Modelo de Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais contra Companhia de Energia Elétrica por Interrupção Injustificada de Serviço a Pessoa com Deficiência Física, com Fundamento no CDC e CF/88

Publicado em: 29/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Petição inicial para ação de indenização por danos morais e materiais ajuizada por consumidor com deficiência física contra companhia de energia elétrica, devido à interrupção prolongada e injustificada do fornecimento de energia, que comprometeu sua saúde e segurança. Fundamenta-se na responsabilidade objetiva da concessionária prevista no Código de Defesa do Consumidor e na Constituição Federal, requerendo indenização, inversão do ônus da prova e produção de provas.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [cidade/UF], do Tribunal de Justiça do Estado de [Estado].

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, deficiente físico, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000-0, profissão [informar], endereço eletrônico [[email protected]], residente e domiciliado à [endereço completo], por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS em face de Companhia de Energia Elétrica X S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, com sede na [endereço completo], endereço eletrônico [[email protected]], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor é consumidor regular dos serviços de fornecimento de energia elétrica prestados pela Ré, sendo pessoa com deficiência física, condição que demanda cuidados especiais e dependência de equipamentos elétricos para sua qualidade de vida e segurança.

No dia [data], uma sexta-feira, o fornecimento de energia elétrica em sua residência foi abruptamente interrompido pela Ré, sem qualquer aviso prévio ou justificativa plausível. Tal interrupção perdurou por todo o final de semana, somente sendo restabelecida na segunda-feira subsequente.

Durante o período de interrupção, o Autor ficou privado do uso de equipamentos essenciais para sua locomoção e bem-estar, tais como cadeira de rodas motorizada, aparelhos de suporte à saúde e iluminação adequada, expondo-o a riscos à sua integridade física e à sua dignidade. Além disso, alimentos e medicamentos que dependiam de refrigeração foram perdidos, gerando prejuízos materiais.

O Autor tentou contato com a Ré por meio dos canais de atendimento, registrando reclamações e pedidos de urgência, sem, contudo, obter qualquer solução em tempo razoável. O descaso da Ré agravou o sofrimento do Autor, que, além dos danos materiais, experimentou angústia, insegurança e sentimento de desamparo, configurando evidente dano moral.

Ressalta-se que a energia elétrica é serviço público essencial, cuja prestação deve ser contínua e adequada, especialmente quando envolve consumidores em situação de vulnerabilidade, como é o caso do Autor.

Diante da falha na prestação do serviço, da ausência de resposta eficaz e dos prejuízos suportados, não restou alternativa ao Autor senão buscar a tutela jurisdicional para ver reparados os danos sofridos.

4. DO DIREITO

4.1. DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA CONCESSIONÁRIA

A relação entre as partes é de consumo, sendo aplicável nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º. A Ré, na qualidade de concessionária de serviço público essencial, responde objetivamente pelos danos causados aos consumidores por defeitos na prestação do serviço, conforme CDC, art. 14, e CF/88, art. 37, § 6º.

O serviço de fornecimento de energia elétrica, por sua natureza, deve ser prestado de forma contínua, eficiente e adequada, conforme determina o CDC, art. 22. A interrupção injustificada, especialmente sem aviso prévio e em imóvel habitado por pessoa com deficiência, caracteriza falha grave na prestação do serviço, ensejando o dever de indenizar.

4.2. DOS DANOS MATERIAIS

O Autor sofreu prejuízos materiais decorrentes da perda de alimentos e medicamentos que dependiam de refrigeração, além de gastos extraordinários para tentar suprir a falta de energia. Tais danos são comprovados por notas fiscais e comprovantes anexos, devendo ser ressarcidos nos termos do CCB/2002, art. 927, e CDC, art. 6º, VI.

4.3. DOS DANOS MORAIS

O dano moral é evidente diante da situação de vulnerabilidade do Autor, agravada pela deficiência física e pela dependência de energia elétrica para sua sobrevivência e dignidade. A interrupção prolongada do serviço essencial, sem justificativa e sem resposta adequada, ultrapassa o mero aborrecimento, atingindo direitos fundamentais da personalidade (CCB/2002, art. 11, § 1º, III; CF/88, art. 1º, III).

O Superior Tribunal de Justiça e os Tribunais Estaduais reconhecem que a interrupção injustificada de serviço essencial, sobretudo em situações que envolvem pessoas vulneráveis, enseja reparação por danos morais, devendo a indenização cumprir função ressarcitória e pedagógica.

4.4. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

São aplicáveis ao caso os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da proteção do consumidor (CF/88, art. 5º, XXXII), da continuidade do serviço público e da boa-fé objetiva, todos violados pela conduta da Ré.

4.5. DO ÔNUS DA PROVA

Conforme CPC/2015, art. 373, I, cabe ao Autor comprovar os fa"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Vistos, etc.

Trata-se de ação de indenização por danos morais e materiais proposta por A. J. dos S. em face de Companhia de Energia Elétrica X S.A., na qual o autor alega, em síntese, que, sendo pessoa com deficiência física e dependente de equipamentos elétricos para sua locomoção e saúde, teve o fornecimento de energia elétrica em sua residência abruptamente interrompido pela ré, sem prévio aviso ou justificativa, por período superior a 48 horas, resultando em danos materiais e morais.

1. Dos Fatos e da Prova

Restou comprovado nos autos que houve efetivamente interrupção do fornecimento de energia elétrica na residência do autor, pessoa com deficiência física, por todo o final de semana, com restabelecimento apenas na segunda-feira, sem prévio aviso. Os documentos acostados demonstram perda de alimentos e medicamentos, bem como tentativa frustrada de solução pela via administrativa.

A ré, regularmente citada, apresentou contestação, não impugnando de forma específica a condição de vulnerabilidade do autor, tampouco comprovando excludente de responsabilidade.

2. Fundamentação

2.1. Da Responsabilidade Civil da Ré

A relação entre as partes é de consumo, sendo aplicável o CDC, art. 2º e CDC, art. 3º. A concessionária ré responde objetivamente pelos danos causados por defeitos na prestação do serviço (CDC, art. 14 e CF/88, art. 37, § 6º).

O serviço de fornecimento de energia elétrica é público e essencial, devendo ser prestado de forma contínua e adequada (CDC, art. 22). A interrupção injustificada, especialmente a consumidor em situação de vulnerabilidade, caracteriza falha grave e enseja o dever de indenizar.

2.2. Dos Danos Materiais

Comprovados nos autos os prejuízos materiais (perda de alimentos e medicamentos), faz jus o autor ao ressarcimento, conforme CCB/2002, art. 927 e CDC, art. 6º, VI.

2.3. Dos Danos Morais

O dano moral restou caracterizado diante da exposição do autor a risco, sofrimento, angústia e violação da dignidade, agravados por sua condição especial. A interrupção do serviço essencial, sem justificativa e sem resposta adequada, ultrapassa o mero aborrecimento e atinge direitos fundamentais da personalidade (CF/88, art. 1º, III; CDC, art. 6º, VI).

O entendimento é consolidado na jurisprudência dos Tribunais, que reconhecem o dever de indenizar em hipóteses semelhantes (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, entre outras).

2.4. Princípios Constitucionais e Legais Aplicáveis

Ressalto, ainda, que a CF/88, art. 93, IX, impõe a fundamentação das decisões judiciais, exigência aqui plenamente observada.

3. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido, nos termos do CPC/2015, art. 487, I, para condenar a Companhia de Energia Elétrica X S.A. a:

  • Ressarcir ao autor os danos materiais comprovados nos autos, no valor de R$ [valor dos prejuízos materiais], acrescido de correção monetária a partir do evento danoso e juros moratórios a contar da citação;
  • Pagar ao autor indenização por danos morais, que fixo em R$ 10.000,00, valor reputado adequado diante das circunstâncias do caso, da condição do autor e das funções compensatória e pedagógica da reparação;
  • Arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, na forma do CPC/2015, art. 85, § 2º.

Defiro, ainda, a inversão do ônus da prova, nos termos do CDC, art. 6º, VIII.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

4. Disposições Finais

O presente voto encontra-se devidamente fundamentado, em cumprimento ao princípio do devido processo legal, da motivação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX), e em consonância com a jurisprudência predominante sobre a matéria.

Em caso de interposição de recurso, conheço-o, desde que preenchidos os requisitos legais, devendo ser processado nos termos do CPC.

Assim voto.

[Cidade], [data].
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito


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