Modelo de Ação Declaratória de Nulidade de Prova e Ato Processual por Abuso de Autoridade e Violação de Direitos Fundamentais

Publicado em: 09/08/2024 Direito Penal Processo Penal
Ação judicial proposta por A. J. dos S. contra o Estado de ____________, fundamentada nos direitos constitucionais e processuais previstos nos arts. 5º, incisos II, LIV e LV da Constituição Federal de 1988, e no art. 157 do CPP. O requerente alega a nulidade de atos processuais e das provas obtidas de forma ilícita, decorrentes de abuso de autoridade e violação de direitos fundamentais de sua esposa, testemunha no caso, que foi algemada, submetida a revista por policial masculino e coagida a fornecer a senha de seus celulares. A ação solicita o desentranhamento das provas ilícitas, a anulação dos atos processuais, nova audiência, indenização por danos morais e a observância do devido processo legal.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ____________

Processo nº ____________

Nome completo do requerente: A. J. dos S.

Nome completo do requerido: Estado de ____________

PREÂMBULO

O requerente, A. J. dos S., brasileiro, casado, profissão ____________, portador do CPF nº ____________, residente e domiciliado à Rua ____________, nº ____________, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, vem, por meio de seu advogado, com endereço profissional à Rua ____________, nº ____________, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, com fundamento nos arts. 5º, incisos II, LIV e LV da Constituição Federal de 1988, e demais dispositivos legais aplicáveis, propor a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE PROVA E DE ATO PROCESSUAL

em face do Estado de ____________, pessoa jurídica de direito público interno, com endereço à Rua ____________, nº ____________, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

Em sede de audiência e julgamento, um policial militar afirmou, aos gritos, que algemou a esposa do acusado, M. F. de S. L., sob coerção. A referida esposa foi conduzida como testemunha, mas foi algemada e colocada em uma cela ao chegar na delegacia. Além disso, foi coagida a fornecer a senha de seus telefones celulares, os quais foram revirados pelos policiais. Ademais, a revista pessoal da esposa do acusado foi realizada por um policial masculino, em flagrante violação aos direitos e garantias fundamentais da cidadã.

Os atos descritos configuram evidente abuso de autoridade, afronta à dignidade da pessoa humana e violação de direitos processuais e constitucionais, o que enseja a nulidade dos atos processuais subsequentes e o desentranhamento das provas obtidas de forma ilícita.

DO DIREITO

A Constituição Federal de 1988 assegura, em seu art. 5º, inciso II, que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". Ademais, os incisos LIV e LV do mesmo artigo garantem o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório, pilares fundamentais do Estado Democrático de Direito.

No caso em tela, a condução coercitiva da esposa do acusado, a realização de revista pessoal por policial masculino e a obtenção de dados de seus telefones celulares mediante coação configuram flagrante violação aos direitos fundamentais da cidadã, bem como afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

O Código de Processo Penal (CPP), em seu art. 157, §1º, dispõe que "são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais". No caso em análise, as provas obtidas mediante coação e abuso de autoridade são manifestamente ilícitas e, portanto, devem ser desentranhadas dos autos.

Além disso, o art. 5º, inciso LVI, da Constituição Federal de 1988, reforça a inadmissibilidade de provas obtidas por meios ilícitos, evidenciando a necessidade de preservação dos direitos fundamentais e do devido processo legal.

JURISPRUDÊNCIAS

1. PRELIMINAR. NULIDADE PROCESSUAL POR CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. PRECLUSÃO.

O direito à prova não é absoluto e o Estado-juiz pode indeferir provas impertinentes, desnecessárias, protelatórias ou requeridas a destempo. O uso de câmeras corporais por policiais militares é fato notório e, por isso, poderia a Defensoria Pública estadual - independentemente"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação declaratória de nulidade de prova e de ato processual ajuizada por A. J. dos S. em face do Estado de ____________, objetivando a declaração de nulidade de atos processuais realizados em flagrante violação aos direitos fundamentais da esposa do acusado, o desentranhamento de provas ilícitas e a condenação do Estado ao pagamento de indenização por danos morais.

O requerente alega que, durante a condução coercitiva da esposa do acusado, houve abuso de autoridade por parte de policiais, com revista pessoal realizada por policial masculino, coação para fornecimento de senha de celular e outras violações de direitos fundamentais. As provas obtidas dessa forma seriam, segundo o requerente, ilícitas e deveriam ser desentranhadas do processo.

Voto

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que determina que "todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões", passo a proferir meu voto.

Dos Fatos e do Direito

A Constituição Federal de 1988 garante, em seu art. 5º, inciso II, que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". Ademais, os incisos LIV e LV asseguram o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa, pilares do Estado Democrático de Direito.

Os atos descritos pelo requerente, consistentes na revista pessoal realizada por policial masculino, coação para fornecimento de senha de celular e condução coercitiva da esposa do acusado, afrontam o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e configuram violação de direitos fundamentais.

Nos termos do Código de Processo Penal (CPP), art. 157, §1º, "são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais". Além disso, o art. 5º, inciso LVI, da Constituição Federal reforça a inadmissibilidade de provas obtidas por meios ilícitos.

O fato de as provas terem sido obtidas mediante coação e violação de direitos fundamentais caracteriza flagrante ilicitude, o que contamina os atos processuais subsequentes.

Jurisprudência Aplicável

O entendimento jurisprudencial reforça a necessidade de observância do devido processo legal e seus consectários. Cito como referência:

  1. TJSP (15ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP: "O direito à ampla defesa assegura à pessoa submetida à persecução penal o direito de defender-se da imputação contra si dirigida e de participar dos atos processuais encetados com vistas à reconstrução do fato criminoso, sob pena de nulidade."
  2. TJRJ (Quinta Câmara Criminal) - Habeas Corpus Acórdão/TJRJ: "A ordem deve ser concedida para declarar nulo o feito a partir do depoimento especial, com estrita observância ao princípio constitucional do devido processo legal."

Decisão

Ante o exposto, voto pela procedência parcial do pedido, nos seguintes termos:

  1. Declaro nulos os atos processuais realizados em flagrante violação aos direitos fundamentais da esposa do acusado;
  2. Determino o desentranhamento das provas obtidas de forma ilícita, especialmente aquelas provenientes da coação para obtenção da senha dos telefones celulares;
  3. Determino a realização de nova audiência, com estrita observância ao devido processo legal;
  4. Indefiro, neste momento processual, o pedido de indenização por danos morais, por entender que tal análise depende de instrução probatória específica em ação própria.

Determino, ainda, a intimação do Ministério Público para manifestação e a produção de provas em direito admitidas.

É como voto.

Termos Finais

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