Modelo de Ação Declaratória de Nulidade de Cláusula Patrimonial em União Estável com Base no Regime de Comunhão Parcial de Bens

Publicado em: 28/11/2024 Familia
A presente peça processual trata de uma Ação Declaratória de Nulidade de Cláusula Patrimonial, proposta perante a Vara de Família, com o objetivo de anular cláusula inserida em escritura pública de união estável que exclui imóvel adquirido durante a constância da união do regime de comunhão parcial de bens. A ação fundamenta-se no Código Civil (arts. 1.725 e 1.658), na Súmula 380 do STF e em jurisprudências que asseguram a comunicabilidade de bens adquiridos onerosamente na união estável, salvo exceções legais ou contratuais devidamente justificadas. A peça requer a inclusão do imóvel no patrimônio comum do casal, a condenação do requerido ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, e a produção das provas cabíveis.

PEÇA PROCESSUAL

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de ___.

Nome completo do requerente, estado civil, profissão, portador do CPF nº ___, residente e domiciliado na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, endereço eletrônico ___, por meio de seu advogado que esta subscreve, com escritório profissional situado na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, endereço eletrônico ___, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CLÁUSULA PATRIMONIAL

em face de Nome completo do requerido, estado civil, profissão, portador do CPF nº ___, residente e domiciliado na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, endereço eletrônico ___, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

DOS FATOS

Os requerentes celebraram escritura pública de união estável, com cláusulas de proteção patrimonial, estipulando o regime de comunhão parcial de bens. No entanto, foi incluída uma cláusula específica que protege o imóvel adquirido na constância do casamento, excluindo-o da comunhão de bens.

O imóvel em questão foi adquirido durante a união estável e, portanto, deveria integrar o patrimônio comum do casal, conforme o regime de comunhão parcial de bens. Contudo, a cláusula de proteção patrimonial inserida na escritura pública tem gerado controvérsias quanto à sua validade e eficácia jurídica.

Assim, busca-se a declaração de nulidade da referida cláusula, com a consequente inclusão do imóvel no patrimônio comum do casal, conforme os preceitos legais aplicáveis.

DO DIREITO

Nos termos do CCB/2002, art. 1.725, a união estável é reconhecida como entidade familiar, sendo aplicável o regime de comunhão parcial de bens, salvo estipulação em contrário por meio de contrato escrito. No presente caso, a escritura pública de união estável estipulou o regime de comunhão parcial de bens, mas incluiu cláusula de proteção patrimonial que exclui o imóvel adquirido na constância da união.

O CCB/2002, art. 1.658, estabelece que, no regime de comunhão parcial de bens, comunicam-se os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento, salvo exceções legais. A cláusula de proteção patrimonial que exclui o imóvel adquirido durante a união estável viola esse princípio, pois não há previsão legal que autorize tal exclusão no regime de comunhão parcial de bens.

Além disso, a Súmula 380 do STF dispõe que, na união estável, os bens adquiridos na constância da convivência presumem-se fruto de esforço comum, salvo prova em contrári"'>...

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Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

Resumo dos Fatos

O requerente ingressou com uma Ação Declaratória de Nulidade de Cláusula Patrimonial em face do requerido, com o objetivo de invalidar uma cláusula presente na escritura pública de união estável celebrada entre as partes. A referida escritura adotou o regime de comunhão parcial de bens, mas incluiu uma cláusula que exclui do patrimônio comum um imóvel adquirido onerosamente durante a união.

De acordo com o regime de comunhão parcial de bens, os bens adquiridos onerosamente na constância da união deveriam ser partilhados entre as partes. Contudo, a cláusula de proteção patrimonial tem gerado controvérsias, pois exclui o imóvel em questão do patrimônio comum, em afronta aos princípios legais que regem a matéria.

Assim, o requerente busca a declaração de nulidade da cláusula e a inclusão do imóvel no patrimônio comum do casal, garantindo seus direitos conforme a legislação aplicável.

Fundamentos Jurídicos

A união estável é reconhecida como entidade familiar, nos termos do artigo 1.725 do Código Civil Brasileiro (CCB/2002), sendo aplicável o regime de comunhão parcial de bens, salvo estipulação em contrário devidamente fundamentada. No caso em análise, a cláusula de proteção patrimonial que exclui o imóvel do patrimônio comum viola o artigo 1.658 do CCB/2002, que prevê que os bens adquiridos onerosamente durante a união comunicam-se, salvo exceções legais.

Além disso, a Súmula 380 do STF estabelece que, na união estável, presume-se o esforço comum na aquisição dos bens durante a convivência, salvo prova em contrário. A cláusula de proteção patrimonial, ao excluir o imóvel do patrimônio partilhável, contraria essa presunção e carece de fundamento legal.

A jurisprudência corrobora esse entendimento. Em decisões recentes, como no Recurso Especial nº 2.104.920 do STJ (2023) e na Apelação Cível nº Acórdão/TJSP do TJSP (2023), os tribunais têm reafirmado que, salvo estipulação devidamente fundamentada ou provas contrárias, os bens adquiridos durante a união estável devem ser comunicados entre as partes.

Conclusão

Em vista da legislação aplicável e da jurisprudência consolidada, conclui-se que a cláusula de proteção patrimonial inserida na escritura pública de união estável é nula, por violar o regime de comunhão parcial de bens e a presunção de esforço comum. Dessa forma, o imóvel adquirido durante a união estável deve ser incluído no patrimônio comum do casal, garantindo o cumprimento das normas legais e o equilíbrio patrimonial entre as partes.


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