Modelo de Réplica à Contestação

Publicado em: 02/07/2024 Consumidor
Modelo de réplica à contestação no âmbito de uma relação de consumo, referente a um aluno matriculado em escola privada que adquiriu acesso a uma plataforma digital. A peça aborda a alegação de venda casada, ilegitimidade ad causam e o não uso do material, com fundamentação legal e argumentação jurídica.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE __________

Processo nº: ________

Requerente: [Nome do Aluno]

Requerida: [Nome da Escola]

[NOME DO ALUNO], já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

I. DOS FATOS

  1. O Requerente, atendendo ao pedido da Requerida, adquiriu acesso à plataforma digital [Nome da Plataforma], em 3 parcelas no cartão de crédito, para ser utilizada durante o ano letivo de 2023. A compra foi realizada em janeiro de 2023, diretamente no site da plataforma.

  2. O acesso à plataforma foi liberado pela Requerida somente no início do mês de abril de 2023. Dias após a liberação, o Requerente trocou de escola e não fez uso do material disponibilizado na plataforma.

  3. A Requerida alega ilegitimidade ad causam e que o Requerente deveria ter cancelado o curso no prazo de 7 dias previsto pelo direito de arrependimento.

II. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A. Da Venda Casada
  1. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) proíbe a prática de venda casada, que ocorre quando a venda de um produto ou serviço é condicionada à aquisição de outro, em desrespeito à liberdade de escolha do consumidor (CDC, art. 39, I).

  2. A exigência da Requerida para que o Requerente adquirisse o acesso à plataforma digital configura venda casada, uma vez que o aluno foi compelido a comprar um serviço adicional para poder usufruir da matrícula na escola.

B. Da Ilegitimidade Ad Causam
  1. A alegação de ilegitimidade ad causam não prospera, pois a Requerida foi quem determinou a aquisição da plataforma digital como condição para a matrícula do Requerente. Portanto, há relação direta e obrigacional entre as partes.
C. Do Direito de Arrependimento
  1. O direito de arrependimento previsto no CDC, art. 49, é aplicável às compras realizadas fora do estabelecimento come"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

A réplica à contestação apresentada pelo aluno matriculado em escola privada visa rebater as alegações da escola de ilegitimidade ad causam e direito de arrependimento, além de destacar a prática de venda casada. O aluno adquiriu acesso à plataforma digital a pedido da escola, mas o acesso foi liberado tardiamente e, após a troca de escola, não fez uso do material. A escola se recusa a reembolsar o valor pago, alegando que o serviço foi disponibilizado durante todo o ano letivo.

O fundamento jurídico principal baseia-se na proibição de venda casada, na proteção dos direitos do consumidor e na aplicação do direito de arrependimento de forma adequada. Além disso, a ilegitimidade ad causam alegada pela escola não se sustenta, uma vez que a relação obrigacional entre as partes está claramente estabelecida.

Conceitos e Definições

  • Venda Casada: Prática abusiva onde a venda de um produto ou serviço é condicionada à aquisição de outro, violando a liberdade de escolha do consumidor.
  • Ilegitimidade Ad Causam: Ausência de legitimidade processual de uma das partes para figurar no polo ativo ou passivo da demanda.
  • Direito de Arrependimento: Direito do consumidor de desistir de um contrato no prazo de 7 dias, a contar do recebimento do produto ou serviço, nas compras realizadas fora do estabelecimento comercial.

Considerações Finais

A réplica à contestação visa proteger os direitos do consumidor, assegurando a devolução do valor pago pelo aluno que não utilizou o acesso à plataforma digital imposta pela escola, além de rechaçar a prática de venda casada e a ilegitimidade ad causam alegada pela escola. A fundamentação legal apresentada é essencial para garantir a justiça e a equidade nas relações de consumo.

Doutrinas Citadas

  • BENJAMIN, Antônio Herman de Vasconcellos e; MARQUES, Claudia Lima; BESSA, Leonardo Roscoe. Manual de Direito do Consumidor. 3ª edição. São Paulo: RT, 2020.
  • GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. 17ª edição. São Paulo: Saraiva, 2021.
  • NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado. 16ª edição. São Paulo: RT, 2022.

Comentário Jurídico sobre Modelo de Réplica à Contestação em Relação de Consumo

Fundamentação em Princípios Legais e Constitucionais

A réplica à contestação em uma relação de consumo, envolvendo um aluno matriculado em escola privada que adquiriu acesso a uma plataforma digital, deve ser fundamentada em princípios constitucionais e na legislação consumerista. É necessário abordar a alegação de venda casada, ilegitimidade ad causam e o não uso do material, com base em princípios e artigos específicos.

Princípios Constitucionais

CF/88, art. 5º, XXXII: "O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor."

CF/88, art. 170, V: "A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) V - defesa do consumidor."

Alegação de Venda Casada

A venda casada é uma prática abusiva vedada pelo Código de Defesa do Consumidor, que ocorre quando a aquisição de um produto ou serviço é condicionada à compra de outro. Nesse contexto, a escola não pode obrigar o aluno a adquirir acesso à plataforma digital como condição para a matrícula.

Lei 8.078/1990 (CDC, art. 39, I): "É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos."

Ilegitimidade Ad Causam

A ilegitimidade ad causam refere-se à falta de legitimidade de uma das partes para figurar no processo. A escola pode alegar que não é a responsável pela plataforma digital ou que o aluno não tem legitimidade para pleitear a ação. A réplica deve demonstrar a pertinência subjetiva das partes envolvidas.

CPC/2015, art. 17: "Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade."

Não Uso do Material

A escola pode alegar que o aluno não utilizou o material da plataforma digital, buscando afastar a responsabilidade ou reduzir a indenização. A réplica deve argumentar que a não utilização não exime a escola de sua responsabilidade pela prática abusiva.

CPC/2015, art. 373, I: "O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor."

Defesa e Contestação

Defesa do Aluno (Autor)

Argumentação Jurídica:

  • Venda Casada: A prática de condicionar a matrícula à aquisição de acesso à plataforma digital caracteriza venda casada, vedada pelo CDC. O aluno tem direito de escolher livremente os serviços que deseja contratar.

    Lei 8.078/1990 (CDC, art. 39, I)

  • Legitimidade Ativa: O aluno tem legitimidade para pleitear a ação, pois é o destinatário final do serviço educacional e foi prejudicado pela prática abusiva.

    CPC/2015, art. 17

  • Responsabilidade pelo Não Uso: A não utilização do material da plataforma digital não exime a escola de sua responsabilidade pela venda casada. A obrigação de fornecer o serviço adequadamente é da escola, independentemente do uso pelo aluno.

    CPC/2015, art. 373, I

Contestação da Escola (Ré)

Argumentação Jurídica:

  • Ausência de Venda Casada: A escola pode alegar que a aquisição do acesso à plataforma digital é opcional e que o aluno concordou voluntariamente, descaracterizando a venda casada.

    Lei 8.078/1990 (CDC, art. 39, I)

  • Ilegitimidade Ativa: Pode ser alegada a ilegitimidade ativa do aluno, argumentando que ele não possui interesse processual ou que a ação deveria ser proposta contra o fornecedor da plataforma digital.

    CPC/2015, art. 17

  • Não Uso do Material: A escola pode argumentar que a não utilização do material comprova a ausência de prejuízo ao aluno, buscando afastar ou mitigar a responsabilidade.

    CPC/2015, art. 373, II

Hipóteses de Cabimento e Legitimidade

Hipóteses de Cabimento

A ação é cabível quando há prática abusiva por parte do fornecedor, como a venda casada, que prejudique o consumidor.

Lei 8.078/1990 (CDC, art. 39, I)

Legitimidade Ativa

A legitimidade ativa é do aluno, que é o consumidor final e foi diretamente afetado pela prática abusiva.

CPC/2015, art. 17

Legitimidade Passiva

A legitimidade passiva é da escola privada, que condicionou a matrícula à aquisição do acesso à plataforma digital.

CPC/2015, art. 17

Alcance e Limites da Atuação de Cada Parte

Aluno (Autor)

Alcance:

  • Defesa do direito de não ser submetido a práticas abusivas.
  • Pleitear indenização por danos materiais e morais.
  • Solicitar a nulidade da cláusula abusiva de venda casada.

Limites:

  • Deve comprovar a prática abusiva e o prejuízo sofrido.
  • Deve demonstrar a relação de consumo e a legitimidade ativa.

Escola (Ré)

Alcance:

  • Defesa da legalidade das práticas comerciais.
  • Contestação da alegação de venda casada e ilegitimidade ativa.
  • Argumentação sobre a ausência de prejuízo pela não utilização do material.

Limites:

  • Não pode justificar práticas abusivas ou contrárias ao CDC.
  • Deve respeitar os direitos do consumidor e a legislação aplicável.

Conceitos, Distinções e Natureza Jurídica dos Institutos Envolvidos

Venda Casada

Conceito: Condicionar a compra de um produto ou serviço à aquisição de outro produto ou serviço.

Distinção: É uma prática abusiva vedada pelo CDC, diferindo de promoções ou ofertas conjuntas lícitas.

Natureza Jurídica: Prática abusiva no direito do consumidor.

Ilegitimidade Ad Causam

Conceito: Falta de legitimidade de uma das partes para figurar no processo.

Distinção: Difere da ilegitimidade passiva, que se refere à parte que não pode ser demandada judicialmente.

Natureza Jurídica: Condição da ação processual.

Não Uso do Material

Conceito: Alegação de que o consumidor não utilizou o serviço ou produto adquirido.

Distinção: Pode ser utilizado como argumento para afastar ou reduzir a responsabilidade, mas não exime automaticamente o fornecedor de suas obrigações.

Natureza Jurídica: Defesa processual baseada em fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito do autor.

Jurisprudência Relacionada

Para acessar jurisprudência relacionada ao tema, utilize as seguintes palavras-chave:

Venda Casada
Ilegitimidade Ad Causam
Relação de Consumo
Direito do Consumidor
Plataforma Digital
Escola Privada

 

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