Modelo de Ação de Obrigação de Fazer e Indenização por Danos Morais contra Escola por Expulsão de Aluno com Deficiência

Publicado em: 07/12/2023 Civel
Petição inicial de ação judicial proposta por menor com Síndrome de Down, representado por sua genitora, contra escola particular que, de forma discriminatória e arbitrária, expulsou o aluno e continuou cobrando mensalidades. A ação fundamenta-se na violação de direitos constitucionais, do Estatuto da Pessoa com Deficiência e do Código Civil, requerendo tutela de urgência para cessar cobranças, indenização por danos morais e demais pedidos.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ___

Processo nº: ____________

PREÂMBULO

A. J. dos S., menor absolutamente incapaz, representado por sua genitora, M. F. de S. L., brasileira, solteira, professora, portadora do CPF nº ____________, residente e domiciliada na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, CEP ____________, endereço eletrônico ____________, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com escritório profissional localizado na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, CEP ____________, endereço eletrônico ____________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em face da Escola Particular X, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ____________, com sede na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, CEP ____________, endereço eletrônico ____________, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor.

DOS FATOS

O Requerente, A. J. dos S., é uma criança diagnosticada com Síndrome de Down, condição que lhe confere o direito à educação inclusiva, conforme preconizado pela Constituição Federal de 1988 e pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015). Desde o início do ano letivo de 2023, o menor estava regularmente matriculado na Escola Particular X, que se comprometeu a oferecer os recursos necessários para atender às suas necessidades educacionais específicas.

Contudo, em data de ___/___/___, a escola, de forma arbitrária e discriminatória, comunicou a genitora do menor sobre sua expulsão, alegando dificuldades em atender às demandas pedagógicas do aluno. Tal ato foi realizado sem qualquer justificativa plausível e sem a observância dos princípios da dignidade da pessoa humana e da inclusão social.

Apesar da expulsão, a escola continuou a cobrar as mensalidades escolares, gerando constrangimento e prejuízo financeiro à família do Requerente. Tal conduta é abusiva, ilegal e contrária aos direitos da criança com deficiência.

DO DIREITO

A Constituição Federal de 1988 assegura, em seu art. 205, o direito à educação como um dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. O art. 208, III, da CF/88, reforça o dever do Estado em garantir atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência.

O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), em seu art. 27, § 1º, veda expressamente a cobrança de valores adicionais de qualquer natureza em mensalidades, anuidades e matrículas no cumprimento das determinações legais de inclusão. A conduta da escola ao expulsar o menor e, ainda assim, continuar cobrando as mensalidades, configura ato ilícito, nos termos do CCB/2002, art. 186, e afronta os princípios da boa-fé objetiva e da função social do contrato.

Além disso, a expulsão de um aluno com deficiência sem justificativa plausível viola o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o direito à igualdade (CF/88"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por danos morais, movida por A. J. dos S., menor absolutamente incapaz, representado por sua genitora, em face da Escola Particular X. O menor, diagnosticado com Síndrome de Down, alega que, após sua expulsão arbitrária e discriminatória da escola, sofreu prejuízos materiais e morais, uma vez que a escola continuou a cobrar mensalidades mesmo após o ato de exclusão.

O pedido versa sobre a cessação da cobrança de mensalidades, a condenação por danos morais e o reconhecimento da ilegalidade da conduta da instituição de ensino.

Fundamentação

Dos Fatos

Os fatos narrados pela parte autora apontam que a Escola Particular X, ao expulsar o menor de forma arbitrária e discriminatória, violou direitos constitucionais e legais. A exclusão ocorreu sem qualquer justificativa plausível e desconsiderou os princípios da dignidade da pessoa humana e da inclusão social, fundamentais no ordenamento jurídico brasileiro.

Do Direito

A Constituição Federal de 1988 estabelece no art. 205 e no art. 208, III, que a educação é um direito de todos e que o Estado tem o dever de garantir o atendimento especializado à pessoa com deficiência. O art. 1º, III, reafirma o princípio da dignidade da pessoa humana, e o art. 5º, caput, consagra o direito à igualdade.

Adicionalmente, o Estatuto da Pessoa com Deficiência ( Lei 13.146/2015), em seu art. 27, § 1º, veda a cobrança de valores adicionais de qualquer natureza para atender exigências relacionadas à inclusão de pessoas com deficiência.

Por outro lado, a conduta da Escola Particular X configura ato ilícito, nos termos do art. 186 do Código Civil, que determina que aquele que, por ação ou omissão, causar dano a outrem, deve repará-lo. O art. 927 do mesmo diploma legal estabelece que a reparação por danos morais é devida em casos como o presente, em que há sofrimento emocional decorrente da conduta discriminatória da requerida.

Da Jurisprudência

Os tribunais têm reconhecido o direito à educação inclusiva e a responsabilidade das instituições de ensino em promover a inclusão sem discriminação:

  • Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Ação de Indenização por Danos Morais. Menor com necessidades especiais e recusa na matrícula em escola particular por discriminação [...]".
  • Apelação Cível Acórdão/TJSP: "O Estatuto da Pessoa com Deficiência estabelece a educação como direito da pessoa com deficiência, sendo vedado às instituições privadas a cobrança de valores adicionais [...]".
  • Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Ação pretendendo matrícula em instituição de ensino, com pedido de indenização por danos morais [...]".

Voto

Com base nos fatos apresentados e na legislação aplicável, entendo que a conduta da Escola Particular X violou direitos fundamentais do menor, configurando ato ilícito e passível de reparação por danos morais.

A Constituição Federal e o Estatuto da Pessoa com Deficiência são claros ao estabelecer o direito à educação inclusiva e a vedação de práticas discriminatórias. A continuidade da cobrança de mensalidades após a expulsão é conduta abusiva, que afronta os princípios da boa-fé objetiva e da função social do contrato.

Por essas razões, voto pelo acolhimento integral do pedido, determinando que a requerida cesse imediatamente a cobrança de mensalidades, sob pena de multa diária de R$ 500,00, bem como seja condenada ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 50.000,00.

Dispositivo

Diante do exposto, conheço do recurso e dou-lhe provimento para julgar procedente o pedido inicial, nos seguintes termos:

  1. Determino que a requerida cesse imediatamente a cobrança de mensalidades escolares do menor, sob pena de multa diária de R$ 500,00;
  2. Condeno a requerida ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 50.000,00, corrigidos monetariamente desde a data do evento danoso;
  3. Condeno a requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação;
  4. Determino a intimação das partes para ciência desta decisão.

É como voto.

Local e data: ____________, ___ de ____________ de 20___.

___________________________________
Magistrado


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