Modelo de Ação Ordinária com Pedido de Tutela de Urgência para Restabelecimento de Pagamentos de Anistiado Político Idoso contra a União Federal

Publicado em: 11/04/2024 Administrativo
Propositura de Ação Ordinária com Pedido de Tutela de Urgência em face da União Federal, visando o restabelecimento imediato de pagamentos mensais devidos a anistiado político idoso, cuja suspensão unilateral foi considerada ilegal. A petição fundamenta-se na Lei 10.559/2002, no CPC/2015 (art. 300), e nos princípios constitucionais da legalidade e segurança jurídica. Inclui pedido de indenização por danos morais, pagamento de valores atrasados e jurisprudências do STF e STJ que sustentam a necessidade de devido processo legal para a suspensão de benefícios administrativos.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO ___

PREÂMBULO

Autor: A. J. dos S.
Réu: União Federal
Endereço eletrônico: [email protected]
Valor da causa: R$ 100.000,00

A. J. dos S., brasileiro, idoso, portador de diversas comorbidades, residente e domiciliado à Rua X, nº Y, Bairro Z, Cidade W, Estado V, vem, por intermédio de seu advogado, com fundamento no CPC/2015, art. 319, propor a presente:

AÇÃO ORDINÁRIA COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

Em face da União Federal, representada pela Advocacia-Geral da União (AGU), com endereço na Esplanada dos Ministérios, Bloco K, Brasília/DF, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

O Autor, anistiado político por meio de portaria administrativa vigente desde 2004, vinha recebendo regularmente a indenização mensal em prestação continuada e permanente, conforme previsto na Lei 10.559/2002. Contudo, a Comissão de Anistia, ao longo dos anos, tentou reiteradamente anular a referida portaria, sem sucesso, devido às defesas apresentadas pelo Autor, fundamentadas na decadência legal.

Em 2012, foi iniciado um procedimento administrativo para revisão da portaria anistiadora, por meio do Despacho nº 2231, que visava deflagrar o processo de anulação. No entanto, tal procedimento não resultou na edição de portaria anulatória, permanecendo a portaria anistiadora válida e eficaz.

Recentemente, com o julgamento do RE 817.338 pelo STF (Tema 839), houve o esvaziamento da eficácia da decadência anteriormente reconhecida, permitindo a retomada dos efeitos dos atos anulatórios. Com base nessa decisão, a AGU/PGU orientou os órgãos executores, incluindo o Comando da Aeronáutica, a adotarem providências cabíveis.

Em interpretação equivocada das orientações da AGU/PGU, o Comando da Aeronáutica suspendeu, de forma unilateral e sem respaldo legal, os pagamentos mensais devidos ao Autor desde agosto de 2023, causando-lhe grave lesão patrimonial e comprometendo sua subsistência e de sua família.

DO DIREITO

A Lei 10.559/2002, art. 1º, assegura aos anistiados políticos o direito à reparação econômica em prestação continuada e permanente. A suspensão dos pagamentos mensais ao Autor, sem a devida edição de portaria anulatória, viola os princípios constitucionais da legalidade (CF/88, art. 37) e da segurança jurídica.

O CPC/2015, art. 300, prevê a concessão de tutela provisória de urgência quando houver elementos "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

PREÂMBULO

Cuida-se de ação ordinária com pedido de tutela de urgência ajuizada por A. J. dos S., em face da União Federal, objetivando a reativação de pagamentos suspensos de indenização mensal em razão de anistia política, com fulcro na Lei 10.559/2002.

DO VOTO

O caso em análise exige interpretação hermenêutica entre os fatos apresentados e os fundamentos constitucionais e legais aplicáveis. O Autor, anistiado político, vinha recebendo regularmente a indenização mensal, conforme disposto na Lei 10.559/2002, até que, unilateralmente e sem a edição de portaria anulatória válida, o Comando da Aeronáutica suspendeu tais pagamentos em agosto de 2023.

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, estabelece o princípio da legalidade, que deve nortear a atuação da Administração Pública. Ademais, o princípio da segurança jurídica, também garantido pela Constituição, confere estabilidade às relações jurídicas consolidadas, especialmente quando envolvem direitos de natureza alimentar, como no presente caso.

A orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do RE 817.338 (Tema 839), permite a revisão de atos administrativos de anistia política, mas condiciona tal revisão ao devido processo legal, resguardando o contraditório e a ampla defesa. A ausência de portaria anulatória válida no caso em questão viola tais princípios constitucionais, uma vez que a suspensão dos pagamentos ocorreu de forma unilateral e sem o cumprimento do devido processo legal.

DO DIREITO E FUNDAMENTOS LEGAIS

A Lei 10.559/2002 assegura, em seu artigo 1º, o direito à reparação econômica em prestação continuada e permanente aos anistiados políticos. A suspensão dos pagamentos, sem respaldo em portaria anulatória válida, configura violação direta à legislação infraconstitucional e aos princípios constitucionais já mencionados.

Além disso, o Código de Processo Civil de 2015, em seu artigo 300, prevê a concessão de tutela de urgência quando há elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. No caso em tela, o Autor, idoso e portador de diversas comorbidades, depende dos pagamentos para sua subsistência e manutenção de sua saúde, configurando o perigo de dano irreparável.

JURISPRUDÊNCIAS APLICÁVEIS

1. STJ (1ª Seção) - AgInt na TutPrv na EXECUÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA 17.679 - DF:** "A suspensão de pagamentos de anistiados políticos sem a conclusão de procedimento revisional válido é ilegal."

2. TJSP (3ª Câmara de Direito Privado) - Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP:** "A suspensão de benefícios previdenciários sem o devido processo legal caracteriza lesão grave ao direito do beneficiário."

CONCLUSÃO

Em face do exposto, com fulcro no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, que determina que todas as decisões judiciais sejam devidamente fundamentadas, voto pela procedência do pedido do Autor, nos seguintes termos:

  1. Determinar o imediato restabelecimento dos pagamentos mensais devidos ao Autor, com base no artigo 300 do CPC/2015;
  2. Condenar a União ao pagamento dos valores atrasados, devidamente corrigidos;
  3. Condenar a União ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 50.000,00, em razão da natureza alimentar da verba e dos prejuízos causados ao Autor;
  4. Confirmar a tutela de urgência concedida e julgar procedente o pedido inicial na íntegra;
  5. Condenar a União ao pagamento de honorários advocatícios, nos termos do artigo 85 do CPC/2015.

É como voto.

TERMOS FINAIS

Assim, dou procedência ao pedido, nos termos acima expostos, com fundamento na legislação vigente e na jurisprudência consolidada.

Local e data.

___________________________
Magistrado


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