Modelo de Agravo de Instrumento Contra Decisão de Exigência de Quitação de Débitos de IPTU para Homologação de Partilha de Espólio

Publicado em: 11/12/2024 CivelProcesso Civil Sucessão
Recurso de agravo de instrumento interposto por herdeira viúva, com fundamento no CPC/2015, art. 1.015, contra decisão interlocutória que condiciona a homologação da partilha de bens do espólio à quitação prévia de débitos de IPTU. O documento apresenta fundamentos jurídicos baseados no Código Civil, na razoabilidade constitucional e na legislação processual, argumentando que a alienação dos bens do espólio é a única solução viável para o pagamento das dívidas. Inclui jurisprudências relevantes e pedidos de efeito suspensivo e reforma da decisão agravada.

AGRAVO DE INSTRUMENTO

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de [Estado Competente]

A. J. dos S., viúva, brasileira, estado civil [especificar], profissão [especificar], portadora do CPF nº [especificar], residente e domiciliada na Rua [especificar], nº [especificar], Bairro [especificar], Cidade [especificar], Estado [especificar], CEP [especificar], endereço eletrônico [especificar], vem, por meio de seu advogado (procuração anexa), com fundamento no CPC/2015, art. 1.015, interpor o presente:

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Em face da decisão interlocutória proferida pelo Juízo da [especificar Vara], nos autos do arrolamento de bens, que exige a quitação de todos os débitos de IPTU para homologação da partilha, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

Trata-se de arrolamento de bens deixados pelo falecido [nome do falecido abreviado], no qual figuram como herdeiros a viúva A. J. dos S. e dois filhos. No curso do processo, foi apresentada proposta de partilha, que depende da homologação judicial para sua concretização.

Contudo, o MM. Juiz condicionou a homologação da partilha à quitação integral de débitos de IPTU incidentes sobre os imóveis do espólio, alguns dos quais possuem valores elevados e não podem ser pagos com os recursos disponíveis. A única solução viável para a quitação desses débitos seria a venda de bens do espólio, o que já conta com comprador interessado.

A exigência judicial, portanto, inviabiliza a homologação da partilha e a consequente venda dos bens, prejudicando os herdeiros e a própria quitação dos débitos fiscais.

DO DIREITO

A decisão que condiciona a homologação da partilha à quitação integral dos débitos de IPTU viola diversos princípios e dispositivos legais. Inicialmente, cabe destacar que o CCB/2002, art. 1.997 prevê que as dívidas do espólio devem ser satisfeitas com os bens deixados pelo falecido, não sendo razoável exigir que os herdeiros quitem os débitos com recursos próprios antes da partilha.

Ademais, o CPC/2015, art. 647 permite a alienação de bens do espólio para o pagamento de dívidas, desde que haja autorização judicial, o que é perfeitamente aplicável ao caso em tela. A exigência de quitação prévia dos débitos fiscais, sem viabilizar a venda dos bens, contrar"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por A. J. dos S., viúva e herdeira do espólio de [nome do falecido abreviado], contra a decisão interlocutória proferida pelo Juízo da [especificar Vara], que condicionou a homologação da partilha à quitação integral dos débitos de IPTU incidentes sobre os bens do espólio.

A agravante sustenta que a decisão viola dispositivos legais e princípios constitucionais, ao impor uma obrigação desproporcional e inviável, e que a única solução para quitação dos débitos seria a venda dos bens do espólio, já havendo comprador interessado. Requer, assim, a reforma da decisão agravada para homologação da partilha independentemente da quitação prévia dos débitos fiscais.

Fundamentação

Conforme dispõe o art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Nesse sentido, passo à análise dos fundamentos legais e constitucionais aplicáveis ao caso.

1. Das Previsões Legais

O art. 1.997 do Código Civil estabelece que as dívidas do espólio devem ser satisfeitas com os bens deixados pelo falecido, e não com o patrimônio pessoal dos herdeiros. Isso reforça a impossibilidade de exigir a quitação prévia dos débitos de IPTU antes da homologação da partilha.

Ademais, o art. 647 do CPC/2015 permite a alienação de bens do espólio para pagamento de dívidas, desde que haja autorização judicial, o que é perfeitamente aplicável ao presente caso.

2. Dos Princípios Constitucionais

O princípio da razoabilidade, consagrado no art. 5º, LIV, da Constituição Federal, assegura que nenhuma decisão judicial pode impor obrigações desproporcionais ou inviáveis às partes. A exigência de quitação prévia dos débitos fiscais, sem viabilizar a venda dos bens do espólio, configura clara violação a esse princípio.

3. Da Jurisprudência

A jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconhece a possibilidade de mitigação do rol taxativo do art. 1.015 do CPC/2015 em casos de urgência, como o presente:

  • STJ, REsp. Acórdão/STJ, Tema 988: "A tese da taxatividade mitigada admite agravo de instrumento fora do rol do CPC, art. 1.015 apenas em casos de urgência, o que se aplica quando a decisão interlocutória pode causar prejuízo irreparável às partes."
  • TJSP, Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP: "Decisão que inviabiliza a solução do litígio por exigências desproporcionais pode ser reformada por agravo de instrumento, especialmente quando há prejuízo evidente às partes."

4. Da Análise do Caso Concreto

A decisão agravada impõe condição desarrazoada e inviável para a homologação da partilha, ao exigir a quitação integral dos débitos fiscais antes da alienação dos bens do espólio. Tal exigência contraria a lógica do ordenamento jurídico, os dispositivos legais aplicáveis e os princípios constitucionais da razoabilidade e proporcionalidade.

Assim, resta evidente a necessidade de reforma da decisão agravada, para que seja homologada a partilha independentemente da quitação prévia dos débitos fiscais, autorizando-se a venda dos bens para pagamento das dívidas.

Dispositivo

Ante o exposto, voto pelo provimento do agravo de instrumento, para reformar a decisão agravada e determinar a homologação da partilha independentemente da quitação prévia dos débitos de IPTU, autorizando-se a venda dos bens do espólio para pagamento das dívidas.

É como voto.

[Cidade], [data].

_______________________________________
[Nome do Magistrado]
Desembargador Relator


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