Modelo de Petição Inicial de Dissolução de União Estável com Pedido de Partilha de Bens e Reintegração de Posse de Imóvel Particular

Publicado em: 10/11/2024 Civel Familia Sucessão
Modelo de petição inicial destinada ao reconhecimento e dissolução de união estável entre as partes, cumulada com pedido de partilha de bem móvel (automóvel) adquirido durante a convivência, exclusão de imóvel particular da partilha (adquirido antes da união) e reintegração de posse do referido imóvel em favor do autor. O documento apresenta qualificação das partes, exposição detalhada dos fatos, fundamentação jurídica baseada na Constituição Federal e Código Civil, além de menção expressa a princípios como dignidade da pessoa humana e proteção à família. Inclui jurisprudência recente, detalhamento dos pedidos, indicação de provas e valor da causa. Destinado a ações perante Varas de Família com litígios patrimoniais e possessórios decorrentes da dissolução de união estável.

PETIÇÃO INICIAL DE DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL CUMULADA COM PARTILHA DE BENS E REINTEGRAÇÃO DE POSSE

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de ____________ do Tribunal de Justiça do Estado do ___________.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, engenheiro civil, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado à Rua ________, nº ___, Bairro ________, CEP ________, Cidade/UF, por intermédio de seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL CUMULADA COM PARTILHA DE BENS E REINTEGRAÇÃO DE POSSE

em face de M. F. de S. L., brasileira, empresária, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada à Rua ________, nº ___, Bairro ________, CEP ________, Cidade/UF, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O autor e a ré mantiveram convivência pública, contínua e duradoura, com o intuito de constituir família, caracterizando união estável nos termos do CCB/2002, art. 1.723. Durante o relacionamento, ambos compartilharam responsabilidades, despesas e projetos de vida, sendo reconhecidos socialmente como entidade familiar.

No curso da convivência, a ré adquiriu um automóvel, enquanto o autor permaneceu proprietário de um imóvel residencial, adquirido em data anterior ao início da união estável, sendo este seu único bem imóvel.

Recentemente, o autor foi injustamente envolvido em investigação policial por suposta agressão à filha do casal, fato que resultou em medida protetiva de afastamento do lar, conforme determinado pela autoridade competente, privando-o da posse direta de seu único imóvel.

Ressalte-se que o imóvel em questão foi adquirido exclusivamente pelo autor, antes do início da união estável, não havendo qualquer participação da ré na aquisição ou valorização do bem. Por outro lado, o automóvel foi adquirido pela ré durante a constância da união.

Diante do término da convivência e da impossibilidade de reconciliação, mostra-se necessária a dissolução formal da união estável, a partilha do automóvel adquirido na constância do relacionamento e a reintegração de posse do imóvel particular do autor.

Os fatos narrados demonstram a configuração da união estável, a existência de bens a serem partilhados e a necessidade de resguardar o direito de propriedade e posse do autor sobre seu imóvel.

4. DO DIREITO

4.1 DO RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL

A Constituição Federal reconhece a união estável como entidade familiar, conforme CF/88, art. 226, §3º. O CCB/2002, art. 1.723, dispõe que é reconhecida como entidade familiar a convivência pública, contínua e duradoura entre duas pessoas, estabelecida com o objetivo de constituição de família.

No presente caso, restam preenchidos os requisitos legais: convivência pública, contínua, duradoura e com intuito de constituir família, conforme fartamente comprovado por documentos e testemunhas a serem oportunamente arroladas.

4.2 DA PARTILHA DE BENS

O regime de bens aplicável à união estável, salvo estipulação em contrário, é o da comunhão parcial, nos termos do CCB/2002, art. 1.725. Assim, comunicam-se os bens adquiridos onerosamente na constância da união, ressalvadas as exceções legais (CCB/2002, art. 1.658 e 1.659).

O automóvel adquirido pela ré durante a convivência presume-se fruto do esforço comum, devendo ser partilhado em igualdade de condições. Por outro lado, o imóvel do autor, adquirido antes da união, é bem particular, incomunicável, conforme CCB/2002, art. 1.659, I, não se sujeitando à partilha.

A jurisprudência é pacífica no sentido de que bens particulares, adquiridos anteriormente à união estável, não se comunicam, salvo prova de valorização decorrente do esforço comum, o que não se verifica no presente caso.

4.3 DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE DO IMÓVEL

O autor foi afastado de seu único imóvel em razão de medida protetiva, a qual, por sua natureza, é provisória e não implica perda definitiva da posse. Com o término da união estável, não subsiste razão para a manutenção da ré no imóvel particular do autor, devendo ser restituída a posse ao legítimo proprietário, em respeito ao direito de propriedade (CF/88, art. 5º, XXII; CCB/2002, art. 1.228).

Ressalte-se que a proteção à moradia e à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) não autoriza a ocupação indefinida de bem particular por ex-companheiro, especialmente quando não há interesse de menores a tutelar e existindo outros meios de garantir a subsistência da ré.

O CPC/2015, art. 560, autoriza o ajuizamento de ação de reintegração de posse por aquele que foi injustamente privado da posse de seu bem.

Portanto, é legítimo o pedido de reintegração de posse do imóvel particular do autor, afastando-se a ré do local.

4.4 DOS PRINCÍPIOS JURÍDICOS<"'>...


Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Vistos, etc.

Trata-se de ação de reconhecimento e dissolução de união estável cumulada com partilha de bens e reintegração de posse, proposta por A. J. dos S. em face de M. F. de S. L..

I - Dos Fatos e da Admissibilidade

Verifico que a inicial preenche os requisitos do art. 319 do CPC/2015, estando as partes devidamente qualificadas e representadas. Não há nulidades a sanar, estando o processo apto para julgamento do mérito, nos termos do art. 355, I, do CPC/2015.

II - Do Reconhecimento e Dissolução da União Estável

A Constituição Federal, art. 226, §3º, reconhece a união estável como entidade familiar, sendo regulamentada pelo art. 1.723 do Código Civil. Restou demonstrada nos autos a convivência pública, contínua e duradoura entre as partes, com intuito de constituição de família, conforme documentação juntada e demais elementos probatórios.

Assim, reconheço a existência da união estável entre as partes e decreto sua dissolução.

III - Da Partilha de Bens

O regime de bens, na ausência de disposição em contrário, é o da comunhão parcial, nos termos do art. 1.725 do Código Civil. Comunicáveis são apenas os bens adquiridos onerosamente na constância da união, conforme art. 1.658 e 1.659, I, do CC.

Nos autos, restou comprovado que o automóvel foi adquirido pela ré durante a união estável, presumindo-se fruto do esforço comum, devendo ser partilhado em igualdade.

Por outro lado, o imóvel residencial é bem particular do autor, adquirido antes do início da união, não integrando o patrimônio comum, não havendo prova de valorização decorrente de esforço comum, motivo pelo qual deve ser excluído da partilha.

IV - Da Reintegração de Posse

O autor foi afastado do imóvel em razão de medida protetiva, de natureza provisória. Com o término da união estável e sendo o imóvel bem particular, não subsiste razão jurídica para que a ré permaneça no imóvel, devendo ser restituída a posse ao autor, em respeito ao direito de propriedade (CF/88, art. 5º, XXII; CC, art. 1.228).

V - Dos Princípios Constitucionais e Legais

A solução ora apresentada observa os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da proteção à família (CF/88, art. 226), do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV), e do contraditório e ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV). O voto é fundamentado, em obediência ao art. 93, IX, da Constituição Federal.

VI - Da Jurisprudência

A jurisprudência consolidada dos tribunais pátrios reconhece que a união estável, uma vez comprovada, sujeita-se ao regime da comunhão parcial de bens (TJRJ - Apelação Acórdão/TJRJ; TJRJ - Apelação Acórdão/TJRJ), sendo partilháveis os bens adquiridos na constância da união, e excluídos os bens particulares. Também é pacífico o entendimento de que a dissolução da união estável enseja a restituição da posse ao legítimo proprietário do imóvel particular.

VII - Dispositivo

Diante do exposto e por tudo mais que dos autos consta, julgo PROCEDENTE o pedido, para:

  1. Reconhecer e decretar a dissolução da união estável mantida entre as partes;
  2. Determinar a partilha igualitária do automóvel adquirido durante a constância da união estável;
  3. Excluir o imóvel particular do autor da partilha, por ter sido adquirido antes do início da união estável;
  4. Determinar a reintegração de posse do imóvel ao autor, expedindo-se mandado para desocupação, se necessário;
  5. Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% sobre o valor atualizado da causa;
  6. Oficiar para designação de audiência de conciliação/mediação, caso não haja manifestação expressa em sentido contrário.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

VIII - Fundamentação Constitucional (CF/88, art. 93, IX)

A presente decisão encontra-se devidamente fundamentada, em consonância com o art. 93, IX, da Constituição Federal, que impõe ao Poder Judiciário o dever de motivação das decisões judiciais.

Cidade/UF, ___ de ___________ de 2024.

_______________________________________
Juiz de Direito


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Modelo de Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável Post Mortem com Pedido de Partilha de Bens entre Herdeiros Menor e Maior

Modelo de Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável Post Mortem com Pedido de Partilha de Bens entre Herdeiros Menor e Maior

Publicado em: 08/11/2024 Civel Familia Sucessão

Modelo de petição inicial para Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável post mortem, cumulada com pedido de partilha de bens, ajuizada por filho menor representado por seu responsável legal contra herdeira maior, visando o reconhecimento judicial da união estável havida entre a falecida e seu companheiro, a dissolução da sociedade de fato em razão do óbito, e a partilha do patrimônio amealhado durante a convivência (motocicleta), observando o regime da comunhão parcial de bens e os direitos sucessórios dos filhos. O documento apresenta fundamentos constitucionais e civis, jurisprudências atuais, requerimentos de provas e pedidos acessórios, incluindo nomeação de curador especial ao menor, custas e audiência de conciliação.

Acessar

Modelo de Contestação à Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável Cumulada com Partilha de Bem Imóvel: Impugnação de União Estável e Pedido de Exclusão de Partilha por Aquisição Antecedente e Ausência de Esforço Comum

Modelo de Contestação à Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável Cumulada com Partilha de Bem Imóvel: Impugnação de União Estável e Pedido de Exclusão de Partilha por Aquisição Antecedente e Ausência de Esforço Comum

Publicado em: 08/11/2024 Civel Familia Sucessão

Modelo de contestação apresentada em face de ação de reconhecimento e dissolução de união estável cumulada com partilha de bem imóvel, na qual o réu impugna a existência de união estável alegada pela autora, sob fundamento de ausência dos requisitos legais (convivência pública, contínua, duradoura e com objetivo de constituição de família – art. 1.723 do Código Civil). O réu sustenta que o relacionamento não configurou entidade familiar, tratando-se de namoro qualificado, além de demonstrar que o imóvel objeto da partilha foi adquirido anteriormente ao início do relacionamento, com recursos próprios, inexistindo esforço comum ou contribuição da autora. O documento aborda preliminares, mérito quanto à inexistência de união estável e do direito à partilha, ônus da prova, jurisprudências pertinentes e requerimentos finais, incluindo improcedência dos pedidos, condenação de custas e honorários, e produção de provas.

Acessar

Modelo de Contestação à Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável com Impugnação à Partilha de Bens e Pleito de Extinção Parcial do Processo em Razão de Perda de Objeto e Conexão Processual

Modelo de Contestação à Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável com Impugnação à Partilha de Bens e Pleito de Extinção Parcial do Processo em Razão de Perda de Objeto e Conexão Processual

Publicado em: 08/11/2024 Civel Familia Sucessão

Modelo de contestação apresentada pelo réu em ação de reconhecimento e dissolução de união estável, na qual se reconhece parcialmente o pedido de existência da união estável, impugnando, porém, a partilha de bens em razão da alienação do imóvel comum e depósito judicial do valor da meação. O documento destaca preliminares de conexão, litispendência e perda superveniente do objeto, requerendo a extinção parcial do feito com base no CPC/2015, art. 485, VI, e a reunião dos processos para evitar decisões conflitantes. Fundamenta-se nos arts. 1.723 e 1.725 do Código Civil, além de princípios processuais e jurisprudência atualizada, e pleiteia a improcedência dos pedidos de partilha e reconhecimento de união em período não comprovado.

Acessar

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.