Modelo de Agravo de Instrumento contra Decisão de Medida Protetiva em Imóvel Rural de Espólio

Publicado em: 07/04/2025 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário Sucessão
O presente documento trata de um Agravo de Instrumento interposto por C. O. dos S. e demais herdeiros legítimos de G. I. dos S., contestando decisão interlocutória que determinou o afastamento dos herdeiros de imóvel rural pertencente ao espólio do falecido. A decisão é considerada abusiva e desprovida dos requisitos legais para concessão de tutela de urgência. O recurso fundamenta-se em dispositivos do CPC/2015 e do Código Civil, questionando o uso indevido da medida protetiva com fins possessórios e litigância de má-fé por parte da agravada, M. A. P. de L. Requer-se a reforma da decisão, garantindo o direito de permanência no imóvel e preservação do patrimônio familiar.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DESEMBARGADOR(A) RELATOR(A) DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO [INSERIR]

C. O. DOS S., brasileiro, solteiro, agricultor, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Estrada Municipal do Sítio Boa Esperança, Zona Rural, Município de [INSERIR], CEP XXXXX-XXX, endereço eletrônico: email@email.com, e demais herdeiros legítimos de G. I. DOS S., por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional à Rua [INSERIR], nº [INSERIR], Bairro [INSERIR], Município de [INSERIR], CEP XXXXX-XXX, endereço eletrônico: advogado@exemplo.com, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no CPC/2015, art. 1.015, I, interpor o presente:

RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

contra a decisão interlocutória proferida nos autos da Medida Protetiva ajuizada por M. A. P. DE L., que determinou o afastamento dos herdeiros do imóvel rural pertencente ao espólio de G. I. dos S., decisão esta que se mostra abusiva, desproporcional e desprovida dos requisitos legais exigidos para a concessão da tutela de urgência.

Requer o recebimento do presente recurso, com a posterior remessa ao Egrégio Tribunal de Justiça, para que seja reformada a decisão agravada, nos termos das razões a seguir expostas.


I – PREÂMBULO

  • Origem: Vara Única da Comarca de [INSERIR]
  • Processo nº: [INSERIR]
  • Agravante: C. O. dos S. e outros
  • Agravada: M. A. P. de L.

II – DOS FATOS

O agravante, juntamente com seus irmãos, todos herdeiros legítimos de G. I. dos S., falecido em [INSERIR DATA], vem enfrentando situação de manifesta injustiça e abuso de direito perpetrado pela agravada, M. A. P. DE L., madrasta dos recorrentes.

O imóvel rural em questão pertence exclusivamente ao falecido, conforme matrícula nº [INSERIR], sendo bem integrante do espólio, cuja partilha ainda está pendente. A agravada, casada com o falecido sob o regime de separação obrigatória de bens (CCB/2002, art. 1.641, II), não possui direito real de habitação sobre o imóvel, especialmente por se tratar de propriedade rural produtiva, vinculada ao INCRA, e não residência urbana do casal.

O trailer instalado no local pelos herdeiros está ali há mais de três anos, com o único objetivo de permitir a permanência dos filhos no sítio para cuidar do pai idoso, dos animais, da plantação e da manutenção da propriedade rural. Tal permanência sempre se deu com o conhecimento e anuência da agravada, até mesmo com colaboração mútua.

Contudo, após o falecimento do pai, a agravada ajuizou medida protetiva alegando, sem qualquer comprovação, ameaças e conflitos inexistentes, com o único intuito de consolidar posse exclusiva do imóvel e afastar os legítimos herdeiros, em flagrante abuso de direito e litigância de má-fé.

A decisão interlocutória que concedeu a medida protetiva, determinando o afastamento dos herdeiros, foi proferida sem a devida análise dos requisitos legais, especialmente a probabilidade do direito e o (CPC/2015, art. 300), tampouco observou o caráter excepcional da medida.


III – DO DIREITO

O CPC/2015, art. 300, exige, para a concessão de tutela de urgência, a presença concomitante da probabilidade do direito e do perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. No presente caso, tais requisitos não se fazem presentes.

Não há qualquer prova de ameaça, violência ou risco à integridade física da agravada. Ao contrário, os herdeiros sempre mantivera"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I – Relatório

Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por C. O. dos S. e demais herdeiros legítimos de G. I. dos S. contra decisão interlocutória que determinou o afastamento dos agravantes do imóvel rural pertencente ao espólio do de cujus, em razão de medida protetiva ajuizada por M. A. P. de L., madrasta dos agravantes.

A decisão agravada, conforme argumentado pelos recorrentes, carece de fundamentação adequada e dos requisitos legais necessários à concessão da tutela de urgência, notadamente a probabilidade do direito e o perigo de dano, conforme disposto no CPC/2015, art. 300.

Os agravantes sustentam que a medida protetiva foi utilizada de forma indevida, como instrumento de usurpação possessória, e alegam que a agravada não possui direito real de habitação sobre o imóvel rural produtivo. Requerem a reforma da decisão para que seja restabelecido o direito de permanência no imóvel.

II – Fundamentação

1. Da análise dos requisitos para a concessão de tutela de urgência

Nos termos do CPC/2015, art. 300, a concessão de tutela de urgência depende da presença concomitante de dois requisitos: a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

No presente caso, a probabilidade do direito dos agravantes decorre do fato de serem herdeiros legítimos do imóvel rural pertencente ao espólio de G. I. dos S. A matrícula do imóvel e o regime de casamento de separação obrigatória de bens da agravada afastam, de forma inequívoca, qualquer direito real de habitação que esta eventualmente pudesse alegar.

O perigo de dano, por sua vez, não se verifica, uma vez que não há nos autos elementos que demonstrem a existência de ameaças, violência ou qualquer risco à integridade física da agravada. A decisão de afastar os agravantes do imóvel, com base em alegações genéricas e desprovidas de prova, revela-se desarrazoada e desproporcional.

2. Da função social da posse e do direito de propriedade

A CF/88, art. 5º, XXII e XXIII, estabelece que a propriedade deve atender à sua função social. No caso concreto, os agravantes têm utilizado o imóvel rural para atividades produtivas, em benefício da subsistência familiar e da preservação do patrimônio do espólio.

O afastamento dos agravantes compromete a função social da posse e viola o direito à sucessão legítima, afrontando os princípios constitucionais do contraditório e do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV e LV).

3. Da jurisprudência aplicável

A análise da jurisprudência demonstra que medidas protetivas com efeitos possessórios devem ser adotadas de forma excepcional, apenas quando há risco comprovado de violência ou insuportabilidade da convivência, o que não se verifica no presente caso:

  • TJRJ - AGRAVO DE INSTRUMENTO Acórdão/TJRJ – Rel. Des. Marcia Ferreira Alvarenga: \"A tutela almejada pelo recorrente (afastamento dos demandados - filho e nora - da residência familiar) configura medida excepcional, a ser adotada nos casos em que houver risco de violência e/ou insuportabilidade da convivência, situações não verificadas na etapa inicial da demanda de origem.\"
  • TJSP - AGRAVO DE INSTRUMENTO Acórdão/TJSP – Rel. Des. Ferreira da Cruz: \"O constitucional direito de moradia não pode ser sobreposto pela necessidade de cessar a colheita do plantio, ao que parece já iniciado pelos autores. [...] Agravados que não moram no sítio e não terão seus direitos de propriedade suprimidos.\"

III – Conclusão

Diante do exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, IX, VOTO pelo provimento do Agravo de Instrumento para reformar a decisão interlocutória que deferiu a medida protetiva, restabelecendo o direito de permanência dos agravantes no imóvel rural integrante do espólio de Gabriel Inácio dos Santos.

Subsidiariamente, caso este Tribunal entenda pela manutenção da medida protetiva, sugiro a concessão de acesso parcial ao imóvel, limitado às áreas necessárias à manutenção das atividades rurais e cuidado com os animais e plantações, até a conclusão da partilha.

IV – Dispositivo

Ante o exposto, CONHEÇO do recurso e DOU-LHE PROVIMENTO para reformar a decisão agravada, revogando a medida protetiva que determinou o afastamento dos agravantes, e determino o retorno dos herdeiros ao imóvel rural.

É como voto.

[Cidade], [Data]

Magistrado Relator


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