Modelo de Ação Ordinária com Pedido de Tutela de Urgência para Emissão de CNH Especial a Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Publicado em: 01/10/2024 AdministrativoCivel TrânsitoEXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE [CIDADE/ESTADO]
Nome do Requerente: [NOME COMPLETO DO REQUERENTE], brasileiro(a), estado civil [ESTADO CIVIL], profissão [PROFISSÃO], portador(a) do CPF nº [CPF] e RG nº [RG], residente e domiciliado(a) em [ENDEREÇO COMPLETO], endereço eletrônico [E-MAIL].
Nome do Requerido: DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO - DETRAN/[ESTADO], pessoa jurídica de direito público, com sede na [ENDEREÇO COMPLETO], endereço eletrônico [E-MAIL].
PREÂMBULO
O Requerente, por meio de seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 319 e seguintes do CPC/2015, bem como na legislação aplicável à proteção dos direitos das pessoas com deficiência, propor a presente:
AÇÃO ORDINÁRIA COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
em face do DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO - DETRAN/[ESTADO], pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
DOS FATOS
O Requerente é diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), conforme laudo médico anexo, o qual atesta a condição de deficiência moderada, nos termos da Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Tal condição implica na necessidade de adaptações específicas para o exercício de atividades cotidianas, incluindo a condução de veículos automotores.
O Requerente, ciente de seu direito à obtenção de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) Especial, buscou administrativamente junto ao DETRAN/[ESTADO] a realização de exames médicos e psicológicos adequados à sua condição, bem como a emissão da CNH Especial. Contudo, teve seu pedido indeferido sob a justificativa de ausência de previsão normativa específica para o caso de pessoas com TEA.
Tal negativa viola os direitos fundamentais do Requerente, especialmente os previstos nos artigos 1º, III, 5º, caput, e 227 da CF/88, além de contrariar o disposto na Lei 13.146/2015, que assegura às pessoas com deficiência o direito à acessibilidade e à inclusão social.
DO DIREITO
A Constituição Federal de 1988 estabelece, em seu artigo 1º, III, o princípio da dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. Além disso, o artigo 5º, caput, assegura a igualdade de todos perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
O artigo 227 da CF/88, por sua vez, impõe ao Estado o dever de assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Em âmbito infraconstitucional, a Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) dispõe, em seu artigo 27, que a habilitação e a condução de veículos por pessoas com deficiência devem ser asseguradas mediante adaptações razoáveis e acessibilidade. O artigo"'>...