Modelo de Ação de Obrigação de Fazer com Reconhecimento de Má-Fé por Alienação Indevida de Imóvel Durante Partilha de Bens

Publicado em: 25/12/2024
A presente ação judicial, proposta na Vara Cível, busca compelir o réu a desfazer a permuta de um imóvel alienado indevidamente, restituindo-o à posse da autora. A autora alega que o réu agiu de má-fé ao alienar bem que não lhe pertencia, violando princípios como a boa-fé objetiva e a função social da propriedade. Além disso, pleiteia a condenação do réu ao pagamento de indenização por danos morais e materiais, a aplicação de penalidades pela má-fé processual e a tutela de urgência para restituição imediata do imóvel. O embasamento jurídico da ação está pautado no Código Civil de 2002, Constituição Federal de 1988 e Código de Processo Civil de 2015, com apoio de doutrinas e jurisprudências específicas.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE [CIDADE/ESTADO]

Processo nº: [Inserir número do processo]

PREÂMBULO

[Nome completo da autora], brasileira, [estado civil], [profissão], portadora do RG nº [número] e inscrita no CPF sob o nº [número], residente e domiciliada na [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail], por meio de sua procuradora, com endereço profissional na [endereço completo], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no CPC/2015, art. 319, propor a presente AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C RECONHECIMENTO DE MÁ-FÉ em face de [Nome completo do réu], brasileiro, [estado civil], [profissão], portador do RG nº [número] e inscrito no CPF sob o nº [número], residente e domiciliado na [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

A autora e o réu foram casados sob o regime de [regime de bens], tendo se divorciado em [data]. Durante o processo de partilha, foi determinado que o imóvel situado na [endereço do imóvel] seria de propriedade exclusiva da autora. Contudo, o réu, de forma unilateral e sem qualquer autorização, realizou uma permuta integral do referido imóvel, alienando-o a terceiros.

Ressalte-se que o imóvel em questão sequer era de propriedade do réu, configurando-se, assim, um ato de má-fé e abuso de direito. Além disso, o imóvel, originalmente residencial, foi transformado em um estabelecimento comercial, em flagrante desrespeito à destinação original e aos direitos da autora.

Diante da situação, a autora busca a tutela jurisdicional para compelir o réu a desfazer a permuta realizada e restituir o imóvel à sua posse, bem como para reconhecer a má-fé do réu em suas condutas, com as devidas consequências legais.

DO DIREITO

A conduta do réu viola frontalmente os princípios da boa-fé objetiva e da função social da propriedade, previstos no CCB/2002, art. 421 e art. 422. A alienação de bem que não lhe pertencia configura ato ilícito, nos termos do CCB/2002, art. 186, gerando o dever de reparação.

Ademais, a transformação do imóvel de residencial para comercial sem a anuência da autora e sem a devida autorização legal infringe o direito de propriedade da autora, garantido pela CF/88, art. 5º, XXII.

No que tange à má-fé, o CPC/2015, art. 80, dispõe que considera-se litigante de má-fé aquele que altera a verdade dos fatos, utiliza-se do processo para objetivo ilegal ou pratica qualquer ato atentatório à dignidade da justiça. O réu, ao realizar a permuta do imóvel e alterar sua destinação, enquadra-s"'>...

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RELATÓRIO

Trata-se de Ação de Obrigação de Fazer c/c Reconhecimento de Má-Fé, proposta por [Nome completo da autora] em face de [Nome completo do réu], com o objetivo de compelir o réu a restituir o imóvel situado na [endereço do imóvel], bem como reconhecer a má-fé nas condutas do réu que, sem autorização, realizou a permuta integral do imóvel com terceiros e alterou sua destinação original.

FUNDAMENTAÇÃO

1. Dos Fatos

A controvérsia decorre do fato de que o réu alienou unilateralmente o imóvel, que não era de sua propriedade, configurando abuso de direito e má-fé, nos termos do CPC/2015, art. 80. Além disso, a alteração do uso do imóvel de residencial para comercial violou o direito de propriedade da autora, garantido pela CF/88, art. 5º, XXII.

2. Do Direito

A conduta do réu afronta os princípios da boa-fé objetiva e da função social da propriedade, consagrados pelo Código Civil (art. 421 e art. 422). Alienar bem que não lhe pertence configura ato ilícito, conforme o CCB/2002, art. 186, e gera o dever de reparar o dano. A má-fé também é evidente, uma vez que o réu alterou a verdade dos fatos e praticou atos atentatórios à dignidade da justiça, conforme previsto no CPC/2015, art. 80.

3. Jurisprudência

A análise jurisprudencial reforça o entendimento de que condutas em desacordo com a boa-fé e que configuram abuso de direito devem ser reparadas:

  • Litigância de má-fé: "Réus que nada mais fizeram do que postular, fundados em matéria fática e jurídica, dentre teses possíveis, as que entenderam serem adequadas e razoáveis - Réus que não desrespeitaram nenhum dos artigos que tratam da litigância de má-fé e não causaram prejuízo à parte - Pedido formulado pelos autores em contrarrazões afastado." (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. Salles Vieira, DJ 04/10/2024).
  • Esbulho e má-fé: "Autores que lograram provar sua posse, bem como o esbulho praticado pelos réus, preenchendo os requisitos do CPC/2015, art. 561 - Réus que, em que pese alegar que inexistiu contrato de comodato entre as partes, não lograram demonstrar a existência de contrato de cessão onerosa de direitos sobre parte do imóvel - De rigor se reconhecer que os réus residiam no imóvel a título gratuito, de modo que restou devidamente comprovado nos autos o comodato verbal entre as partes." (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. João Camillo de Almeida Prado Costa, DJ 24/10/2024).

4. Hermenêutica Constitucional

A interpretação hermenêutica entre os fatos e os fundamentos constitucionais converge para a tutela do direito de propriedade da autora, garantido pela CF/88, art. 5º, XXII, e para a aplicação dos princípios da boa-fé objetiva e da função social da propriedade, conforme o CCB/2002, art. 421 e art. 422. O abuso de direito e a má-fé do réu, evidenciados pelos atos praticados, exigem a intervenção do Poder Judiciário para a devida reparação.

DISPOSITIVO

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por [Nome completo da autora], para:

  1. Determinar a imediata restituição do imóvel situado na [endereço do imóvel] à autora;
  2. Reconhecer a má-fé do réu, com a aplicação das penalidades previstas no CPC/2015, art. 81;
  3. Condenar o réu ao pagamento de indenização por danos morais e materiais, a ser apurada em liquidação de sentença;
  4. Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

______________________________

[Nome do Magistrado]

Juiz de Direito


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