Modelo de Ação Declaratória com Pedido de Tutela Antecipada para Alteração de Titularidade de Conta de Energia Elétrica sem Responsabilização por Débitos Anteriores

Publicado em: 12/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Modelo de petição inicial para Ação Declaratória de Obrigação de Fazer com pedido de tutela antecipada, ajuizada por consumidor adquirente de imóvel, visando compelir a concessionária de energia elétrica (Equatorial Maranhão Distribuidora de Energia S/A) a realizar a alteração da titularidade da conta de energia em seu nome, independentemente da existência de débitos pretéritos vinculados à antiga proprietária. A petição fundamenta-se no CDC, art. 6º, III e VIII; CDC, art. 17 e CDC, art. 39, V, CPC/2015, art. 300 e jurisprudência consolidada do STJ, que protege o consumidor de práticas abusivas e assegura o acesso a serviços públicos essenciais. O documento inclui pedidos de concessão de tutela antecipada, citação da ré, confirmação da obrigação de fazer, inversão do ônus da prova e condenação da ré em custas e honorários.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE PIO XII – ESTADO DO MARANHÃO

M. R. DA S., brasileiro, casado, autônomo, portador do RG nº XXXXXX SSP/MA, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua Grande, s/n, Bairro Centro do Meio, Pio XII – MA, CEP 00000-000, vem, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com fulcro no CPC/2015, art. 319 e CDC, art. 6º, III e VIII, propor a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

em face de EQUATORIAL MARANHÃO DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0000-00, com endereço X, Quadra SOS, nº 100, Loteamento Quitandinha, Bairro Altos do Calhau, São Luís – MA, CEP 00000-000, endereço eletrônico: [email protected], pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:

I – DOS FATOS

O Requerente adquiriu, de boa-fé, um imóvel residencial situado no município de Pio XII/MA, mediante contrato particular de compra e venda firmado com a antiga proprietária, Sra. T. S. S., CPF nº 000.000.000-00. O valor da transação foi de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), devidamente quitado via transferência bancária (PIX), conforme comprovante anexo.

Desde a posse do bem, o Requerente vem enfrentando dificuldades para regularizar a titularidade da conta de energia elétrica junto à Concessionária Ré, responsável pelo fornecimento do serviço essencial na região.

Mesmo tendo apresentado toda a documentação exigida — contrato de compra e venda, comprovante de pagamento, documentos pessoais e protocolo de solicitação — a Ré recusou-se a efetuar a alteração da titularidade da unidade consumidora, sob o argumento de que existem débitos anteriores vinculados à unidade, oriundos da antiga proprietária, e condicionou a transferência à quitação desses valores.

O Requerente, que não possui qualquer vínculo com os débitos pretéritos, encontra-se impedido de formalizar sua relação contratual com a Concessionária, o que o coloca em situação de vulnerabilidade, além de lhe causar prejuízos e insegurança jurídica.

II – DO DIREITO

O fornecimento de energia elétrica é serviço público essencial, conforme reconhecido pela CF/88, art. 22, IV, e sua prestação deve observar os princípios da continuidade, eficiência, razoabilidade e boa-fé objetiva.

Nos termos do CDC, art. 6º, III e VIII, é direito básico do consumidor a informação adequada e clara sobre os serviços e a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova em seu favor, quando verossímil a alegação ou hipossuficiente o consumidor.

O Requerente é consumidor por equiparação (CDC, art. 17), pois, embora não tenha contrato formalizado com a Ré, é destinatário final do serviço essencial. A negativa da Ré em alterar a titularidade da conta de energia elétrica configura prática abusiva, vedada pelo CDC, art. 39, V, ao condicionar o fornecimento de serviço essencial à quitação de débitos de terceiros.

O STJ já pacificou o entendimento de que os débitos anteriores à aquisição do imóvel não podem ser imputados ao novo possuidor, tampouco podem impedir a formalização do contrato de fornecimento com o novo consumidor. A jurisprudência reconhece que a titularidade da conta de energia deve ser vinculada ao atual ocupante do imóvel, e não ao imóvel em si.

Ademais, estão presentes os requisitos para concessão da tutela antecipada, nos termos do CPC/2015, art. 300, pois há probabilidade do direito (comprovada pela documentação acostada) e perigo de dano (risco de interrupção do serviço essencial e prejuízos "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I – Relatório

Cuida-se de Ação Declaratória de Obrigação de Fazer c/c Pedido de Tutela Antecipada proposta por M. R. da S. em face de Equatorial Maranhão Distribuidora de Energia S/A, objetivando a alteração da titularidade da conta de energia elétrica do imóvel que adquiriu, alegando que a ré condiciona a mudança à quitação de débitos pretéritos contraídos por terceiros, antigos ocupantes.

II – Fundamentação

1. Do Conhecimento

Preenchidos os requisitos legais de admissibilidade, conheço da presente ação, conforme preceituado no CPC/2015, art. 319.

2. Dos Fatos e do Direito

O Requerente apresentou contrato de compra e venda do imóvel, comprovante de pagamento e documentos pessoais, tendo solicitado, administrativamente, a alteração da titularidade da conta de energia elétrica. A Ré recusou o pedido sob o fundamento da existência de débitos vinculados ao imóvel, oriundos da antiga proprietária.

O fornecimento de energia elétrica é serviço público essencial, nos termos da CF/88, art. 22, IV, e deve ser prestado de forma contínua e eficiente, observando-se os princípios da razoabilidade, da boa-fé e da dignidade da pessoa humana.

Nos termos do CDC, art. 6º, III e VIII, o consumidor tem direito à informação adequada, bem como à facilitação da defesa de seus direitos, inclusive mediante inversão do ônus da prova. O Requerente se enquadra como consumidor por equiparação (CDC, art. 17), tendo em vista que é o atual possuidor e destinatário final do serviço.

É entendimento consolidado na jurisprudência pátria, inclusive pelo Superior Tribunal de Justiça, que os débitos oriundos de titular anterior não podem ser opostos ao novo consumidor, sendo abusiva a exigência de sua quitação como condição para alteração da titularidade da conta de energia elétrica (CDC, art. 39, V).

Além disso, estão presentes os requisitos legais para a concessão da tutela antecipada, previstos no CPC/2015, art. 300, pois há probabilidade do direito e perigo de dano caso o serviço seja interrompido ou continue irregular.

3. Da Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência reiterada das Cortes Estaduais, conforme destacado na exordial, reconhece o direito do atual ocupante do imóvel à alteração da titularidade da conta de energia elétrica, independentemente da existência de débitos pretéritos. Cito, por exemplo:

“Concessionária ré não comprovou a origem do débito impugnado. Imperativo condenar a requerida a restabelecer o serviço de fornecimento de energia elétrica na unidade do requerente. Dano moral evidente. Sentença reformada.”
TJSP – Ap. Cív. Acórdão/TJSP – Rel. Des. Maria Lúcia Pizzotti – J. 29/11/2024

III – Dispositivo

Ante o exposto, com fulcro na CF/88, art. 93, inciso IX, que exige a fundamentação das decisões judiciais, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial para:

  1. Confirmar a tutela antecipada e determinar que a Ré proceda à alteração da titularidade da conta de energia elétrica da unidade consumidora para o nome do Requerente, independentemente da existência de débitos anteriores;
  2. Declarar a inexigibilidade dos débitos pretéritos imputados ao imóvel em relação ao Requerente;
  3. Condenar a Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Pio XII – MA, data do julgamento.

__________________________________
Juiz de Direito


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