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado à Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, Cidade/UF, CEP 00000-000, autor, por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, propor a presente
AÇÃO DE COBRANÇA INDEVIDA C/C PEDIDO DE RESSARCIMENTO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS E TUTELA PROVISÓRIA
em face de CELESC – Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, com sede na Rua Deputado Antônio Edu Vieira, nº 550, Bairro Pantanal, Florianópolis/SC, CEP 88040-901, endereço eletrônico [email protected], , pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O autor é consumidor regular dos serviços de fornecimento de energia elétrica prestados pela , sendo titular da unidade consumidora situada em seu endereço residencial.

No mês de junho de 2024, o autor foi surpreendido ao identificar em sua fatura de energia elétrica a cobrança de uma parcela no valor de R$ 97,03, sob a rubrica de “parcelamento negociado”. Tal cobrança se repetiu nas faturas dos meses de julho, agosto, setembro, outubro e novembro de 2024, totalizando seis parcelas e um montante de R$ 582,18.

Ocorre que o autor jamais negociou qualquer parcelamento de débito junto à , tampouco autorizou a inclusão de valores parcelados em sua fatura. Ressalte-se que o autor sempre manteve suas obrigações em dia, conforme comprovantes de pagamento dos anos de 2022, 2023 e dos meses de 2024 anteriores ao início das cobranças indevidas, anexados a esta inicial.

Surpreso com a situação, o autor buscou esclarecimentos junto à concessionária CELESC, tendo registrado protocolo de atendimento (documento anexo), porém não obteve solução para o problema, permanecendo as cobranças indevidas nas faturas subsequentes.

Ressalte-se que a conduta da causou ao autor não apenas prejuízo material, pela cobrança e pagamento de valores indevidos, mas também abalo moral, diante da frustração, do desgaste emocional e do temor de sofrer restrição no fornecimento de serviço essencial.

Diante da inércia da em solucionar a questão administrativamente, não restou alternativa ao autor senão buscar a tutela jurisdicional para ver reconhecida a indevida cobrança, com a restituição dos valores pagos e a devida compensação pelos danos morais sofridos.

Resumo: O autor jamais negociou parcelamento, comprovou quitação de débitos anteriores, tentou solução administrativa e segue sendo indevidamente cobrado, sendo evidente o prejuízo material e moral.

4. DOS PEDIDOS DE TUTELA PROVISÓRIA

Nos termos do CPC/2015, art. 300, requer o autor a concessão de tutela provisória de urgência para:

  • a) Determinar à ré que se abstenha de realizar qualquer restrição, suspensão ou corte no fornecimento de energia elétrica da unidade consumidora do autor em razão das parcelas questionadas, até decisão final;
  • b) Suspender imediatamente a cobrança das parcelas indevidas de R$ 97,03 nas próximas faturas, sob pena de multa diária a ser arbitrada por Vossa Excelência;
  • c) Determinar a exclusão de eventual apontamento negativo em órgãos de proteção ao crédito decorrente das cobranças ora impugnadas.
Fundamento: O perigo de dano é evidente, pois o corte de energia elétrica compromete direito fundamental à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), e a probabilidade do direito decorre dos documentos que comprovam a inexistência de negociação e a quitação dos débitos.
Fechamento: A concessão da tutela provisória é medida que se impõe para evitar dano irreparável ou de difícil reparação ao autor.

5. DO DIREITO

5.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

A relação entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e art. 3º, sendo o autor destinatário final do serviço e a ré fornecedora de energia elétrica.
O CDC, art. 6º, VIII, assegura ao consumidor a inversão do ônus da prova, diante da hipossuficiência e da verossimilhança das alegações, requisitos presentes no caso concreto, pois o autor desconhece a origem da cobrança e não dispõe de meios técnicos para comprovar a ausência de negociação.

5.2. DA COBRANÇA INDEVIDA E DO DIREITO À REPETIÇÃO DO INDÉBITO

A cobrança de valores não contratados caracteriza enriquecimento ilícito da concessionária, vedado pelo CCB/2002, art. 884. O CDC, art. 42, parágrafo único, prevê que o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
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Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Ação de Cobrança Indevida c/c Pedido de Ressarcimento por Danos Materiais e Morais e Tutela Provisória ajuizada por A. J. dos S. em face de CELESC – Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A., na qual o autor alega ter sido surpreendido com a cobrança de seis parcelas, no valor individual de R$ 97,03, sob a rubrica de “parcelamento negociado”, sem jamais ter pactuado qualquer parcelamento junto à ré. Argumenta que buscou solução administrativa, sem êxito, e que a conduta da ré lhe causou prejuízo material e abalo moral. Requer tutela provisória para suspensão das cobranças e abstenção de corte do serviço, declaração de inexistência do débito, restituição em dobro dos valores pagos e indenização por danos morais.

Fundamentação

1. Conhecimento do Pedido

Preenchidos os pressupostos processuais e condições da ação, conheço do pedido.

2. Interpretação Hermenêutica: Fatos e Direito

A controvérsia cinge-se à cobrança, pela ré, de valores a título de “parcelamento negociado”, sem que o autor tivesse anuído ou celebrado qualquer acordo para tal. O autor comprovou a quitação regular de seus débitos anteriores e a inexistência de acordo formal de parcelamento, bem como tentou solução administrativa infrutífera.

A relação estabelecida entre as partes é nitidamente de consumo, nos termos dos arts. 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor (CDC), o que enseja a aplicação das normas protetivas e, diante da verossimilhança das alegações e hipossuficiência do autor, impõe-se a inversão do ônus da prova (art. 6º, VIII, CDC).

3. Da Cobrança Indevida e Restituição do Indébito

A cobrança de valores não pactuados configura enriquecimento ilícito, vedado pelo art. 884 do Código Civil. O art. 42, parágrafo único, do CDC, prevê que, em casos de cobrança indevida, o consumidor tem direito à repetição do indébito por valor igual ao dobro do que pagou, salvo engano justificável, o que não restou demonstrado nos autos.

4. Dos Danos Morais

A cobrança indevida de valores, especialmente em relação a serviço essencial, ultrapassa o mero aborrecimento e configura dano moral (CF/88, art. 1º, III), conforme precedentes do Superior Tribunal de Justiça e Tribunais Estaduais. O constrangimento, a insegurança e o risco de interrupção do fornecimento de energia justificam a indenização pretendida (vide Apelação Cível TJSP Acórdão/TJSP).

5. Da Tutela Provisória

Presentes a probabilidade do direito (documentação comprobatória da inexistência de pactuação de parcelamento e de quitação de débitos) e o perigo de dano (risco de corte de fornecimento de energia, serviço essencial), cabível a concessão de tutela provisória, nos termos do art. 300 do CPC/2015.

6. Fundamentos Constitucionais e Legais

Cumpre destacar o dever de fundamentação das decisões judiciais, nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige exposição clara dos motivos que levaram à convicção do julgador. No caso, a análise dos documentos e das normas aplicáveis evidencia a ilicitude da cobrança, o direito à restituição em dobro e à indenização por danos morais.

Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, com fulcro no art. 487, I, do CPC/2015, para:

  • a) CONCEDER a tutela de urgência para determinar à ré que se abstenha de realizar qualquer restrição, suspensão ou corte no fornecimento de energia elétrica da unidade do autor em razão das parcelas questionadas, até decisão final, bem como suspenda imediatamente a cobrança das parcelas indevidas de R$ 97,03 nas próximas faturas, sob pena de multa diária de R$ 200,00;
  • b) DECLARAR a inexistência do débito referente às parcelas cobradas nas faturas de junho a novembro de 2024;
  • c) CONDENAR a ré à restituição em dobro dos valores pagos indevidamente pelo autor, nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único;
  • d) CONDENAR a ré ao pagamento de indenização por danos morais ao autor, que fixo em R$ 10.000,00 (dez mil reais), em observância aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade;
  • e) CONDENAR a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação (CPC/2015, art. 85).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

O presente voto encontra-se devidamente fundamentado de acordo com o art. 93, IX, da Constituição Federal, bem como observado o devido processo legal, ampla defesa e contraditório. Considerando a verossimilhança das alegações, a documentação acostada e a legislação aplicável, a procedência do pedido é medida que se impõe.

Decisão sobre Recursos

Eventuais recursos apresentados deverão ser processados nos termos da legislação vigente, admitindo-se, caso presentes os requisitos, efeito suspensivo às decisões que versem sobre a tutela provisória.

Certidão

Dou por encerrada a instrução, determinando o regular prosseguimento do feito.

Florianópolis/SC, data do julgamento.

_______________________________________
Magistrado(a)


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