Modelo de Ação Declaratória de Inexistência de Débito, Repetição de Indébito e Indenização por Danos Materiais e Morais em Caso de Descontos Indevidos em Benefício Previdenciário de Idoso

Publicado em: 25/09/2024 CivelProcesso CivilConsumidor Direito Previdenciário
A presente ação foi proposta por um idoso aposentado contra o Banco Bradesco S.A. e a Associação de Assistência e Previdência dos Servidores Civis e Militares do Brasil (ASPECIR), visando a declaração de inexistência de débitos, a restituição em dobro de valores descontados indevidamente de seu benefício previdenciário sob a rubrica de "empréstimo consignado" e "seguro de vida" não contratados, bem como indenização por danos materiais e morais. Fundamenta-se no Código de Defesa do Consumidor, Código Civil e jurisprudência, destacando a natureza abusiva da conduta e o impacto na subsistência do autor. É solicitado também o reconhecimento da prioridade processual conforme o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003).

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE [LOCALIDADE]

Distribuição com pedido de prioridade – Idoso (Lei 10.741/2003, art. 71)

QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Autor: J. A. da S., brasileiro, viúvo, aposentado, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua X, nº Y, Bairro Z, Cidade W, Estado V, CEP 00000-000, endereço eletrônico: autor@email.com.

Réus:
1. Banco Bradesco S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/0001-XX, com sede na Cidade X, Estado Y, endereço eletrônico: bradesco@email.com.
2. Associação de Assistência e Previdência dos Servidores Civis e Militares do Brasil (ASPECIR), pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/0001-XX, com sede na Cidade X, Estado Y, endereço eletrônico: aspecir@email.com.

PREÂMBULO

O Autor, por intermédio de seu advogado que esta subscreve (procuração anexa), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DO INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

em face de BANCO BRADESCO S.A. e ASPECIR, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor.

DOS FATOS

O Autor, aposentado e beneficiário do INSS, percebe mensalmente o valor de R$ 1.320,00 (um mil trezentos e vinte reais), que é sua única fonte de renda para subsistência. Em janeiro de 2024, constatou descontos indevidos em seu benefício previdenciário, realizados pelos Réus, sem qualquer autorização ou contrato firmado pelo Autor.

Os descontos, no valor de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) mensais, foram realizados sob a rubrica de “empréstimo consignado” e “seguro de vida”, produtos que o Autor jamais contratou. Tais valores comprometem sua subsistência, causando-lhe prejuízo material e abalo moral.

O Autor tentou resolver a situação administrativamente, sem sucesso, o que o levou a buscar o Poder Judiciário para cessar os descontos, obter a restituição dos valores pagos indevidamente e ser indenizado pelos danos sofridos.

DO DIREITO

A presente ação encontra fundamento no Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990), que protege o consumidor contra práticas abusivas e impõe ao fornecedor o ônus de provar a existência de relação jurídica (CPC/2015, art. 429, II). No caso em tela, os Réus não apresentaram qualquer contrato assinado pelo Autor que justificasse os descontos realizados.

A inexistência de relação jurídica entre as partes caracteriza enriquecimento ilícito dos Réus, vedado pelo ordenamento jurídico (CCB/2002, art. 884). Ademais, a repetição do indébito em dobro é devida, conforme o CDC, art. 42, parágrafo único, uma vez que os descontos foram realizados de má-"'>...

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RELATÓRIO

Trata-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Repetição do Indébito e Indenização por Danos Morais e Materiais, ajuizada pelo Autor J. A. da S. em face do Banco Bradesco S.A. e da ASPECIR.

O Autor alega que, sem qualquer autorização ou contrato firmado, foram realizados descontos mensais de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) em seu benefício previdenciário, comprometendo sua subsistência. Requer a declaração de inexistência da relação jurídica, a repetição de indébito em dobro e a condenação por danos morais.

Citados, os Réus apresentaram contestação, alegando que os descontos decorreriam de contratos válidos. No entanto, não juntaram aos autos qualquer comprovação documental que demonstre a autenticidade dos referidos contratos.

FUNDAMENTAÇÃO

A análise do caso requer a aplicação de interpretação hermenêutica entre os fatos e o direito, utilizando como base a Constituição Federal de 1988 e a legislação infraconstitucional.

Inicialmente, cabe destacar que o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal determina que todas as decisões judiciais sejam devidamente fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo à fundamentação do julgamento.

Dos Fatos e da Relação Jurídica

Nos presentes autos, ficou evidenciado que os descontos efetuados no benefício previdenciário do Autor não possuem respaldo contratual. Os Réus, em suas contestações, não apresentaram qualquer documento que comprovasse a existência de relação jurídica válida. De acordo com o artigo 429, inciso II, do CPC/2015, caberia aos Réus o ônus de provar a autenticidade de eventual contrato, o que não ocorreu.

Ainda, o artigo 884 do Código Civil veda o enriquecimento sem causa, o que se aplica ao caso em análise, uma vez que os Réus apropriaram-se de valores do Autor sem qualquer justificativa legal.

Da Repetição do Indébito

O artigo 42, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor estabelece que o consumidor cobrado indevidamente tem direito à repetição do indébito em dobro, salvo hipótese de engano justificável. Considerando-se a ausência de relação jurídica entre as partes e a má-fé dos Réus, a restituição em dobro é medida que se impõe.

Dos Danos Morais

A jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) estabelece que descontos indevidos em benefício previdenciário, comprometendo a subsistência do consumidor, configuram dano moral presumido. Assim, não se exige a comprovação de prejuízo concreto para a concessão da indenização.

O valor da indenização por danos morais deve observar os princípios da proporcionalidade e razoabilidade, a fim de reparar o dano sofrido e desestimular práticas semelhantes por parte dos Réus.

DISPOSITIVO

Diante do exposto, com fundamento no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, no Código de Defesa do Consumidor e na legislação civil e processual aplicável, julgo PROCEDENTE o pedido do Autor e, por consequência:

  1. Declaro a inexistência de relação jurídica entre o Autor e os Réus no que se refere aos descontos efetuados.
  2. Condeno os Réus à restituição em dobro dos valores descontados indevidamente, totalizando R$ 3.600,00 (três mil e seiscentos reais), com juros de mora de 1% ao mês e correção monetária desde cada desconto.
  3. Condeno os Réus ao pagamento de indenização por danos morais ao Autor, fixada no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), corrigidos monetariamente a partir desta decisão e acrescidos de juros legais.
  4. Condeno os Réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 15% sobre o valor da condenação, nos termos do artigo 85, §2º, do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[Localidade], [Data]

____________________________
Magistrado (nome completo)
Juiz de Direito


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Petição inicial em que a Parte Autora pleiteia a condenação da Parte Ré à repetição do indébito em dobro, conforme art. 42 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), bem como indenização por danos morais e materiais devido à prática abusiva de parcelamento automático e não autorizado em cartão de crédito. Fundamenta-se nos artigos 186 e 927 do Código Civil e no art. 319 do CPC/2015, além de princípios do CDC, como boa-fé objetiva e transparência. Inclui pedidos de citação, designação de audiência de conciliação e produção de provas.

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